quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Espreita pela janela...estou contigo o tempo todo...



Sabes...quando o dor é muita e já nem a sentes? Já não sentes nada...estás absorvida num nada que te corrói...o teu ollhar é vazio...estás ausente...nunca estiveste aqui...estás noutro sitio...todo esse vazio acabaria se estivesses nesse sitio...mas por mais que o tentes trazer para ti...nunca consegues...nunca é suficiente...esse sitio não está em parte alguma...


Preciso de esquecer a beleza da dor beleza da dor...e todo o sofrimento será aliviado...


Anjo dos meus pesadelos...como as tuas lágrimas preenchem a minha alma...não posso apagar a tua dor...estamos sepultados nesta tragédia...


olha além da fortaleza...nada mais há que um vazio negro...mas tenho que ir...





Lágrimas de pedra

Seguem-me por dentro...

Luar que arde em mim

e me condena a este caminho...



Esta sombra ainda me presegue....


Quando te sentir comigo


estarei mais perdida


do que agora


e todo o meu sangue


será tua posse...




E de repente todas as estátuas se quebraram...o vento gélido cresceu...e a chuva começou a cair...


podia ser menos doloroso?


podia aquela eternidade trazer alguma serenidade?




Aqueles que não vêem...aqueles que não sentem...aqueles que não sabem....jamais irão entender...

Mais um dia...ou não...

Eu podia simplesmente não dizer nada...era mais fácil...e tudo continuava na mesma...e era feliz...eu podia ignorar os meus pensamentos...fingir que nada me ocorre em mente...e era normal...eu podia dizer as frases que todos dizem...acreditar nas coisas simples...não ir por caminhos sombrios e complicados...podia criar uma persongem diferente...de alma vazia... de olhar limpo... era mais fácil...podia gostar da parte sã da vida...e acreditar que eu própria também podia ser tão sã quanto quisesse...mas na realidade seria fingir demais...seria esquecer-me demasiado de mim...ocultar aquilo que sou...
sei que a maioria das pessoas não me compreendem...nem nunca irão compreender...antes achava que isso seria algo terrivel...estar condenada a uma vida inteira de incompreensão...mas hoje não penso muito nisso...na verdade eu não entendo a maioria das pessoas também...e tenho a certeza de que elas não se preocupam com isso...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Libertação...o fim da dor...


Sinto como se tudo tivesse desabado sobre mim...ondas de gritos perturbadores enchem a minha cabeça...a violência das vozes é ensurdecedora...afasto-me de novo...como se nada valesse a pena...e não vale mesmo...
afinal já não sinto nada...tudo o que eu pensava que sentia era apenas uma ilusão...talvez um sonho que inventei para não cair no vazio...
a verdade é que nunca senti nada...nem esta chuva que de mansinho vai caindo sobre mim...nem este vento que cresce mais a cada passo que dou..nem estas lâminas cravadas no meu peito...já não há dor nem mágoa...até as lágrimas secaram...já não ouço os gritos nem as vozes...estão longe...ou nunca existiram...já não pertencem ao meu mundo...
estou livre agora...inventei para mim uma vida que nunca me pertenceu...e agora que acabou sinto que jamais vou querer voltar...
lua... que me olhas aí do alto...lua...dona desta noite sem fim...ainda te tenho como companheira nesta minha jornada para o infinito...lua..rainha desta escuridão interminável...só tu iluminas este meu caminho para a libertação...e está tão longe...e nunca esteve tão perto...
sim...todos os meus sonhos desapareceram...escondem-se agora em cada uma das minhas cicatrizes...sim, até a minha sombra não caminha mais a meu lado...sim, os meus passos já não deixam marcas...sou uma existência vazia...mas um vazio que me acolhe e protege...deixei para trás tudo o que me magoava...quis que assim fosse...agora só me resta esta melodia imortal e este luar...para quê sacrificar mais a minha alma? nunca fui real...nunca estive presente nos dias...perdi a noção do tempo... que nem sei se existi realmente...
agora...libertei-me da minha inexistência...desprendi-me do meu corpo solitário...e fui mais além do meu olhar...
agora...esta solidão eterna sabe a liberdade...

