quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Devemos dizer tudo…pronunciar cada palavra…
Deitar cá para fora tudo o que nos atormenta cá dentro….
Depois ficamos frágeis….nus…como se a nossa pele estivesse exposta de repente a todas as intempéries sem que nada a pudesse proteger…somos uma carcaça caída no chão…
Mas dizer tudo o que sentimos, liberta-nos…nunca poderemos culpar-nos das coisas que não aconteceram porque nós ocultámos algo...
Temos que dizer tudo o que está dentro de nós…tirar as máscaras…soltar as amarras…caminhar em frente…de cabeça erguida e passos firmes…
O que foi…ficou…bom ou mau…
Seja o que for o efeito que as nossas palavras provoquem…estão ditas …para o bem ou para o mal…
Que as palavras sinceras nos libertem…nos tragam noites de sono descansado…e dias de olhares seguros….
Que as palavras sinceras tornem a nossa viagem mais cómoda…com menos bagagem…

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Pouco a pouco as coisas que me tiravam o sono deixaram de me visitar…como se se tivessem cansado de mim…ou fui eu que me cansei delas…

Espera até ao dia em que consigas finalmente
brilhar no meio das sombras…esse dia pode demorar anos…uma vida toda…mas vale a pena esperar por ele…porque um simples momento de brilho vale por toda uma vida de enclausura…

Há um dia em que alguém bate á tua porta e te atira pedras contra á janela e que te acorda para coisas sobre as quais dormias até então …e sais à rua levando na mão as pedras que te atiraram e fazes delas a tua nova arma…e vês tudo de uma forma diferente…

Não adianta que os outros te digam que ainda é cedo para lutar…tu sabes que o cedo ou tarde é relativo…


E pouco a pouco os dias foram parecendo menos sufocantes…senti que depois de um pequeno esforço as coisas sempre estabilizam…


As coisas não são assim tão más como podem parecer, acredita…

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Para me sentir bem …nada mais fiz que perceber que eu era uma pessoa completamente banal…sem nada de interessante para contar ou para se destacar no meio da multidão…a partir do momento em que me apercebi de tudo isso, nada mais me atormentou…aceitei o facto de ser uma pessoa normal…aceitei a realidade em mim e decidi que o meu lugar era no meio do todo que me rodeia…
A maioria dos nossos problemas e complicações, somos nós mesmos a criá-los…dia após dias vamo-nos convencendo de que há algo errado connosco…não temos coragem suficiente para nos aceitarmos…criamos histórias e dilemas existenciais a nosso respeito…mas no fundo não nos apercebemos que somos apenas carne… ossos…sangue…respiramos todos o mesmo ar…precisamos todos de comida…temos todos que dormir e respirar…a verdade nua e crua é que somos todos animais…selvagens que vagueiam por aí no meio da civilização…

domingo, 26 de outubro de 2008

As ruas estão vazias…caminho… caminho e não chego a lugar algum…bato a portas que não abrem…sento-me em bancos de jardins abandonados…depois caminho mais…sem que ninguém apareça...mas não estou só…jamais estarei…estás comigo…estarás sempre…

Se tu não fosses o que eu queria …deixava-te ir ao sabor do vento de cada anoitecer… mas não posso…não consigo sequer imaginar a minha vida sem estar a pensar no que poderia ser…mas eu não consigo imaginar a minha vida sem ti…sem me olhares…sem te ver sorrir em casa dia

Se eu pudesse dir-te-ia que as coisas nunca são como tu idealizas….tudo se dá de uma forma que não podes controlar porque nada é como deveria ser …é melhor esqueceres tudo o que viveste tudo é morto e inútil e insuportável…

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Eu vou… sem saber para onde vou…pela primeira vez sigo em frente sem planos e medos…o que passou …ficou passado…apenas espero o que virá…nada mais me importa…vivo para o hoje…o momento imediato…

domingo, 19 de outubro de 2008

Descobri...

...descobri que viver sabe bem...

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Vamos acreditar que as coisas ainda não perderam o sabor…


Vamos acreditar que este momento agora sabe a presente e não está carregado de fragmentos do passado e do futuro…


Vamos acreditar que as coisas ainda têm sabor…

Sabor a amanhecer…sabor a luar…sabor a limão…sabor a açucenas…sabor a céu azul…sabor a água fresca…sabor a terra molhada…sabor a folhas de Outono…sabor a CASA…

Vamos acreditar que as coisas ainda têm aquele sabor dos longos dias de Verão da infância …



Vamos acreditar que a vontade de saborear as coisas ainda permanece…