segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Sinto-me vazia ....vazia de sentimentos...vazia de emoções...vazia de vontades...vazia de tempo...vazia de pensamentos...
Nada me ocorre neste estado vazio e solitário....

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Beleza Eterna...

O teu espírito repousado no pó
A tua sombra adormecida nas trevas

A tua voz...o canto dos pássaros mortos...
As tuas lágrimas...o choro dos anjos de pedra...
Que tempestade te acordou?
Que dias perturbaram a tua eternidade?
Que luz acorda a tua paz?
O teu corpo mergulhado na imensidão
O teu olhar inerte no vazio
Que anjo ou demónio…
Que voz…que gesto…
Te prende ainda á realidade?
Que amanhecer rouba a tua beleza?
Tu que nasceste do fundo da escuridão…
Tu que foste a névoa fria da solidão do luar…
Não te vejo mais….dissipas-te no horizonte…
Confundes-te na penumbra…
Nada mais resta na tua ausência…
Nem sequer esta solidão…
Nem sequer a dor…
Tudo se apaga á tua passagem…
Apenas as estátuas, imóveis, te contemplam …
E vêem-te a afastares-te sem remorsos…sem reflexo …
Amanhece…a luz do dia invade o meu olhar…
E com ela, afasta-se a memória da tua presença…

sexta-feira, 30 de novembro de 2007


Eu caminhava nas ruas…alheia ao mundo…mergulhada em apatia…sem dizer nada…E eu pensava que era suficiente …eu pensava que podia usar isso como uma protecção…pensava que me bastava ignorar a realidade para que ela não invadisse o meu mundo…mas ela teima sempre em perturbar a minha solidão…em tentar acordar-me…quando na verdade apenas desejo permanecer neste sono profundo…

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Sinto uma última vez este momento...

Depois de horas aqui fechada, sinto que estou a enlouquecer...
Todos os gritos...todas as lágrimas..são em vão...
Mais um dia... e nada mais vale a pena...porque agora os dias são tão vazios...
Porque eu não posso mais suportar toda esta angústia...
Porque eu não me consigo compreender...
Porque estou apática perante o mundo...porque não consigo sentir nada...
Sinto uma última vez este momento...e depois nada mais há a dizer...depois o silêncio e a multidão a invandir a escuridão...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Insónia...o vazio...ou a ausência...


Não sei mais onde estou… tento fechar os olhos mas não consigo sair daqui…
Quero adormecer…cair no sono e vaguear para longe…
Fechada nesta noite sem fim…tento afugentar esta luz que teima em me dominar…






Não posso mais ficar aqui…está frio…





Acho que estou a enlouquecer…estou a entranhar-me nas sombras…torno-me uma delas…deixei o meu corpo caído no chão…o sangue espalha-se pela casa…absorve o meu reflexo no espelho…mas não estou mais aqui…não acompanho mais o meu corpo…sou agora mais uma sombra na escuridão…nada me perturba agora nesta solidão calma…e por fim posso descansar nesta doce apatia…ausente de qualquer som ou de qualquer presença… ausente do tempo e do espaço…não há mais dor…não há mais sofrimento…apenas permaneço…aqui moribunda…sem agonia…
E o tempo passa lá fora…sem que eu faça parte dele…sem que o acompanhe…


Não sei mais de mim…não me vejo…não sei onde estou…


Tento esquecer o tempo que existiu quando te via…tento esquecer as horas que passaram em que te olhava…tento deixar para trás momentos…dias…semanas…mas não posso ignorar o facto de ainda querer voltar aos dias eternos…ás manhãs mergulhadas em liberdade…voltar a mim…voltar a ti…e depois deixar-te mais uma vez…ver-te partir de novo para que me convença que é o fim…


Porque não há mais anda que eu possa fazer…porque tudo é inútil…
Porque o mundo agora é apenas um estranho para nós…porque não há mais coerência nas coisas…porque a distância agora é um abismo de memórias…porque tudo o que éramos se esgotou…porque estás aqui e não te encontro…porque te vi partir e ainda assim não aceito a tua ausência…
Porque agora restam-me apenas estas repetições…estas frases sem nexo…estas palavras vazias…

O que devia eu sentir eu sentir? Devia eu sentir alguma coisa? Devia eu chorar? Devia eu sorrir? Devia ter pena? Devia eu fingir um pouco de felicidade? Devia eu demonstrar um pouco de dor?
Devia eu revoltar-me?

E mesmo agora que te tenho, sinto que já te perdi …E não consigo evitar que partas, mesmo que te agarre com todas as minhas forças.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Hoje...

Hoje sinto-me estupidamente infeliz…
Estupidamente longe do mundo…
Estupidamente inútil…
Estupidamente vazia…
Estupidamente insegura…
Estupidamente só…
Estupidamente revoltada…
Hoje sinto-me mergulhada num caos de pensamentos…
Hoje não estou cá…
Hoje vagueio por aí…no meio do nada…
Hoje sinto-me absorvida pela névoa á minha volta…
Hoje estou mais dispersa…
Hoje vou apenas esconder-me nas sombras…e não me importar…

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Provavelmente...

Provavelmente já não vais estar cá quando eu voltar…já terás tomado o teu caminho… já estarás longe…talvez sejas até outra pessoa…
Provavelmente eu vou chegar tarde…vou chegar depois de tudo ter acabado…
Provavelmente vou chegar no fim do dia…ao anoitecer…num tarde chuvosa…provavelmente já nem te vais aperceber que cheguei…nem eu vou notar que cheguei…
Provavelmente nem vais perguntar porque demorei tanto…nem te vai perturbar a minha ausência…
Provavelmente nunca mais nos vamos ver…e no fundo sabes que é melhor assim…
Provavelmente ainda poderás ver o meu reflexo a passar no vidro de uma janela qualquer…mas talvez nem te apercebas que é o meu reflexo…
Provavelmente ainda ouvirás a minha voz na tua memória…mas talvez a ignores…
O tempo esgotou-se…sabes bem…deixámos de ser o que fomos…quebrámos as correntes do passado…e tudo o que acontecer a partir de agora, já não importa…
Lembrar-nos-emos apenas do dia da despedida…mas vamos fazer tudo para esquecer o que sentimos…
Provavelmente tentemos não voltar aos mesmos sítios…talvez inventemos desculpas para evitar as lembranças…
Provavelmente tentemos enfrentar sem receio o facto de sermos outras pessoas…noutros cenários…pessoas sem memória…sem referências…
Provavelmente acabaremos como todos os outros…perdidos no meio da multidão…com olhares dispersos…aleatoriamente a passar…

"If only night can hold you where I can see you..."