Salvação


Talvez precise de mais veneno...ainda não foi suficiente...ainda respiro...ainda consigo abrir os olhos...talvez mais um corte e tudo fique bem...desta vez mais profundo...para que sinta cada pedaço de dor a penetrar a minha alma...mais uma gota de sangue a escorrer pelo meu corpo...e estarei salva...e nada mais importa...agora que mergulho no meu sangue e fujo da realidade...agora que a minha alma está condenada, nada mais há a esperar...talvez só mais um momento de dor apague toda uma vida de desilusões...sim...agora sinto que estou salva...
Não sei para onde vou...caminho agora aqui sem rumo...talvez encontre um novo anoitecer sereno e me deixe perder de mim...
quanto tempo mais vais ficar aí?
nada disto tem sentido...
adormeço agora para jamais acordar...e sentir-me a abandonar o mundo dá-me calma...fico mergulhada uma paz trágica e infame...
a tua sombra não é leve na minha existência...o teu olhar é carregado de vazio...
olho-me ao espelho...e estás lá...olhas-me com medo...e eu tento apagara tua imagem...
ainda sinto o teu sangue espalhado pelosmeus olhos...ainda te vejo a desvanecer uma e outra vez...preeenches os meus pesadelos com palavras que quero esquecer...
e sei que no fundo a tua dor...faz parte de mim...
sabes que me incomoda cada pedaço do dia...cada palavra...cada suspiro...
que as vezes desejo tão fortemente fugir...
dói-me agora...mais do que alguma vez me doeu...e parece que jamais vai parar...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Vasculhando no baú do passado...com raiva destas memórias...

Sei que por mais coisas que diga vou sempre continuar na mesma...há pensamentos que não consigo deixar para trás...
Mas agora está tudo como devia ser...passados estes anos todos...o teu equilibrio está estabelecido...a tua vida continua da forma que deve ser...e eu o que posso dizer? que isto é inutil...continuar presa a esta memória ridicula...o passado é inutil...
só gostava de esquecer...sim esquecer completamente...era apenas o que chegava...sem lembranças...não há dor...
este sentimento sempre foi inutil...estupido...sem razão...mas agora definitivamente...ainda é mais...cada vez mais se torna insuportavel e sem fundamento...
quanto tempo é preciso para apagar uma pessoa da nossa memória?
este tempo todo devia ser suficiente...
não é que precise de ti...porque não preciso mesmo...a sério que não...apenas precisava de te esquecer...e deixar a minha vida continuar normal...bem...como a tua...
é injusto isto...tantas vezes já me revoltei contra ti...mas na verdade não é culpa tua...era mais fácil que fosse...assim podia culpar-te...odiar-te o mais que pudesse para me sentir melhor...mais forte...mas não...a culpa deve então ser minha...é a única solução...mas culpar-me também não me ajuda muito...
sabes...pensar em ti agora ...AINDA...deixa-me mesmo doente...porque não faz sentido...nunca fez...mas agora é ainda pior...
os anos passaram...e esteja onde estiver...faça o que fizer...acabo sempre por me lembrar de ti...apesar de não te ver...de teres desaparecido completamente da minha vida...isto é mesmo ridiculo...não me canso de pensar que é mesmo...




sim... continuas a tornar os meus dias cinzentos...
são inúteis todas as recordações do passado…é inútil amar-te ou odiar-te agora…é inútil o que penso agora…ou o que significas para mim…na verdade agora somos apenas dois estranhos…

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Ciclo Imortal


Estás aí...
e eu estou aqui...
estamos perto...e podemos tocar o horizonte escuro á nossa frente...
mais uma noite...e somos eternos...
caminhamos sem parar...e acabamos por voltar sempre ao mesmo lugar...
e continuas aí...e eu permaneço aqui...tal como no inicio...
se ao menos tu me visses...se ao menos eu te olhasse...
se ao menos as barreiras se quebrassem...
nem os tumulos que se abrem para nós acalmam esta solidão...
o silêncio inunda-nos...e mergulhamos no canto dos corvos....que nos levam por entre as fronteiras deste jardim de lágrimas mortas...
e permanecemos aqui...neste ciclo de doces torturas...de sonhos esquecidos...de memórias apagadas...
o tempo já não importa...tudo agora é para sempre...até este vazio e este sufoco de dor...
absorvemos a musica dos espiritos que repousam na nossa voz...
Deixamo-nos dissipar neste santuário das trevas...neste paraíso ferido...perdido algures na eternidade...

