quinta-feira, 29 de maio de 2008

Hoje sinto-me…

Ou será que não me sinto?

Hoje ouço todas as palavras que nunca antes eu tinha conseguido ouvir…e sinto-as como nunca as tinha sentido…vejo-as na sua plenitude…

Vezes sem conta digo a mim mesma que estou a enlouquecer…ou deveria dizer para não me preocupar que não estou a enlouquecer?

E tudo segue o seu curso certo…e eu sinto que estou a perder o controlo dos meus passos…


Hoje definitivamente não me sinto! Não estou em mim…não compreendo o vazio que me devora silenciosamente…


Olho á volta…e sinto o caos a instalar-se em todos os pormenores que me rodeiam…

Está aí alguém?
Eu não estou….
Procuro incessantemente por algum sinal…uma reacção …
Apenas palavras se elevam dos destroços no chão…e me fitam…

Dia após dia a minha razão de desmorona um pouco mais…

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Eu poderia ter continuado em frente…o tempo apaga tudo não é?
Poderia não ter olhado para trás…poderia ter deixado as peças caídas no chão…

E aquele dia atropela-me hoje…

E não sei mais o que fazer…

Não sei se fui eu que desejei isto tanto que acabou por acontecer…

E eu tentei apagar as memórias, a sério que tentei…

As vezes imagino que nunca exististe…que foste apenas um pesadelo que tive…
Se ao menos ao não ver-te…eu pudesse esquecer-te…

E não é que a tua felicidade me deixe infeliz…não…

E não é que te odeie…não poderia mesmo que quisesse…mas estou cansada de me torturar…o tempo passa e sinto que estou a perder a noção de tudo…

És …já nem sei o que és…cansei-me de definir-te…ao principio definia-te…e encerrava o assunto… e continuava…e sabia o que eras…mas hoje não te consigo definir…e a sério que já tentei…e como não te consigo definir…sinto-me fustigada por pensamentos incoerentes…

Estás aí…e eu estou aqui…e as coisas parecem estar na perfeita harmonia…dizer que me flagelas a alma por entre esta distância toda, seria demasiado absurdo…não poderia dizer-te isso…
Mas isto tudo por si só é absurdo…eu escrever isto....

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Não tem que haver uma lógica, pois não?
Eu posso estar aqui agora e achar isto tudo á minha volta extremamente estranho…mas no entanto isto ser puramente natural…
Eu não tenho que ter sempre palavras para descrever o que sinto, pois não?
Eu posso simplesmente permanecer no silêncio e continuar a sentir imenso…se eu disser alguma coisa vou estar a limitar o que sinto…escolher uma palavra em vez de outra…muda tudo…
Eu não sei…a sério que não sei…as ideias estão desarrumadas na minha cabeça…eu penso mas não digo…e digo mas não penso…e outras vezes digo exactamente o que penso e penso exactamente o que digo…e não sei se alguém consegue notar a diferença…
Somos tão vazios…vazios… e em simultâneo tão complexos…caminhamos no tempo…e o tempo caminha em nós…caminhamos por vezes tão iludidos a pensar que estamos a enganar os outros…quando na verdade só nos estamos a enganar a nós próprios…
E eu por vezes não sei o que fazer…mesmo havendo tanto para fazer…eu poderia me levantar agora…sair de casa e fazer imensas coisas…dizer palavras que guardo na minha cabeça…poderia mudar o rumo deste momento…segundo a segundo…a vida delineia-se nas escolhas que vamos fazendo…grandes escolhas…e algumas mesmo muito pequenas…como eu escolher permanecer aqui a escrever isto…ou de repente parar e o texto ficar exactamente aqui…e levantar-me e ir fazer outra coisa qualquer…a sucessão das coisas seria diferente? Eu amanhã seria uma pessoa como memórias diferentes?
Eu vejo-me de dois lados…observo-me ao longe a ser a pessoa que sou com as coisas que faço…e vejo-me de outro lado…com outras possibilidades…outros caminhos que eu poderia ter escolhido…
E isto tudo não tem que ter uma lógica…quer dizer podia ter até um certo período de tempo…mas depois começa a ficar incómodo…e eu não sei…não sei sequer já o que estou a escrever…não sei já o que penso…as minhas ideias estão atordoadas …presas numa gaveta que não consigo abrir…
Ouve-se ao longe um ruído mudo ensurdecedor… e eu penso em tudo…e no momento em que penso em tudo…não penso em rigorosamente nada…
Passos…passos e mais passos que me perseguem na escuridão…e eu grito…grito sem que consiga emitir algum som…
Não há lógica nestes dias repletos de coisa alguma… e há ainda tanta coisa que eu não consigo dizer ou fazer…há ainda tanta coisa que me prende sem me agarrar…
Nestes dias tenho-me questionado coisas para as quais não tento arranjar uma resposta…não quero sequer saber a resposta…se ao menos eu soubesse menos respostas…talvez eu vivesse mais tranquila…de olhos fechados…presa na apatia da inconsciência…
E não tem que haver uma lógica nas coisas…não poderia haver…

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pergunto-me quanto tempo vais precisares para te aperceberes que a casa está vazia? Para te aperceberes que não está mais ninguém aqui? Quanto tempo mais vais precisar para perceberes que as tuas perguntas não têm respostas? Que estás dentro de um quadro inacabado repleto de monólogos vãos? Quanto tempo mais ainda vais ficar aí, sabendo que nada mais há a fazer?

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Tudo é pesado quando estamos cansados…tudo é escuro quando apagamos a luz…Tudo fica longe quando nos afastamos…

Não há volta a dar…não consigo regressar para onde fui…nada posso ou quero fazer para alterar esta situação …os dias estão a ficar extremamente distantes…sem referências…
Vou deixar tudo para trás e não me importar…
Não sei mais quem sou…nem como estou agora…sou apenas uma mágoa vã e dolorosa…
Se houve dias em que te vi, te senti…perdi-os todos…
Longe…perto…não sei bem…
Se por vezes não te olhei…não foi porque não te visse, foi simplesmente porque me doía demasiado olhar-te…
Deixei-te…
Parti sem te dizer para onde…
Mudei o destino…
Entrei numa história que não era a minha…e sem remorsos…sem lembranças continuei, deixando-te para trás…
Foi o fim…eu sei…