Love is bleeding in the fog…
I am standing at the cemetery gate…drowning myself into this disastrous symphony…
Darkness has come to conquer my heart…
And I bleed…
I’m suffering…I’m defeated…
I will forget you…I promise…
Let me just close the coffin door and escape from you…escape from the world…
You are the biggest delusion I’ve ever had…the one I can’t let go…
My heart is no longer beating…my voice is soundless...
I hate to watch you there…so far away…but it hurts so much getting closer to you…
It’s painful to want you…it’s painful to leave you…
I will give up of life…I don’t mind anymore…
I’m starving for loneliness, for emptiness…
How can you do this to me?
How can you cause me so much pain?
I thought you were only in my imagination

sábado, 17 de novembro de 2007

“ Eu observo-te ao longe…os olhos vermelhos de não poder chorar…”

Estou obcecada por algo que não entendo …não estou mim…o mundo lá fora perdeu o interesse…todas as palavras não são suficientes…todos os gestos não chegam…
Hoje acordei…e não estou mesmo em mim…
Hoje acordei e o ar tem um cheiro ácido…e as sombras estão mais escuras…
Hoje acordei…com o corpo dormente…com os olhos fechados…
Hoje acordei…e não queria acordar…
Imagens intermitentes vagueiam na minha memória…estou longe ou perto…já não me vejo…
Permaneço no vácuo…no baú apático das minhas ilusões…
E assim, inerte, caminho na direcção errada…
Nada mais há a fazer…apenas observar ao longe o poderia ter sido...
E odeio este dia…odeio as emoções vazias desta existência…odeio este momento…
Odeio acordar neste dia…odeio que este dia seja mais um dia…
Odeio sentir-me inútil perante mim própria…observar-me ao longe…imóvel…sem uma única reacção…se um sentimento sequer…sem uma lágrima…sem um sorriso…sem um gesto…sem um grito…sem um olhar de revolta…
Estou a consumir-me…sinto-o mais a cada dia que passa…estou a empurrar-me para o fundo…
Estou a afogar-me no vazio gélido…se ao menos eu me conseguisse impedir… se ao menos eu me importasse…

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Hoje mais do que nunca sinto que...estou a enlouquecer...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Todas as palavras foram ditas...resta-me este silêncio inútil...
Nada posso contra esta apatia que ocupa agora a minha vida...nada posso contra esta existência enexistente...
Não percebo esta inquietude...perdi o controlo de mim própria...
O final feliz foi-se para sempre...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ainda te escondes nas sombras...e não sei como te afugentar...não sei como seguir em frente...virar as costas e não olhar para trás...
Vejo-te e desapareces no mesmo instante...Toco-te e desfazes-te nas minhas mãos...
Tenho-te e perco-te...
Sinto-me a sufocar...sem forças...onde estou? onde estás? que lugar é este?
Gritas...mas já não te consigo ouvir...apenas sinto a tua dor no horizonte...
Abadono-me uma vez mais...sinto-me vazia...apática...dona de uma existencia vã...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

While you were sleeping, the voices stopped scream …

Why don’t you fall asleep one more time?
Why don’t you give up trying?

The rain is falling down on your hair …your heart is drowning…

There are no more reasons to go on…

No more nightmares…no more loneliness… no more sorrow…no more empty rooms…no more random days…

Maybe one day someone will cry a tear for you…
Maybe one day someone will remember you…

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Não fazem sentido as imagens que sinto vivas dentro de mim...a vozes que gritam na minha consciência...as palavras que rasgam a minha alma...
Momentos que vão e voltam...dias que se sucedem...horas que não acabam..outras que se esgotam ferozmente...
Um desconcerto interior...uma dor que me fustiga mais e mais...
Tento fugir...esconder-me de todas as pessoas da multidão...
Apenas busco a solidão...a inexistência...
Apenas desejo não estar...não ser...

domingo, 14 de outubro de 2007

Estou errada...eu sei que estou errada...não faço sentido nas coisas que digo ou que faço...estou vazia de lógica e de razão...
Minto a mim mesma...escondo-me quando tento procurar-me...
Não tenho cura...não tenho forma de deixar de ser o que sou...e o que sou está a matar-me!
Ultimamamente ando a magoar-me mais do que o habitual...sou, sem dúvida a minha pior inimiga...

Fui para além do que podia ser racional...
Como é que no fundo ainda me consigo divertir com tudo isto?!

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Folhas secas ao vento...
fragmentos de sonhos espalhados pelo chão...
vazio...silêncio...escuridão...
esperanças perdidas á solta numa folha de papel velha...
o tempo passa...não há mais ar...não sinto mais a minha pele...
uma claridade subita entra pela janela...recuso-me a aceitá-la...
escondo-me daquela luz que tenta roubar a minha solidão...
girtos...dor... de novo o silêncio...
agarro,em vão,uma lugar perdido na minha memória...
que noites passaram?que momentos vivi?
que sentimentos me preencheram?
sinto que os perdi...que não existiram...
quem era eu entao?
talvez apenas um breve pesadelo de alguém que desejou fugir para sempre...

sábado, 30 de junho de 2007

Hoje percebi que os sentimentos são demasiado inevitáveis...hoje sinto mais do que nunca que jamais apagarei estes momentos da minha memória
E eles trouxeram rosas vermelhas...
Não havia mais nada para dizer...mas alguém ainda tentou dizer que ia ficar tudo bem...
E eles vestiram-se de negro e fizeram olhares tristes...
Que momentos inúteis depois...e eu fiquei ali parada na multidão...e não estava mais ali...
E eles fizeram todos olhares de pena...que mais podiam eles fazer?
Será que ainda me ouviste? Será que ainda me viste a olhar-te...
E ainda te vejo como te via antes...ainda caminhas a meu lado na escuridão...

E o seu espirito disse-me...




"Como o vento numa madrugada que não se sente...
Senta-te serena no topo da grande escadaria...
Não tentes salvar o mundo...é inútil...tenta salvar-te a ti própria do mundo..."



E era como se ele soubesse tudo o que eu ia dizer...tudo o que eu sentia...era como se a minha alma tivesse caída no chão...seca...vazia...perdida...era como uma enorme dor penetrasse a minha pele sem que eu a pudesse impedir...

Desisti de lutar ...
Pedi à morte um sorriso devorador...ofereci o meu sangue à noite que passava...
Mas a minha dor continuava a corromper os meus sentidos...
Eu não queria sentir mais nada...queria mergulhar no nada...ser apenas uma sombra no vazio...
Neguei a razão da minha existência...apaguei a minha imagem do espelho...dei as minhas forças á á agonia...
E ali fiquei a desejar ver o meu corpo a decompor-se...
Queria apenas fugir do mundo...salvar-me...

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Lembro-me daquele ultimo momento em que me senti em casa...e foi como aquilo que eu era ficasse ali...para sempre...foi como a minha alma me abandonasse naquele momento, como se não quisesse continuar mais comigo...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Prelúdio de uma morte...Parte II


Esperei tanto por este momento...
Um azul sem brilho a fluir no horizonte...uma luz morta a encendiar a noite...
E fui para sempre...não quis voltar...esqueci o passado...deixei as sombras perdidas no deserto...
As peças encaixaram-se todas e o espelho quebrou-se de novo...
Gotas de sangue arrancadas no chão...
Vi-te...encontrei-te...perdi-te...
Ao ver-te senti que os meus pés já não tocavam o chão...as minhas mãos eram agora meros reflexos da minha alma vazia...
Quis tocar-te...sentir-te de novo...mas não sei se era eu que já não conseguia sentir nada...o se eras tu que já havias partido...ou nunca ali tinhas estado...
Tentei construir o meu reflexo nos pedaços do espelho espalhados pelo chão...mas tudo o que vi foi um assombroso sorriso vindo do meu mais profundo pesadelo...
Sei que morri...tinha que morrer...tinha que me libertar do peso desta existência ...
E depois..a sensação doce do vazio...da liberdade...da eternidade...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

"Love is the red of the rose on your coffin door...What's life like, bleeding on the floor..."