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Hoje parece que a dor é mais real...parece que o tempo ainda não curou tudo o que eu desejava que tivesse curado...hoje tenho mais medo...medo de nunca poder dizer tudo o sinto cá dentro...de os dias passarem tão depressa e um dia regresse e nada esteja com dantes...e não estejam mais lá as mesmas memórias...os mesmos sorrisos...hoje há um súbito desespero em mim...uma vontade de dizer o que nunca disse...hoje parece que não consigo estar aqui...quero voltar...e estar aí...ver que estás comigo... tenho medo que partas e não possa dizer-te adeus...que vás embora de repente com o vento e não te diga todas as palavaras que ainda estão por dizer...todas aquelas que muitas vezes tentei dizer mas que não consegui...gostava de te fazer sorrir mais vezes...gostava de ver o teu sorriso mais vezes...o tempo separa-nos cada dia mais...que sinto que as vezes já não sou aquilo que acreditas que sou...que não conheces a pessoa em que me tornei...que nunca te dei a oportunidade para veres o que realmente eu vejo...para sentires o mundo como eu sinto...só queria apagar todos os momentos em que te desiludi...em que te fiz sentir mal...queria ser a pessoa que idealizaste...mas ás vezes não consigo ser...não posso...e isso dói-me...dói-me por mim...dói-me por ti...pelos meus sonhos...e pelos teus sonhos...as vezes gostava tanto de te dizer que a minha solidão é tão grande...que tantas vezes choro a pensar em ti...como agora...que me faltam as palavras para dizer tudo...que por mais que tente..não consigo voltar atrás..recomeçar tudo...criar um novo mundo para nós...as vezes dói-me pensar que não acreditas mais em mim...que achas que eu estou longe...que não sinto a tua dor...que não me importo...as vezes dói-me sentir que não me compreendes...que não me ouves...queria abraçar-te agora e dizer-te que vou estar sempre contigo...mesmo quando estiver muito longe...dizer-te que te adoro...e que sempre me importei contigo...sempre desejei a tua felicidade maior que a minha...dizer-te que cada dia que passo longe de ti...destrói-me um pouco mais por dentro...rouba um pouco mais da minha alma...

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

Noite...


E de repente a escuridão caiu sobre mim...aborveu-me e depois toda a dor passou...o vento tempestuoso deu lugar a uma leve brisa que acalmou os meus sentidos...pairando sobre mim o enorme céu estrelado abraçava-me docemente...e as estrelas tinham um brilho mais intenso...brilhavam mais para mim...e todas as sombras daquela noite dançavam em sintonia á minha volta...e os meus passos no escuro não eram mais em vão...a escuridão era agora a minha luz...mas não me ofuscava...não me cegava...conduzia-me para onde eu queria ir...e eu sabia para onde devia ir...via na profundidade daquela noite o meu caminho...e estava tão só...mas mergulhada numa solidão acolhedora...que me levantava uma vez mais...e eu caminhava por entre os gritos da noite...noite...tão escura e sombria como a minha alma...e ela era minha companheira...caminhava a meu lado...sem pressas...e a lua lá bem no alto na imensidão daquele céu estrelado era a minha guia...e eu afinal não estava só...nunca tinha estado desde o inicio...tinha a beleza e a magia toda de uma noite á minha volta...

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

E quando o disse...deixei de sentir...como se as palavras tivessem levado tudo para longe...

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Solidão de suicidio...


Mesmo na morte lembrar-me-ei destes momentos...
destes momentos de solidão profunda...solidão que não vai embora...
o abrigo perdido chegou ao fim...Não consigo caminhar mais...
quanto mais procuro alguma força...menos pareço conseguir resistir...
Se ao menos conseguisse esquecer estes momentos...
Se ao menos houvesse uma forma de sair deste pesadelo...
Deixei para trás a minha alma...disse adeus a todas a razões para continuar viva...e agora vejo esta solidão a conduzir-me á tristeza mais forte...
Sem sentir nada...descanço dentro do meu mais profundo suicidio...
Quero que vás! Estás a magoar-me demais!
Ainda que eu saiba que não estás mais aqui...ainda te vejo nos meus sonhos...sonhos que me matam...
Mesmo no desespero...continuo a voar através do horizonte...
Mais um dia chegou...coloco a minha máscara...e sigo em frente...a flutuar nesta realidade inútil...
Mais um dia passou...tentei matar a dor...mas só a tornei mais forte...
Toquei a minha alma...e senti-me vazia...

