domingo, 25 de outubro de 2009

“Forget the freak, you’re just nature.”

I’ve got beer on my dress…
I’ve got ash on my shoes and my hand is burned.
The world is spinning around and I feel sick.
Who are you?
Have you been here all along?
Are you the only witness of my decay?
Somebody killed the night, and I don’t know how.
Was it I?
I’m talking random. I’m saying things I shouldn’t never had said.
I’m walking to the edge…I’m doing things that will haunt me later.
Where am I now?
I feel like I’m lying on the floor.
I’m really lying on the floor.
They’re saying things…I can hear them…but they think I don’t…
I’ve never been so conscious before, and yet, I have no idea what I’m thinking of.
I’ve got beer on my dress…I’ve got ash on my shoes…and I think that I’ve just died…
I know what you’re thinking… “You took too much…or “you’re just too pathetic…you pretend that you’re controlling the situation but, look at you…you’re such a mess…what the hell do you want to prove? Just go ahead, drink a little bit more…maybe just another drink…we know that you can do it…we know that you want to do it…look at you…you’re such a joke! You’re ridiculous! You’re so sad that make us laugh!”

All the people around me look like horrific monsters that came to devour me alive…

Everything is blurry…
Everything seems drenched in a giant white shadow…
The reality is just a bunch of holograms…

And I don’t care…I really don’t…

Should I care…?


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

...............

Estás perdida. Acabada.

Todos os dias acordas no mesmo sítio, da mesma forma.
Estás presa numa rotina que não é a tua, mas na qual entraste por acidente e agora da qual não consegues sair.

As medicações acumulam-se.
Cada vez mais fortes. Cada vez mais mortíferas.

Psiquiatria sala à direita. Suicídio sala à esquerda.


Sobrevives. Tentas sobreviver, fugindo da sobriedade dos dias.

As garrafas sucedem-se…uma após outra…vazias.


Terapia sala à direita. Suicídio sala à esquerda.


Queres partilhar connosco a tua história?
Nós ajudamos-te.
Só tens que falar.

Não funciona.

Mais um dia. Mais um fracasso.

A comida não tem sabor. Já não a sentes. Já mal consegues mastigar. Nem dormir. As tuas funções vitais estão a deteriorar-se.

Hospital à direita. Suicido à esquerda.

Há pessoas a chamarem-te.
Ouves?
Provavelmente não ouves. Ou se as ouves preferes ignorá-las.
São apenas ruídos longínquos e absurdos que tentam irromper o teu delírio.

Fala. Diz o que sentes. O que vês que os outros não vêem.
Conta. Expõe o quão doente és. Todos vão querer ouvir-te. E ajudar-te.
Vai correr tudo bem.

Psiquiatria sala à direita. Suicídio sala à esquerda.


A loucura é a única coisa que torna a vida interessante, porque transfigura-a.
Disfarça-a. Suaviza-a.



Enchem-te a cabeça de ideias. Dogmas. Crenças, cuja única função é manipular-te e privar-te de quaisquer hipóteses de livre arbítrio.

A tua alma está impura. As tuas mãos também. Todo o teu corpo.


Confissão sala à direita. Suicídio sala à esquerda.

Fala. Confessa tudo. “A verdade libertar-te-á.”
Deixa o bem prevalecer sobre o mal.
Só assim poderás ser perdoada.


És inconsequente. Inconsciente. Absurda. Desequilibrada.
Vives num mundo à parte que criaste para te proteger da realidade, mas agora os monstros que alimentaste na tua cabeça, estão cheios de vontade de te devorar.

Precisas de dormir. Meses.
E no entanto, não consegues acordar.

Estás sozinha. Completamente sozinha.
Pensavas que não?!

Como podes ser tão cega?

Tentas sair. Há uma porta.
Podes sair. Só tens que abrir a porta, e sorrir.

Realidade sala à direita. Suicídio sala à esquerda.

Tudo o que tens a fazer é escolher, mas não importa o caminho, o final é o mesmo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Quebrei o espelho de novo.

O sangue seca nos pedaços de vido espalhados pelo chão.
O meu reflexo repousa agora nas entranhas do inferno.

Espectros canibais famintos ressurgem no caos.

Quem sou eu?

Não sou mais eu.

O pêndulo indica uma resposta para a qual eu não tinha sequer formulado uma pergunta.


Não sei ao certo o que criei. Não sei igualmente o que matei.
E não sei o que permaneceu.

Peça a peça. Membro a membro.

Sucumbe…


Lentamente…dolorosamente.




O inicio teve o seu inicio.

O recomeço teve o seu recomeço.