Calm...storm...luxury...dust...
Silence...screams...agony …
Who am I now?
A Ghost...a shadow...
An empty soul lost with no shelter...
And I die…I die once again…
Fear…pain…pleasure...
I tremble…I shiver…
I cry…I bleed…
Like a crimson book…opened in a random page…
Like a lonely moonlight in an deep instant…
Like a rose fallen from heaven…
Like an angel sleeping at the cemetery gate…
Like a star that cannot shine…
Like your smile lost forever…your hands cold as ice…
Like my voice…clamming your name in the darkness…
Like my party dress floating in the lake…
Like that endless song…
Like your blood in my skin…
Like a long lost picture of your face…
Like these hurtful dreams…
Who am I now?
Who are you now?
Whispers...secrets...
Shadows in a forgotten valley...

Prelúdio de uma morte...


Antes que o tempo morra e a luz penetre os nossos olhares cansados...antes que a tua imagem saia da minha memória e o meu sangue seja o teu sangue...antes que o novo dia vazio regresse para nos assombrar ...e a dor... a dor que fica... seja tão poderosa que nada mais seja doloroso o suficiente para nos sufocar...antes que as luzes de presença sejam ligadas...antes de hoje....antes do fim...antes de um minuto em que o ar se esgota...antes que regresses ao tempo perdido dos amanheceres ilusórios...
Agradece a dor...
Agradece o vazio...morre... morre... morre...morre para renasceres...
Vão encontrar-te no final da festa...perdido entre os restos de felicidade imaginária...
Sentes esta chuva que cai agora sobre nós?
Consegues ver o sofrimento esculpido no horizonte?
Não, não foste tu...nem tão pouco fui eu...
Não, não é um pesadelo...nem uma ilusão...
Vê o teu nome escrito na frieza desta pedra sepulcral...
Vê o sangue que escorre nas tuas mãos...
Ouve os pássaros feridos que entoam o pranto das horas desesperadas...
Chegou a hora ....e antes que passemos a fronteira da sanidade...pintemos de vermelho as rosas que choram caídas no chão...deixemos que elas embalem a nossa solidão...
Caminhamos eternamente...
Eles ficaram para trás...observa-los ao longe...
Deixa-te agora apenas abraçar por este luar nu...
Dancemos agora para sempre neste vale de anjos adormecidos no pó...









sábado, 2 de junho de 2007

He said I should burn in Hell...

quinta-feira, 31 de maio de 2007

O mundo tem um sabor ácido...


Acho que me cansei dos carros...irritavam-me tanto naquele dia...mas não eram só os carros...eram as vozes e os olhares das pessoas...era aquele frio...e o relógio que teimava em não andar...acho que estava farta daquele sitio...mas não era só aquele sitio...era o mundo inteiro...tornara-se cansativo e inútil...tinha sono...mas não era só sono...era uma necessidade extrema de dormir...dormir muito e acordar leve...estava farta das pessoas que ficavam a olhar para mim...odiava-as...odiava-as tanto! Apetecia-me fustigá-las com um só olhar...gritar-lhes...dizer que eram nojentas...que me causavam náuseas...vómitos...eram inutéis...como todo o resto do mundo...o relógio que não andava...como se tivesse a conspirar contra mim...tinha a sensação de estar ali há horas, no entanto só tinham passado 20 min...Acho que estava a sufocar...as vozes das pessoas estavam a dar cabo de mim...como desejava que se calassem todos...que o mundo se silenciasse todo de uma vez...Eu estava a entrar em paranóia...todas as pessoas á minha volta tinham caras horrivéis de monstros devoradores de sonhos...apenas o sangue era deliciosamente seguro e quente...Pessoas chegavam e partiam...passavam..e ficavam á minha volta....todas me aborreciam cada vez mais...eu queria silêncio...era tudo o que eu queria...mas elas insistiam em falar alto...como me irrita as pessoas que falam mais alto que o silêncio...o som do silêncio é tão profundo...tão belo...tão intenso...mas há sempre pessoas dispostas a destruí-lo...

quarta-feira, 30 de maio de 2007

For I hear your voice...
For I hear your calling...
for now I've become your slave
Bring me the darkness that never ends...
The loneliness that will conquer my soul...
No more living in this cruel world...
No more breathing this poison air...
I'm leaving this torture...
For I've tasted hell...
For I've never been this high...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Devia ter lido mais vezes aquela frase...talvez agora tivesse uma solução para isto...Decorei apenas as outras palavras soltas e aleatórias e que hoje nada me dizem...

Sentado naquele banco do jardim naquele final de tarde, ele parecia abandonado...acho que perdeu as ilusões...decidiu afastar-se do mundo...

Procurei palavras para lhe dizer...mas apenas saiu silêncio...um silêncio demorado queapagaou o ar...



As folhas cairam...deixa-as afastarem-se levemente...sem pressas...



Era mais um daqueles dias vazios...

Ele, sim, sabia o que dizer...mas naquele dia limitou-se a dizer que sentia frio...

Acho que era um frio interno...que durava desde de sempre...

Acho que se afastou para deixar passar o tempo...

Porque partiste?

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Estavas de novo ali...á minha frente ...e eras tão real ...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Eterna caminhada na solidão...


E a sua voz era os múrmurios de uma noite sem fim...
E os seus passos percorriam a imensidão...
Partiu...e renasceu por entre o horizonte sombrio de um anoitecer...
Não mais falou nem chorou ...
Não mais regressou...
Perdeu-se para sempre num mar de folhas mortas no vento...
Penetrou depois a luz da escuridão...
Tornou-se o luar e o infinito...
Deixou para trás a violência da tempestade acordada no seu olhar...
Deixou para trás as brumas de um passado de lâminas intermitentes...
Deixou para trás o peso de um mundo desfeito aos seus ombros...
Voou para longe...
Foi com a noite...

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Horas de desespero...


Horas desesperadas...
estas em que estou aqui..e não sinto a minha presença...
em que me observo...e não me consigo ver...
em que persigo a minha sombra...e não me consigo alcançar...
Estou longe...
Não estou aqui...
Nunca estive...
Talvez nunca consiga estar...
Vejo-me agora...distante... envolta na névoa...
Olho-me ao longe...saciada em solidão...sou um fragmento de ilusões...
E quanto mais me olho...mais sei que não sou real...
Não me sinto...
Não sinto o peso da realidade na minha alma adormecida...
Não sinto esta dor que me corrói...
Horas desesperadas...
estas em que procuro por mim...

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Viciei-me na solidão dos dias que passam devagar...das longas noites de insónia...