Para onde foste?


Para onde foste que não chegas?
onde te escondes aí no vazio, deixando-me aqui no gelo da minha solidão?
para onde foi a tua voz, que já não a consigo ouvir?
quero encontrar-te...
mas o meu desejo de fuga é maior...
lembrei-me que sinto a tua falta...que a tua ausência me dói...
continuo a procurar-te nos sitios em que por mais que seja dificil admitir sei que não te vou encontrar...vagueio por aí procurando o teu olhar nos rostos perdidos que encontro...
é inutil...
para onde foste? ainda ontem tudo parecia ser perfeito...e hoje por mais que tente nada bate certo...tenho medo dos dias...são tristes e pesados...o tempo é vazio...as palavras não dizem nada...
espero por ti...perdida num desejo vão...
sabes...ainda permanece em mim cada momento da tua existência...por mais que eu me perca...vou sempre encontrar esses momentos...que por mais cruéis que sejam para mim...fazem-me sentir viva...quando choro toda a raiva adormecida dentro de mim...quando sangro a dor que me destrói...quando grito na escuridão...
Mas os meus olhos estão cansados de te procurar...

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Dona de uma noite sem fim...


Ser eu dona de uma noite sem fim...sem barreiras...
entranhar-me no vento gélido de cada anoitecer...
vaguear solitária pelas sombras...ter sede da vida...e viver na morte...
ser um corpo sem memória nem passado...
ser um coração a bater na eternidade...
andar pela imensidão do mundo...sem nunca ficar em parte alguma...
ser uma alma condenada a perseguir a escuridão...
ter asas que voam sem pesar...
Deixar fluir todos os meus desejos mais secretos...
ser o olhar que brilha na penunbra...as mãos que tocam o infinito...a voz que vem do fundo das treavas....
ser a alma almadiçoada...que perdeu a esperança...
Com toda uma eternidade à sua espera...bebendo sempre de mais um luar...

sábado, 10 de fevereiro de 2007

A última vez...


Esta vai ser a última vez...estou cansada...sem ânimo...Não aguento mais a sensação de abandono de mim mesma...mas no entanto não o consigo evitar...a última vez pode ser a primeira...a primeira em que persigo a minha vontade...em que não dá para continuar com a distância...a distância que me separa da minha existência...há sempre uma margem de loucura nos meus actos...nos meus pensamentos...fingo estar presente nesta longa caminhada...mas jamais estarei...
Esta é a última vez...esgotei a esperança..esgotei o ar...não há mais dias para procurar...perdi-me nos meus desejos doentes...esta é a ultima vez...
Depois...depois momentos vagos...labirintos escondidos atrás da queda...da queda que tentei evitar durante tanto tempo...mas agora não dá mais...
Afasto-me...não serei mais testemunha do meu declínio...ficarei a observar-me ao longe...a mergulhar num mar de ausência de sentimentos...ficarei condenada...só...sem vida...

Estas horas em que não estou...


Porquê estas lâminas já não cortam a minha pele?
Porquê não tenho mais sangue dentro de mim?
Onde fui? O tempo corrói os momentos e nunca mais volto...
Onde encontrei a chuva e me deixei afogar?
Não fui eu...nem foi talvez a minha sombra que fugiu...foi um vazio dentro de mim que nunca encontrei...
Que solidão...
Que tristeza agora...
Nada mais me prende a este acordar...
Parece que não há mais sentido nestas horas em que não estou...
Há uma fraqueza em mim que me dói cada vez mais...
Há um grito desesperado nas minhas palavras...
A minha imagem está invisivel aos meus olhos...não reconheço estas palavras e não quero sentir mais esta realidade dentro de mim...apenas este sufoco...esta angústia...dentro de mim apenas esta tempestade fria...

Noites de tempestade...