O fim não terá o seu fim…





segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Algumas coisas foram feitas para se perder.
Alguns dias nascem apenas para não se viver.
Algumas palavras não são para se dizer.
Algumas certezas existem para não se ter.
Algumas portas fizeram-se para não se abrir.
Alguns arco-íris são a preto e branco.
Algumas coisas estão condenadas á partida.

domingo, 18 de outubro de 2009

Na vida tudo é uma questão de atitude.
De nada adianta alcançar um objectivo, se por dentro, na nossa consciência, contradizemos em tudo as noções desse mesmo objectivo.
Não adianta vestirmos o hábito, se não somos o monge.
É agora…á luz verde da noite que abraça o meu redor…que tudo me parece claro…que o caos e a serenidade se juntam…que sou um ser indecifrável numa imensidão desajustada…há imagens, sons…antigos…recentes….permanentes e efémeros…e eu sou uma sombra inerte nesta infinidade de luz que rodeia o meu corpo…

E o mundo tornou-se um lugar estranho para pessoas como eu…

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

“Não peço que me sigam, pois também estou perdida …”


Quanto mais tento descobrir algo de “bom” em mim, mais me apercebo de que o mais provável é não haver mesmo nada de bom em mim. É uma realidade que eu tenho que aceitar. Alguém um dia me disse que eu não era uma má pessoa, mas que gostava de fingir que o era. Mas estava muito enganado, porque o que é verdade é exactamente o contrário: sou uma péssima pessoa, a tentar parecer boa pessoa. No fundo sou uma criadora de mentiras, de disfarces, de enigmas…e tudo isto me deixa bastante desordenada. Não sou mais que uma personagem de uma história qualquer que eu criei, e da qual não consigo sair. Perdi a capacidade de discernimento entre a “minha” realidade e a minha ficção.
Confuso isto, não?
Não sei…talvez…
Descobri que tenho uma certa habilidade para criar ruína, pouco a pouco…vai minando…
Tenho igualmente uma habilidade extraordinária para ser completamente desinteressada em relação a tudo e a todos.
Será o meu verdadeiro “eu”…ou a minha personagem?
Ou o meu verdadeiro “eu”, é no fundo a personagem…
Seja como for, tudo surge de forma extremamente confusa para mim…estou meio emaranhada entre vários mundos, várias realidades, várias personalidades…alucinações…sonhos…pesadelos…e momentos de qualquer coisa a que nem sei se lhe possa chamar “realidade”…
Afinal a realidade e a ficção são bastante subjectivas.
Como saber onde começa uma, e acaba a outra…ou vice versa…
Eu promovo o caos. Como se fosse uma certa forma de prazer escondido…
E depois, no fundo ainda consigo-me “divertir”com este caos autoproposto.




Uma vez mais volto a este poema…porque continua a fazer imenso sentido.

“Não peço que me sigam,
pois também estou perdida.
Desconheço até as profundezas de mim mesma,
persigo em busca de respostas
e só encontro a individualidade obscura contra as verdades absolutas, hipócritas....
Às vezes renuncio ao consciente para me sentir viva
e fantasio nas sombras do subconsciente
e por mais que seja ilusão,
vejo uma realidade minha,
reflexo da minha imaginação..."

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A ruína amontoa-se.

Vezes sem conta. Vezes demais.
Eu não a consigo parar. Varre-la daqui.
Há uma estagnação. Uma inércia na existência circundante.
Será isto o fim? Ou o início?
Será este o mal? Ou a cura?
O que quer que seja aproxima-se…e afasta-se simultaneamente.

domingo, 11 de outubro de 2009

Eventualmente, acabamos por seguir os caminhos errados na vida. Nada a fazer. Acabamos por numa certa altura da vida por perder o controlo da realidade, dos factos. As situações desenrolam-se á nossa volta e tudo surge como um conjunto de hologramas. Às vezes parece que não conseguimos tocar a realidade, como se tivéssemos sido depositados à pressa dentro de um filme. A história já está delineada, os personagens seguem o seu rumo. E a nós não nos é permitido alterar nada. Limitamo-nos a ficar a observar o decorrer da história. No entanto, poder-nos-á agradar a posição de passividade. É confortável.
Eventualmente, dizia eu, acabamos mesmo por seguir os caminhos errados na vida…e às vezes escolhemo-los…mesmo só por serem errados. Eventualmente, encontrar-nos-emos em situações estranhas, com pessoas estranhas em lugares ainda mais estranhos. Às vezes parece que algo interrompe o seguimento normal do “filme”, há partes que parecem cortadas, e portanto não percebemos a sequência de algumas cenas.
Eventualmente, os nossos sonhos não se irão realizar. Pelo menos a maior parte deles.
Os sonhos são uma espécie de “cenoura á frente do cavalo”, são apenas um incentivo para continuarmos contentes no dia-a-dia. É como em miúdos quando nos diziam que o Pai Natal existia, e que, se nos portássemos bem, ele trazer-nos-ia o presente que tanto desejávamos.
Os sonhos são publicidade. Ficção.
Eventualmente, a maioria das pessoas que consideramos importantes para nós hoje, deixarão de o ser com as circunstâncias da vida.
Eventualmente, teremos muitos momentos felizes. Uns longos outros muito curtos. Segundos apenas.
As coisas não serão boas o suficiente para nos deixar satisfeitos sempre, mas não serão igualmente más, que nos sintamos miseráveis o tempo todo. A vida é uma questão de equilíbrio e perspectiva.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pelas coisas que nunca te disse, e que não te direi.
Pelo sim, pelo não.
Pelo oposto e pelo conciliável.
Pelos dias, pelas noites.
Por dentro e por fora.
Pelos sorrisos e pelas lágrimas.
Pelas dúvidas e pelas certezas.
Pela crueldade das horas, e pela frieza das circunstâncias.
Pelo que foi. Pelo que não foi.
Pelo que não será. Nunca.
Pelo que pensei.
E não pensei.
Pelo caminhar para o abismo.
Pelo regresso.
Por tudo.