E eu pensava que o que precisava mais era de tempo...mas tempo era, na verdade, o que eu tinha mais...tinha tempo até em demasia...apenas o deixava passar por mim sem o agarrar... e acabava sempre por perde-lo...Não me apercebia dos dias...perdia-os a fugir da realidade...não sentia as noites...perdia-as a flutuar em sonhos vazios...E pouco a pouco, eu já não sentia nada...excepto aquela apatia a entranhar-se em mim cada vez mais...e a minha solidão era sufocante!
E o que eu achava que precisava era tempo!
Tempo para encarar a realidade...tempo para as feridas cicratizarem e a dor passar...tempo para dizer tudo o que queria dizer...para ir onde nunca fora antes...tempo para ganhar coragem e encarar as verdades...tempo para deixar o passado para trás...tempo para sair do meu esconderijo e enfrentar a claridade...Mas o tempo acabava por me sobrar...mas eu continuava a não chegar a parte alguma...continuava presa numa confusão de momentos sem sentido...
Se ao menos tempo fosse o que precisasse mais...se ao menos me bastasse um dia para mudar tudo...se ao menos eu tivesse a força para abraçar o tempo...para o guardar em mim...e deixá-lo levar-me para onde eu quero ir...

Levaste-me contigo...

Matei-te...
Deixei-te ir simplesmente...
Não te vi olhar para trás...não senti o teu desespero a aumentar...
Matei-te...
Permiti que te afastasses...
E dói demais esta verdade...
Pesa-me demais o teu sangue na minha pele...
Fere-me demasiado esta lâmina na minha carne...
Sufoca-me demais o teu último fôlego...
Ficou demasiado escuro agora que os teus olhos se fecharam....
Quero gritar...mas não há mais voz...

Vejo-te a morrer uma vez mais...
o teu corpo caído a meus pés...e depois a flutuar na minha memória...
e depois olhas para mim...o teu olhar condena-me mais e mais...
E eu afasto-me...tento-te esquecer...mas estás sempre lá...
Chamas-me por entre as sombras da eternidade...

No fundo sei que podia ter mudado tudo...que podia ter-te impedido de partir...que podia ter dito que acreditava em ti...que não estavas a elouquecer...
E estavas tão certo...sempre estiveste...

E quando naquele dia te vi ali... caído no chão...desejei que aquele corpo sem vida fosse meu...
Se ao menos me tivesses dado tempo para te compreender...mas não tinhas esse tempo...não podias esperar mais...

E no fundo somos loucos...e a nossa loucura destrói-nos...destrói a nossa realidade...Somos loucos por não conseguir aceitar a realidade...

E agora que partiste...sei que estou a louquecer cada vez mais...

terça-feira, 10 de abril de 2007

Vazio de sombras esquizofrénicas...


E soube que eras apenas um sonho...no dia em que te tentei tocar e desapareceste no vento...
Soube que o teu sorriso era somente uma ilusão...no momento em que ele se diluiu na névoa...
Senti que o bater do teu coração não era real, quando o seu som se inundou na escuridão...
Percebi que eras apenas uma construção do meu imaginário...na noite em que te vi no escuro...e os teus olhos brilhavam como pequenas chamas queimando a noite...e os teus pés não tocavam o chão...e todo o teu corpo não agarrava a realidade...

E soube que eras apenas um pedaço de poeira dos meus sonhos...quando as tuas mãos me tocaram e senti o vento e a chuva...senti o brilhar das estrelas e a tempestade...
Senti a tua desfragmentação, no momento em que a tua voz atingiu o infinito...e as tuas palavras se transformaram em pedaços de luar...
E soube que não pertencias a parte alguma...e na verdade permanecias em todos os sitios onde eu estava...eras um segredo escondido...preso na eternidade de uma noite sem fim...
E quando vi que não eras real...tive a horrivel sensação de eu própria não existir...de tudo á minha volta ser apenas um vazio de sombras esquizofrenicas...senti-me rodeada da tua presença...e no fundo estava tão só...vi a tua imagem...ouvi a tua voz...senti-te a caminhar perto de mim...mas olhei para trás...e não estava lá ninguém...

E ali estava eu...como uma flor adormecida num túmulo...
a dissipar-me num véu de sonhos desfeitos...
a perder-me das luzes da realidade...
E depois não sei no que me transformei...
fui o vento gélido do anoitecer...
fui a chuva desesperada caindo sobre as velas...
fui a solidão dos ciprestes acordados na tempestade...
fui por fim a pedra fria do teu jazigo...
aquela que fere a eternidade como a tua memória...

Horizontes quebrados...

Pedaços de um sonho adormecido espalhados pelo vento...
susurros de um dia longínquo onde o tempo parou...
Música...vozes...dor...lágrimas...

uma imensidão de olhares que me ferem...
E depois o silêncio...o anoitecer...
a sombra de um momento distante...

E sou eu que fico aqui
perdida nestes momentos em que se quebram
os horizontes de sensatez...
Sou eu o barco que navega
no mar tempestuoso e frágil...
E és tu quem noite após noite faz crescer a tempestade em mim...
e sou eu que que fujo mais e mais do lugar onde estou presa...

sábado, 31 de março de 2007

Horas vazias...mergulhadas em obsessões...


A minha pele está a consumir-se...e não consigo dormir...se ao menos dormir fosse apenas fechar os olhos...o véu de uma noite sem horizontes cai sobre mim...tenho que fugir...
E não sei se isto está a acontecer...ou se estou apenas a sonhar...
As portas das trevas abrem-se agora para mim...e sou uma sombra flutuante neste jardim de espectros...
Rendo-me!
Estou aqui...não partirei mais...deixei o mundo lá fora a desabar...
E estou a cair...sinto o meu corpo a mergulhar nas chamas...e não sei se morri ou se me matei...e não sei se renasci ou se apenas me desfragmentei de novo...
Que se silenciem todas as vozes absurdas e vazias...que se apague esta luz que me fere a alma...
E as portas fecham-se e desta vez entrei...


Há algo que persigo incessantemente...algo que está aqui...e que se perde de mim...há algo que procuro insanamente...e quando mais me aproximo...mais distante parece estar...
Há algo que rouba a sanidade dos meus dias...algo que atropela os meus sentidos...
E é nestas horas horas vazias de breves pesadelos adormecidos que fujo de toda a realidade e tento esquecer as obsessões...mas é nestas horas que elas estão mais fortes...
É nestas horas de insónia desesperante que abraço os meus fantasmas...e sou uma página de um velho livro que se desgasta...a chama enfraquecida de uma vela ao vento...
E nas paredes abrem-se frestas que parecem sugar-me...
Há algo que me controla para além do que é possivel ou racional...algo que me prende com todas as forças e me perturba...e que se torna no meu desejo mais intenso...
E o que vejo agora são reflexos de imagens de momentos dolorosos...e tudo o que faço aqui é esperar por algo que jamais chegará...preciso que o meu sangue percorra a minha pele ...preciso de uma dor mais forte para me sentir viva...
Procuro-te por entre os túmulos adormecidos no pó...enquanto o teu corpo se decompoe ali debaixo da terra gélida...
Estas obsessões elouquecem-me!
Estou a perder toda a minha sanidade...
Se ao menos te conseguisse encontrar mais uma vez...se ao menos eu não sentisse o teu corpo a desfragmentar-se...
Se ao menos conseguisses voltar...
E é nestas horas vazias e despersas que sinto o frio da minha loucura a entranhar-se em mim...

quinta-feira, 29 de março de 2007

O último adeus...