Noites...noites intermináveis...caos...caos dolorosamente longo...anjos...demónios...solidão...dor...A minha pele treme...vivo...morro...renasço...e perco-me de novo...raios de luz que me cegam...escuridão que não apaga a meu desespero...os meus olhos percorrem a ausência...e vejo a minha própria imagem inconsciente no vazio..corro agora em direcção á desfragmentação da minha lógica...Lágrimas...tempestade flagrante...Não sei para onde vou...Não me encontrei...O tempo esgota-se a cada passo que dou...Luto em vão por um lugar...Já não quero mais estar aqui...perdi-me da minha essência...sou a natureza que morre neste amanhecer...
Não sou o que queria ser...há lugares em mim que jamais conseguirei alcançar...há vozes na minha cabeça que jamais conseguirei ouvir....há uma luz na escuridão que se apaga...Não serei nunca aquilo que dentro de mim sei que sou...há sempre momentos que falham...haverá sempre uma morte no meu olhar...jamais conseguirei alcançar-me...estou longe...estou onde nunca irei...Por mais que tente...nunca chegará o dia em que conseguirei ver a minha imagem reflectida...
Gostava de fechar os olhos e esquecer-te...fingir que não estás mais na minha memória...seres apenas um fragmento de nada apagado da minha consciência...seres nada mais que um passado inexistente, vazio, sem rumo...gostava de encontrar uma forma de apagar estes pensamentos que me perturbam...que me enchem de mágoas vazias e longas...gostava que fosses um nada que não volta...que se perde para sempre...gostava que a minha imaginação fosse longe o suficiente para fazer desaparecer este desespero que me destrói pouco a pouco, que me invade costantemente...
O que és para mim ainda?
Um dia és tudo, no outro só quero desapareças...um dia quero-te...no outro odeio-te...um dia estás aqui..no outro apagas-te de mim...porquê? nunca nada é suficiente, tudo se torna inútil e silenciosamente frágil...por mais eperanças que possamos ter...por mais força que depositemos nas sonhos...
mas agora não consigo mais suportar isto tudo...a loucura está a aumentar dentro de mim...

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Pássaros Mortos


Pássaros mortos...que não param de cantar dentro da minha cabeça...
Quero respirar mais uma vez...quero libertar-me desta loucura...
A música não cessa...e eu sangro...sangram os meus olhos...sangra o meu coração...sangra a minha alma...
Pássaros mortos...que voam sem parar á minha volta...vão...e voltam sem nunca desaparecerem...
Pássaros mortos...que nem sei se existem...ou se os imaginei para me torturar...que não sei se fui eu que inventei esta música para que ela me devorasse sem deixar nenhuma parte de mim...
Pássaros mortos...que tento agarrar...que tento perceber...
Pássaros mortos...que perseguem a minha escuridão...que preenchem os meus momentos vazios de desespero...
Não consigo mais suportar a música...está a ensurdecer-me...estou a afundar-me nesta dor...
Dói demais...como nunca doeu antes...e parece que nunca mais vai parar de doer...
Pássaros mortos...companheiros desta minha solidão...vigilantes da minha morte...anjos de uma noite sem fim...
E continuo a sangrar...a desesperar...a dissipar-me...
E convenço-me que estou a elouquecer...
Pássaros mortos...rendo-me a vós...deixo-me embalar com o vosso canto...e morro uma vez mais...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Fading away....


Watch me while I fall...
I'm not here anymore...
I lost myself in the rain...
Watch me while I run out of air...
While I leave everything behind...
I opened the gate...
The gate that meant to be closed forever...
I'm getting in the Land of painful desires...
There's no way to escape from my destiny...
It's my sweetest gift...my deepest curse...
Now I know that nothing else is important...
Nothing else makes me feel alive...
Only this pain...these tears...make me feel something...
Give me a reason to stay awake while this light keeps burning my soul...
I want to fall asleep...and dream...seeing myself fading away in the dust...running from the time...
I want to feel this darkness falling over me...
I want to feel the loneliness holding my hands taking me to a distant place...
I want to feel the sorrow embracing my body making me dive into the river of blood...
Where the damned voices scream for redemption...
I accepted my destination without revolt ...
I'd always waited for this moment...
The moment when there's nothing else left...
When the emptiness comes to rescue me...
and I close my eyes and I forget the life...
There's nowhere else in the world that I could ever be...


terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

A busca da condenação...o anjo de pedra...