Nada.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Megalomania - "Cupid bought a gun..."

É excessivo. Doentio. Obsessivo.
Contamina. Corrói. Esmaga.
É ensurdecedor. É como se o mundo repetisse em surdina a mesma palavra.
É uma partida. Sem regresso.
É uma queda. Sem consolação.
É quando se apaga a última luz viva. Como se de repente as estrelas se descolassem do céu e caíssem no solo…mortas…apagadas…para sempre.
É o momento em que a voz não consegue trespassar a barreira do silêncio. Quando as unhas ferem o branco da parede. E quando a primeira gota de sangue inunda o chão.
É o sufoco. A inexistência abrupta do nada sombrio.
É o momento em que o relógio permanece estático nas mesmas horas.

São seis da tarde? Meia-noite? Que dia é hoje?

E é sempre assim…quando um eco longínquo entoa de uma forma trémula e descompassada uma melodia há muito perdida…

É o choro da noite. O canto do silêncio. A dança das sombras.

É um veneno. Um tumor. Uma infecção. Um cadáver a céu aberto.
Uma poça de sangue putrefacto.
Uma luz em câmara lenta, num deserto de carne desfeita…destroços…

É a paranóia. A demência. A tragédia exasperada.
È uma necessidade compulsiva. Um vício.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

"Life is an aimless drive that you take alone..."

Isto - a vida - não é um relato sobre grandiosas aventuras, enormes sorrisos e finais felizes…não é disso que a vida se compõe…a vida é, na sua essência mais pura e crua, solidão. Solidão e nada mais. E desenganem-se os idealistas desde o inicio. Será mais fácil depois lidar com a realidade. Demasiadas ilusões e esperanças só provocam mais solidão…mais dor.
De nada adianta serem “boas pessoas”, praticarem boas acções… as boas intenções não vos ajudarão, pelo contrário deixar-vos-ão mais vulneráveis…fracos…
Há uma enorme quantidade de pessoas cruéis que conseguem ter uma vida longa e próspera, e, por outro lado, há uma enorme quantidade de pessoas que se dedicam a ajudar outras enquanto que a vida delas se desmorona sem que ninguém se importe. A vida é atroz para as pessoas “boazinhas”. É um facto.
Podemos acreditar que a atitude positiva ajuda, mas devemos consciencializarmo-nos de antemão que a vida é uma jornada solitária…e que é completamente inútil lutarmos contra isso.
Estamos inevitavelmente condenados a viver para o tempo que ainda não nos pertence, a acreditar que o “amanhã será um dia melhor”…e o amanhã chega repentinamente e saberemos que tudo será igual.
Desiludam-se aqueles que vivem embalados em histórias utópicas e falsas crenças de felicidade eterna.
Isto não é uma exposição moralista de premissas aleatórias do senso comum…a vida na sua natureza mais genuína, é hostil…e de nada adianta tentarmos enganar os factos com eufemismos baratos.
O mundo não pára quando têm que chorar…simplesmente não quer saber…o mundo não espera por vós se precisarem de um tempo extra para delinearem a vossa vida…que importa isso? Nada…
Como já referi a vida é uma jornada solitária…acabarão por se aperceber disso (caso ainda não se tenham apercebido), que ao longo do vosso caminho vão deparar-se com situações em que a única pessoa com a qual poderão contar, é a vossa própria pessoa. Solidão…é disto que é feita a vida…não de sonhos como alguns acreditam…e fazem acreditar…a vida é uma viagem embrenhada em solidão. E pronto. Ninguém se importa. Eu não me importo.
Espero que percebam que o facto de eu pensar assim, não é, evidentemente uma escolha de ânimo leve, é não mais que uma constatação de episódios repetitivamente sucedidos em momentos constantes ao longo do tempo.