Segue o teu rumo...não te vou impedir...não te direi uma única palavra...nem olharei para ti uma vez mais...vou deixar-te ir sem mágoas nem ressentimentos...vou seguir o meu caminho também...vou morrer daqui...jamais olharei atrás...vou apagar de mim estas memórias...não tentarei voltar e peço-te que faças o mesmo...Deixa que fique apenas esta sombra invisivel a pairar sobre nós...deixa que esta porta fique fechada para sempre...deixa que nada mais importe e que o vazio nos sufoque...deixa-me aqui...perdida no tempo...enquanto te vejo a afastares-te...sabes que é melhor assim...agora que não há mais lógica nos nossos olhares, que nada restou excepto esta frieza nas palavras... e estes suspiros que nada mudam...
Deixa que este seja o último adeus...aquele em que viramos as costas e jamais ousamos olhar para trás...aquele momento em que tentamos disfraçar a tristeza para ser mais fácil...ainda que as lágrimas nos doam nos olhos e nos pesem na alma...
Não te odeio...apenas decobri que o adeus é a cura para toda esta minha solidão e toda esta minha angústia...descobri que deixar-te ir é a unica forma de conseguir continuar a viver...
Vamos fazer com que este momento seja o definitivo...vamos encerrar com correntes o passado...para que ele não regresse para nós...
Adeus...quero que vás...que te afastes eternamente do meu horizonte...
Adeus...

quarta-feira, 28 de março de 2007

As vezes procurava-te...outras vezes não sei como encontrava-te apenas sem te ter procurado...outras vezes deixava-me mergulhar na dor...outras vezes pensava...e de novo penso agora...talvez apenas para me torturar...
As vezes relembro-me de quando o tempo era fácil e doce...quando os dias não pesavam em mim...eu sonhava com este dia...com o dia em que deixaria tudo para trás...

segunda-feira, 26 de março de 2007

Luz utópica de um amanhecer...


Há uma luz na escuridão, um foco de sombras incandescentes quebrando muros...há uma imensidão de palavras geladas...uma dor repentina crescendo no vazio...há uma noite que passou...há uma cor que ofusca o luar, um véu de estrelas luminosas...há uma voz sem eco no nada...há uma solidão de olhares perdidos...há um sopro demorado de gritos apertados na solidão tempestuosa...há um tempo fragilizado num simples momento de loucura...há um desespero de longos segredos susurrados em sonhos...e há um mundo todo...um espaço infinito...um tudo que nunca acaba...há uma alma solta na noite...um espirito leve emaranhado nas sombras...e depois deste momento não há mais nada...depois desta eternidade...tudo se esgota...e eu ainda aqui estou...enfeitiçada por esta luz...e o que há para além dela são apenas fragmentos de breves pesadelos...e eu tento ir para além desta madrugada incessante...desta luz que acalma este horizonte e perturba a minha sanidade...e há uma chuva que cai sobre mim...há um reflexo de dor nas margens inflamadas que ardem na maresia incurável...e há medo e loucura...há este momento vão apenas...esta inconstância..um trágico vazio de luzes ilusórias...

sábado, 24 de março de 2007

Uma palavra...


Uma palavra apenas para mudar o curso da história...e depois tudo continuava como sempre...como nunca...uma palavra apenas...breve e que num só gesto devorasse o mundo...uma palavra que não doesse...e que pela primeira vez fizesse sentido...


Dizer apenas que acordei...era só um sonho mau...

Dizer apenas que toda a dor passou...

E agora estou cansada...cansada de palavras vazias...e olho o mundo aqui... do meu castelo de solidão...e tudo dói...
Ouvir aquela música vezes sem conta...e estremecer a cada palavra...
Chorar...chorar as memórias que me matam por dentro...
Uma palavra...que escuto aqui longe do tempo...
Uma palavra em busca de liberdade...mesmo que depois fique tudo igual e me torne de novo uma infeliz...
Uma palavra em que descubro que não nasci para lutar contra o presente...
Uma palavra...para cada vez que desisti de viver...
Uma palavra em que peço um desejo á primeira estrela do crepúsculo...e depois digo adeus...com uma só palavra...e um instante de sentimentos vãos...
Acordei...era apenas um sonho mau...

terça-feira, 20 de março de 2007

Sufoco...

Se ao menos eu conseguisse transpor para palavras tudo o que sinto...talvez esta dor fosse menos forte...

sexta-feira, 16 de março de 2007

Se eu podesse mostrava-te que estava errada e tudo ficava bem...se eu podesse voltar atrás dir-te-ia que nada do que fiz faz sentido agora para mim...que foi tudo um erro...mas agora é tarde...tarde como nunca foi...

terça-feira, 13 de março de 2007

Morrer...


E estava tudo escrito naquela folha de papel...as minhas angústias...as minhas tragédias...a minha insensatez...as minhas desilusões...o meu desespero...a minha dor...estava tudo...e eu não compreendia...


Morrer então porque a morte se havia tornado uma obcessão...e as obcessões destróiem e ferem...
Morrer...sim morrer...como quem se despede de uma tortura...como quem foge de uma dor inevitável...
Morrer...para sempre...
Morrer das coisas que já não têm saida...
Sentir o corpo e a alma a fraquejar...mais e mais...
Morrer...matar toda a inconformidade...matar um olhar perdido...
Morrer...ver o corpo a desprender-se de uma sombra vazia...
Não é dificil morrer...quando na realidade nunca se viveu...
E aquelas luzes teimavam em atormentar o meu sono...
Aquele ar continuava a sufocar-me...e eu já não queria respirar...
E aqueles sons não paravam de me perturbar...
Não se pode simplesmente desaparecer quando já não se quer mais estar ali?
Sim...morrer...
Morrer...porque já não há nada fazer...
Morrer quando a vida só nos põe doentes...
Morrer...quando aquele dia em que planeamos que tudo vai correr bem...tudo desaba em cima de nós...
Morrer...porque acaba por ser a unica solução...
Morrer...porque fugir é sempre mais fácil...

segunda-feira, 12 de março de 2007

O meu objectivo nunca foi este...nunca desejei isto...ainda que por vezes possa parecer que atingi o auge da minha felicidade doente...não...e quando simplesmente não penso...nada existe...e tudo continua na sua insustentável monotonia...e quando as luzes se revoltam nos espaços obscuros da minha inrealidade...e quando as correntes de um sono ensurdecedor se quebram em lâminas insaciáveis que adormecem em mim...nada mais que sou que um suspiro de morte...uma tempestade inremediável...um vazio de sombras moribundas...

sexta-feira, 9 de março de 2007

E nada mais importa!