Nunca nada é como desejávamos que fosse...
Procurei-te...percorri caminhos estranhos...fui o mais longe que alguma vez tinha ido...e não te encontrei...fui ao fundo de cada momento...e não estavas em nenhum deles...entranhei-me nas sombras...atravessei a luz...e não estavas lá....voltei...esperei...tentei de novo...estive onde estavas e não te vi....e depois não sei se foi o vento ou a chuva...ou a bruma que caiu sobre mim...e deixei de ver o mundo...e depois só te via a ti...e era uma visão imensamente dolorosa...que quis fugir...proteger-me da dor...mas ela havia penetrado em mim...e depois já não tinha ar...fechei a porta desta ilusão que me matava....e voei...tão alto que me perdi...as minhas asas partiram-se e senti-me a cair...suavemente...sem pressa...e cai bem fundo...no escuro...onde se ve as sombras...e onde tudo é silencioso e frio...cai para dentro da minha própria ilusão...cai dentro do meu maior desejo sonhado...depois ouvi gritos que vinham não sei se de mim ou da noite...e quis que o tempo morresse...que eu morresse...porque estava a sufocar...a minha alma sangrava...e toda a minha existência estava mergulhada num vazio permanente...e depois fui...deixei de me ver....morri de mim mesma...e quis renascer de pedra...ser uma anjo solitário que por mais tempo que passe ...não sente nada...apenas observa os dias a mudarem e nada mais é importante...que por mais chuva que caia sobre ele, por mais violento o tempo seja para ele...jamais chorará...jamais sofrerá...e ainda eu... depois...um anjo de pedra...com as asas de volta mas que não voavam...um anjo solitário perdido no jardim das trevas...ainda assim...sem coração...eu estava condenada ao desespero...e por mais que não sentisse nada...sabia que continuavas ali...eternamente a fitar-me...a almadiçoar a minha alma de pedra...

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Caos...dias de solidão...

Não consigo parar estes pensamentos na minha cabeça...cada vez estão mais fortes...os dias não eram tão solitários quando eu vagueva por entre os longuiquos labirintos da loucura...agora que tento ser normal ...não encontro um rumo...os dias passam...cada vez mais vazios...e eu cada vez me sinto mais perdida...há uma sensação fria e frágil nestes pensamentos que agora tenho...mais do que nunca...há uma dor calada que nunca acaba...se ao menos eu pudesse ter esperança que amanha vai estar tudo bem...sinto esta vida aconsumir-me mais a cada vez que respiro...sinto que os dias se tornam confusos e não sei para onde vou...sinto que a minha voz não chega para dizer tudo o que quero...este caos qua agora habita a minha alma parece não ter fim...e sinto que o silêncio é a minha única salvação...que a solidão é o meu único refúgio...sei que por mais que tente estes dias jamais terão sentido...e eu não conseguirei parar este desespero que corrói minha alma...poderia ser diferente? poderia eu sentir-me de outra forma?...quando se está demasiado tempo obcecados pelo sofrimento, é dificil sair do caminho da dor e da revolta...

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Palavras inúteis...

Para quê escrever? Todas as palavras são inúteis...se quando realmente preciso delas...elas me faltam todas...de nada adianta sentir isto que escrevo...se é vazio...se morre a cada segundo...se depois eu olho para mim...e me dói cada palavra...
Para quê tudo isto?
Se já nada significa nada...
se tudo é vão e desesperado...
tudo era mais fácil se eu escrevesse sobre arco-iris,borboletas e a primavera...sobre o sol e a alegria...sobre sorrisos e esperanças...sobre a beleza de viver cada dia e partilhar a felicidade com outros...era mesmo muito mais fácil...seria de facto menos doloroso...
Era bem mais fácil esquecer o que sinto e tentar criar uma personagem menos complicada...inventar um cenário feliz...e pôr a minha personagem a contracenar em sintonia com o mundo...escrever a cada dia um guião com dialogos simples e leves...
sim...era bem mais fácil....
Agora que estes gritos revoltados enfurecem os meus sentidos...e as palavras não chegam para exprimir tudo o que sinto...palavras inuteis...lâminas que pouco a pouco me empurram para o fundo...
Palavras vazias...onde procuro algo que não pode ser encontrado....
Palavras inuteis...pedaços de papel deitados ao chão...lágrimas perdidas na chuva...gotas de sangue que gelam...
Palavras que estou condenada a sentir cada dia mais...