E mais uma vez me cansei desta vida ridicula...das pessoas á minha volta...mais uma vez não quero olhar para nada...quero apenas ficar presa na minha incosciência...
Mais um passo em vão... e nada mais importa...nem este dia que cresceu em meu redor...nem mesmo esta noite que chegou sem avisar...não quero pensar em nada...porque por mais que pense...nada é suficiente para me fazer chegar a um ponto de consenso nos meus pensamentos...
Que venham os dias...as noites...os meses...os anos...que se sucedam uns aos outros sem que eu sinta...nada mais me importa... o que penso...o que digo...ou o que faço...tudo é inutil...
Já o era antes...mas antes ainda havia momentos de esperança...ainda havia uma força para acreditar que tudo podia melhorar...

quinta-feira, 8 de março de 2007

Hoje não consigo exprimir nada do que sinto...há um vazio...as palavras atropelam-se...e por mais que tente não há uma que faça sentido...não há uma que mostre um sentimento que dói em mim...

quarta-feira, 7 de março de 2007

"O seu espirito disse-me: Tu crias as tuas próprias angústias"


E pensar que sou eu que faço os meus dias tristes...que de entre todas possibilidades eu simplesmente escolho as piores...e pensar que ás vezes não preciso de mais nada...apenas de chorar...de estar sozinha...bem longe do mundo...e saber que eu poderia escolher outros caminhos...mais fáceis...mas não consigo...nem tento...
E sentir bem dentro de mim...um mundo de contradições...sentir que a tristeza e a dor me fazem sentir bem...me dão prazer...e sabe-lo a toda a hora...dia após dia...que vai ser sempre assim...
Saber que nada mais que procuro a não ser solidão...que nada mais a minha alma deseja...
Saber que quando todos os fantasmas ascendem á superficie...eu não posso simplesmente continuar...como se nada se passasse...não posso ignorá-los...
Sentir que as situaçoes estão sempre fora do meu controlo...que ainda que tente por uma vez...acabo por falhar...
E sentir que dói...que dói muito...mas querer sempre continuar neste ciclo de tragédias...

terça-feira, 6 de março de 2007

Chegou a hora de deixar tudo para trás...

segunda-feira, 5 de março de 2007

Um dia que nunca aconteceu...

As consequências de um dia que nunca começou...

Saí de casa...mergulhei naquele ar puro e leve daquela manhã calma e doce...senti o dia a começar na minha pele...ao caminhar por entre aquelas ruas desertas os meus passos eram confiantes...olhei á minha volta e senti-me bem...a luz do dia crescia em mim...e eu sentia que tudo ia ser feliz...entrei em sitios que tentava evitar todos os dias...falei com as pessoas que sempre ignorava...sorri para aqueles para quem normalmente nem olhava...gritei bem alto tudo aquilo que sentia...e disse todas as palavras que me pesavam...ouvi aqueles que pensavam de forma diferente de mim e tentei compreende-los...sorri muito...e pensei em momentos alegres...caminhei de cabeça erguida sem medos...não odiei ninguem só pelo facto de exisitir...e também não me deixei levar por julgamentos precepitados...fui até ao fundo das coisas...e escutei a sua essencia...respirei bem fundo e absorvi a energia daquele ar...estava confiante...senti que tudo só podia correr bem naquele dia...e era um dia solto...que podia durar anos..ou até a vida toda...caminhei devagar...reparei em tudo o que nunca via...mergulhei em todos os promenores...esqueci o antes...não pensei no depois...permaneci apenas envolta no presente...fui onde queria ir...sem pressas...sem preocupações...a noite caiu sobre mim...e eu estava feliz...a minha alma estava longe de quaisquer angustias...e continuei a caminhar pelas ruas absorvidas pela luz escura da noite...voltei para casa...e olhei-me ao espelho...e vi o meu reflexo a sorrir para mim...deitei-me e adormeci sem ficar acordada com a violência dos meus pensamentos...e sonhei...sonhei com melodias calmas num mar sereno...

E foi um dia perfeito...um dia que nunca existiu...se tivesse existido jamais seria perfeito...apenas os momentos que nunca aconteceram são replectos de perfeição...coisas que idealizamos...ou que simplesmente achamos que seriam mais correctas fazer...que iam mudar tudo...ou fazer-nos menos infelizes...e ficamos apenas com as consequencias...na nossa cabeça...ficamos a pensar como seria ser mudássemos pequenos promenores do nosso comportamento...na forma de olhar de olhar para as coisas á nossa volta...nas palavras que dizemos e no jeito que as dizemos...nas pessoas que escolhemos para estar...e naquelas que simplesmente apagamos da nossa existencia...nos sitios que vamos...na nossa forma de andar...nos nossos sorrisos artificiais...como seria se um dia de repente decidissemos fazer tudo o que nunca fazemos nos outros...um dia para ir por outro caminho...um dia para usar um penteado diferente...para nos contradizermos...um dia para escutar aqueles que nunca escutamos...um dia para fazer tudo aquilo que achamos que é perda de tempo...mas um dia assim nunca poderia acontecer...

sábado, 3 de março de 2007

Imagens mudas...

E de novo estas imagens...e o que me dói mais é não saber se são reais...mas no entanto nada antes foi tão real para mim como elas... e sei que por mais as tente apagar...elas jamais vão desaparecer da minha cabeça...e digam que estou louca...sim devo estar...e uma após outra elas sucedem-se á minha volta...e não estou mais aqui...elas levam-me para longe...estou num espaço e num tempo que não existe nesta realidade fria...
Dói perder o controlo da realidade...não saber sequer se o que sou é real...se este mundo á minha volta existe...e alguém me diga se eu estiver a elouquecer...as palavras que escrevo não fazem sentido...são cada vez mais dolorosas...são pequenas facas que me cortam alma...são chamas inconstantes que me queimam por dentro...e já não sei mais o que dizer...os meus pensamentos...já não os consigo descrever em palavras...mas talvez agora seja melhor o silêncio...agora que nada do que eu escreva vai conseguir fazer com que me sinta melhor...nenhuma palavra vai conseguir alcançar a minha dor...e sou um vazio sem consolação...
E desejo um dia poder alcançar a realidade...olha-la de frente e senti-la...

E era Dezembro...



Depois de uma noite longe do tempo...apercebi-me que não me restavam muitas mais opções...e era Dezembro outra vez...a chuva caia fortemente na minha cabeça... e era uma presença assustadoramente doce...e de repente o mundo fechara-se de novo para mim...e eu estava de volta áquele hospital...e todas aquelas pessoas olhavam para mim como da primeira vez...olhares vazios...de pena...e odiei-os novamente a todos...e senti que eles eram os verdadeiros loucos...não eu! Permaneci fechada do mundo mergulhada na minha própria insanidade...e sabia tão bem... aquela insanidade com toque de liberdade...e caminhava sozinha entre aquelas paredes que caiam sobre mim...e os meus gritos eram silêncios dolorosos...e aquela cadeira vazia esperava mais uma vez por mim...e sozinha na minha loucura senti que nunca estivera tão sã...mas eu já não via nada...nem aquelas gotas de sanidade momentania...eu era um espectro...flutuando naquele castelo de espaços mortos...trágicos...vazios...momentos de loucura...e finalmente adormeci...e depois não sei se vivi isto tudo ou se apenas imaginei estes momentos para me conseguir sentir louca o suficiente para me magoar...
Tinha que haver uma razão para aquilo ter acontecido...mas todos acharam que era muito melhor esquecer as razões...ninguém se importou...e eu continuava a pensar...a elouquecer...o espelho estava partido mais uma vez...e desta vez eu não conseguia juntar as peças...a situação estava fora do meu controlo...Fiquei com a sensção que te tinha matado...que tinhas morrido apenas para me castigar...para me mostrar que era eu que sempre estive errada...E as portas estavam fechadas...e eu queria fugir...para longe...mas não me conseguia afastar de ti...do teu corpo caido no chão...pensas que eu desejei aquele momento?
E eles faziam-me perguntas que eu não compreendia...queriam respostas que eu não tinha...e ainda achas que eu me estava a divertir?

e eu só precisava de um pouco mais de sanidade...mas nada mais restava...e eles fecharam as portas...e acharam que assim a situação ficaria resolvida...eles nunca se importaram...e eu tinha que sair dali...

sexta-feira, 2 de março de 2007

Desfragmentação da consciência...

E eu pensava que podia controlar tudo...um copo partido no chão...manchas de sangue na parede...folhas de papel espalhadas pela cama com palavras de desespero...lá fora um dia completamente vazio...e eu ainda pensava que nada daquilo podia acontecer...e agora era a unica testemunha...não fui capaz de dizer uma unica palavra...já não havia nada para dizer...o tempo parou naquele momento...e nada mais importava...e eu não podia controlar tudo...nem mesmo aquele trágico suspiro do dia a cair sobre mim...e para onde fui? onde me escondi? apaguei-me da realidade...tinha que esquecer aquele momento e tudo o que ele carregava...mas não podia...nada podia ser apagado...nada podia voltar a ser igual...nada do que eu sentia era igual...
E acho que desejei morrer...mas fiquei apenas a ver a desfragmentação daquele sentimento...a desiquilibrar a minha consciência...e tinha que me manter acordada...mas acho que adormeci...
E são pensamentos sem sentido os que tenho agora...já o eram antes...mas eu nunca tinha pensado nisso...nunca os tinha visto como vejo agora...e tudo o que sinto em mim são contradições...

quinta-feira, 1 de março de 2007

Ele estava morto…
Mas que poderia eu ter feito?
Penso que ele já estava assim há anos…naquele dia só decidiu parar de respirar…
Um dia antes disse-me que ia ficar tudo bem…que aquilo era apenas o inicio…
Eu acho que sempre o soube…
Ele estava morto…não há outra forma de dizer isto…
Ainda o chamei…mas na verdade não acreditei que ele respondesse…
Tu gritavas…insistias que ele ainda respirava…mas sabias que não…
Ainda me lembro de tudo…como se fosse hoje…e lá estávamos de novo a viver o nosso momento de loucura…desta vez era a sério…
Ele desta vez tinha-se superado…
Sei que ainda hoje não acreditas…preferes fingir que ele está enclausurado no quarto…
Sim…também eu não acreditei durante muito tempo…gostava de imaginar que ele continuava lá…
Lembras-te como todos reagiram?
Disseram que ele era um cobarde…eles nunca entenderam…nem nunca irão entender…
E ele estava morto… e no entanto não me lembro do ter visto como tal…era belo aquele momento…lembro-me de lhe ter tocado…e de sentir o gelo de todo o seu corpo…e por um momento eu era ele…lembro-me de ter ficado durante horas a olhar para ele…lembro-me de nada mais parecer existir naquelas horas…
Sempre o soube…o corpo dele era apenas um túmulo de uma alma decadente e moribunda…não poderia acabar de outra forma…
Um dia ele dissera-me que tínhamos que parar…nada do que fazíamos fazia sentido…que um dia um de nós ia ter que partir…e fiquei com a sensação de que não foi ele que partiu…ele continua por aí…fui eu que parti…acho que era o que ele me queria dizer naquele dia…
Ele estava morto…e no entanto nunca parecera tão real…
Ainda hoje achas que a culpa foi minha…que eu esperava aquele momento impacientemente… que eu o conduzi…e olhas para mim como se eu pudesse ter feito qualquer coisa…como me olhaste naquele dia quando o vimos ali deitado no chão…olhaste para mim e o teu olhar foi tão forte que me senti uma assassina…
Não…no fundo sabes que não tive culpa…apenas preferes acreditar que houve alguma razão…sempre procuraste uma razão…mesmo uma que não tivesse sentido…
Sim…ele está morto…será que consegues aceitar?
Sabes que era tudo o que ele queria…
E ficámos de repente ali…no silêncio á espera que algo acontecesse…que ele “acordasse”…mas na verdade ele já tinha acordado…
Sabes que me dói as memórias…assim como te dói a ti….
Aquelas palavras escritas na pequena carta que nos deixou junto ao seu corpo…ainda hoje as lembro todas…

Tentei ficar com um sorriso…para que quando entrassem e me vissem aqui…eu estivesse a sorrir para vós…
Não adianta mais procurarem-me…ainda que não esteja longe…mas procurar-me agora seria uma perda de tempo….
Parto sem remorsos e arrependimentos…e por dentro estou a sorrir…como nunca soube o que era sorrir…
Sabem que no fundo não tarda muito a estarmos juntos de novo…porque isto é apenas o inicio…o início do nosso maior momento de loucura…
Chegou a altura de tudo o que se move e grita dentro da nossa mente se tornar real...
Sim…ele estava morto…e com ele… nós também…






"Sabes o que ele me disse várias vezes , sem pronunciar uma palavra; sabes qual era o âmago do transe em que ele me pôs, de modo que os meus olhos só olhassem para ele e ele me puxasse como se o meu coração estivesse numa corda.(...)
Sabes que ele disse que eu devia morrer(...) Virei-me tão depressa que fiquei sem respiração(...)Eu não conseguia disfarçar os meus sentimentos a esta resposta(...)O mal é um grande golfo perigoso em que se cai com o primeiro pecado, indo até ao fundo(...)é escuro e vazio. E não tem consolação(...)Eu não sabia que sabia que pensava estas coisas. Disse-as agora com os meus pensamentos . E são os meus sentimentos mais profundos que tomam uma forma que nunca teriam(...)se eu não os tivesse pensado(...)Algo se quebrou dentro de mim(...)"
"Misturamo-nos com a noite.Temos um brilho de funeral..."

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Espreita pela janela...estou contigo o tempo todo...



Sabes...quando o dor é muita e já nem a sentes? Já não sentes nada...estás absorvida num nada que te corrói...o teu ollhar é vazio...estás ausente...nunca estiveste aqui...estás noutro sitio...todo esse vazio acabaria se estivesses nesse sitio...mas por mais que o tentes trazer para ti...nunca consegues...nunca é suficiente...esse sitio não está em parte alguma...


Preciso de esquecer a beleza da dor beleza da dor...e todo o sofrimento será aliviado...


Anjo dos meus pesadelos...como as tuas lágrimas preenchem a minha alma...não posso apagar a tua dor...estamos sepultados nesta tragédia...


olha além da fortaleza...nada mais há que um vazio negro...mas tenho que ir...





Lágrimas de pedra

Seguem-me por dentro...

Luar que arde em mim

e me condena a este caminho...



Esta sombra ainda me presegue....


Quando te sentir comigo


estarei mais perdida


do que agora


e todo o meu sangue


será tua posse...




E de repente todas as estátuas se quebraram...o vento gélido cresceu...e a chuva começou a cair...


podia ser menos doloroso?


podia aquela eternidade trazer alguma serenidade?




Aqueles que não vêem...aqueles que não sentem...aqueles que não sabem....jamais irão entender...

Mais um dia...ou não...

Eu podia simplesmente não dizer nada...era mais fácil...e tudo continuava na mesma...e era feliz...eu podia ignorar os meus pensamentos...fingir que nada me ocorre em mente...e era normal...eu podia dizer as frases que todos dizem...acreditar nas coisas simples...não ir por caminhos sombrios e complicados...podia criar uma persongem diferente...de alma vazia... de olhar limpo... era mais fácil...podia gostar da parte sã da vida...e acreditar que eu própria também podia ser tão sã quanto quisesse...mas na realidade seria fingir demais...seria esquecer-me demasiado de mim...ocultar aquilo que sou...
sei que a maioria das pessoas não me compreendem...nem nunca irão compreender...antes achava que isso seria algo terrivel...estar condenada a uma vida inteira de incompreensão...mas hoje não penso muito nisso...na verdade eu não entendo a maioria das pessoas também...e tenho a certeza de que elas não se preocupam com isso...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Libertação...o fim da dor...


Sinto como se tudo tivesse desabado sobre mim...ondas de gritos perturbadores enchem a minha cabeça...a violência das vozes é ensurdecedora...afasto-me de novo...como se nada valesse a pena...e não vale mesmo...
afinal já não sinto nada...tudo o que eu pensava que sentia era apenas uma ilusão...talvez um sonho que inventei para não cair no vazio...
a verdade é que nunca senti nada...nem esta chuva que de mansinho vai caindo sobre mim...nem este vento que cresce mais a cada passo que dou..nem estas lâminas cravadas no meu peito...já não há dor nem mágoa...até as lágrimas secaram...já não ouço os gritos nem as vozes...estão longe...ou nunca existiram...já não pertencem ao meu mundo...
estou livre agora...inventei para mim uma vida que nunca me pertenceu...e agora que acabou sinto que jamais vou querer voltar...
lua... que me olhas aí do alto...lua...dona desta noite sem fim...ainda te tenho como companheira nesta minha jornada para o infinito...lua..rainha desta escuridão interminável...só tu iluminas este meu caminho para a libertação...e está tão longe...e nunca esteve tão perto...
sim...todos os meus sonhos desapareceram...escondem-se agora em cada uma das minhas cicatrizes...sim, até a minha sombra não caminha mais a meu lado...sim, os meus passos já não deixam marcas...sou uma existência vazia...mas um vazio que me acolhe e protege...deixei para trás tudo o que me magoava...quis que assim fosse...agora só me resta esta melodia imortal e este luar...para quê sacrificar mais a minha alma? nunca fui real...nunca estive presente nos dias...perdi a noção do tempo... que nem sei se existi realmente...
agora...libertei-me da minha inexistência...desprendi-me do meu corpo solitário...e fui mais além do meu olhar...
agora...esta solidão eterna sabe a liberdade...

Salvação


Talvez precise de mais veneno...ainda não foi suficiente...ainda respiro...ainda consigo abrir os olhos...talvez mais um corte e tudo fique bem...desta vez mais profundo...para que sinta cada pedaço de dor a penetrar a minha alma...mais uma gota de sangue a escorrer pelo meu corpo...e estarei salva...e nada mais importa...agora que mergulho no meu sangue e fujo da realidade...agora que a minha alma está condenada, nada mais há a esperar...talvez só mais um momento de dor apague toda uma vida de desilusões...sim...agora sinto que estou salva...
Não sei para onde vou...caminho agora aqui sem rumo...talvez encontre um novo anoitecer sereno e me deixe perder de mim...
quanto tempo mais vais ficar aí?
nada disto tem sentido...
adormeço agora para jamais acordar...e sentir-me a abandonar o mundo dá-me calma...fico mergulhada uma paz trágica e infame...
a tua sombra não é leve na minha existência...o teu olhar é carregado de vazio...
olho-me ao espelho...e estás lá...olhas-me com medo...e eu tento apagara tua imagem...
ainda sinto o teu sangue espalhado pelosmeus olhos...ainda te vejo a desvanecer uma e outra vez...preeenches os meus pesadelos com palavras que quero esquecer...
e sei que no fundo a tua dor...faz parte de mim...
sabes que me incomoda cada pedaço do dia...cada palavra...cada suspiro...
que as vezes desejo tão fortemente fugir...
dói-me agora...mais do que alguma vez me doeu...e parece que jamais vai parar...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Vasculhando no baú do passado...com raiva destas memórias...

Sei que por mais coisas que diga vou sempre continuar na mesma...há pensamentos que não consigo deixar para trás...
Mas agora está tudo como devia ser...passados estes anos todos...o teu equilibrio está estabelecido...a tua vida continua da forma que deve ser...e eu o que posso dizer? que isto é inutil...continuar presa a esta memória ridicula...o passado é inutil...
só gostava de esquecer...sim esquecer completamente...era apenas o que chegava...sem lembranças...não há dor...
este sentimento sempre foi inutil...estupido...sem razão...mas agora definitivamente...ainda é mais...cada vez mais se torna insuportavel e sem fundamento...
quanto tempo é preciso para apagar uma pessoa da nossa memória?
este tempo todo devia ser suficiente...
não é que precise de ti...porque não preciso mesmo...a sério que não...apenas precisava de te esquecer...e deixar a minha vida continuar normal...bem...como a tua...
é injusto isto...tantas vezes já me revoltei contra ti...mas na verdade não é culpa tua...era mais fácil que fosse...assim podia culpar-te...odiar-te o mais que pudesse para me sentir melhor...mais forte...mas não...a culpa deve então ser minha...é a única solução...mas culpar-me também não me ajuda muito...
sabes...pensar em ti agora ...AINDA...deixa-me mesmo doente...porque não faz sentido...nunca fez...mas agora é ainda pior...
os anos passaram...e esteja onde estiver...faça o que fizer...acabo sempre por me lembrar de ti...apesar de não te ver...de teres desaparecido completamente da minha vida...isto é mesmo ridiculo...não me canso de pensar que é mesmo...




sim... continuas a tornar os meus dias cinzentos...
são inúteis todas as recordações do passado…é inútil amar-te ou odiar-te agora…é inútil o que penso agora…ou o que significas para mim…na verdade agora somos apenas dois estranhos…

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Ciclo Imortal


Estás aí...
e eu estou aqui...
estamos perto...e podemos tocar o horizonte escuro á nossa frente...
mais uma noite...e somos eternos...
caminhamos sem parar...e acabamos por voltar sempre ao mesmo lugar...
e continuas aí...e eu permaneço aqui...tal como no inicio...
se ao menos tu me visses...se ao menos eu te olhasse...
se ao menos as barreiras se quebrassem...
nem os tumulos que se abrem para nós acalmam esta solidão...
o silêncio inunda-nos...e mergulhamos no canto dos corvos....que nos levam por entre as fronteiras deste jardim de lágrimas mortas...
e permanecemos aqui...neste ciclo de doces torturas...de sonhos esquecidos...de memórias apagadas...
o tempo já não importa...tudo agora é para sempre...até este vazio e este sufoco de dor...
absorvemos a musica dos espiritos que repousam na nossa voz...
Deixamo-nos dissipar neste santuário das trevas...neste paraíso ferido...perdido algures na eternidade...