sábado, 30 de junho de 2007

Hoje percebi que os sentimentos são demasiado inevitáveis...hoje sinto mais do que nunca que jamais apagarei estes momentos da minha memória
E eles trouxeram rosas vermelhas...
Não havia mais nada para dizer...mas alguém ainda tentou dizer que ia ficar tudo bem...
E eles vestiram-se de negro e fizeram olhares tristes...
Que momentos inúteis depois...e eu fiquei ali parada na multidão...e não estava mais ali...
E eles fizeram todos olhares de pena...que mais podiam eles fazer?
Será que ainda me ouviste? Será que ainda me viste a olhar-te...
E ainda te vejo como te via antes...ainda caminhas a meu lado na escuridão...

E o seu espirito disse-me...




"Como o vento numa madrugada que não se sente...
Senta-te serena no topo da grande escadaria...
Não tentes salvar o mundo...é inútil...tenta salvar-te a ti própria do mundo..."



E era como se ele soubesse tudo o que eu ia dizer...tudo o que eu sentia...era como se a minha alma tivesse caída no chão...seca...vazia...perdida...era como uma enorme dor penetrasse a minha pele sem que eu a pudesse impedir...

Desisti de lutar ...
Pedi à morte um sorriso devorador...ofereci o meu sangue à noite que passava...
Mas a minha dor continuava a corromper os meus sentidos...
Eu não queria sentir mais nada...queria mergulhar no nada...ser apenas uma sombra no vazio...
Neguei a razão da minha existência...apaguei a minha imagem do espelho...dei as minhas forças á á agonia...
E ali fiquei a desejar ver o meu corpo a decompor-se...
Queria apenas fugir do mundo...salvar-me...

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Lembro-me daquele ultimo momento em que me senti em casa...e foi como aquilo que eu era ficasse ali...para sempre...foi como a minha alma me abandonasse naquele momento, como se não quisesse continuar mais comigo...

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Prelúdio de uma morte...Parte II


Esperei tanto por este momento...
Um azul sem brilho a fluir no horizonte...uma luz morta a encendiar a noite...
E fui para sempre...não quis voltar...esqueci o passado...deixei as sombras perdidas no deserto...
As peças encaixaram-se todas e o espelho quebrou-se de novo...
Gotas de sangue arrancadas no chão...
Vi-te...encontrei-te...perdi-te...
Ao ver-te senti que os meus pés já não tocavam o chão...as minhas mãos eram agora meros reflexos da minha alma vazia...
Quis tocar-te...sentir-te de novo...mas não sei se era eu que já não conseguia sentir nada...o se eras tu que já havias partido...ou nunca ali tinhas estado...
Tentei construir o meu reflexo nos pedaços do espelho espalhados pelo chão...mas tudo o que vi foi um assombroso sorriso vindo do meu mais profundo pesadelo...
Sei que morri...tinha que morrer...tinha que me libertar do peso desta existência ...
E depois..a sensação doce do vazio...da liberdade...da eternidade...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

"Love is the red of the rose on your coffin door...What's life like, bleeding on the floor..."


Calm...storm...luxury...dust...
Silence...screams...agony …
Who am I now?
A Ghost...a shadow...
An empty soul lost with no shelter...
And I die…I die once again…
Fear…pain…pleasure...
I tremble…I shiver…
I cry…I bleed…
Like a crimson book…opened in a random page…
Like a lonely moonlight in an deep instant…
Like a rose fallen from heaven…
Like an angel sleeping at the cemetery gate…
Like a star that cannot shine…
Like your smile lost forever…your hands cold as ice…
Like my voice…clamming your name in the darkness…
Like my party dress floating in the lake…
Like that endless song…
Like your blood in my skin…
Like a long lost picture of your face…
Like these hurtful dreams…
Who am I now?
Who are you now?
Whispers...secrets...
Shadows in a forgotten valley...

Prelúdio de uma morte...


Antes que o tempo morra e a luz penetre os nossos olhares cansados...antes que a tua imagem saia da minha memória e o meu sangue seja o teu sangue...antes que o novo dia vazio regresse para nos assombrar ...e a dor... a dor que fica... seja tão poderosa que nada mais seja doloroso o suficiente para nos sufocar...antes que as luzes de presença sejam ligadas...antes de hoje....antes do fim...antes de um minuto em que o ar se esgota...antes que regresses ao tempo perdido dos amanheceres ilusórios...
Agradece a dor...
Agradece o vazio...morre... morre... morre...morre para renasceres...
Vão encontrar-te no final da festa...perdido entre os restos de felicidade imaginária...
Sentes esta chuva que cai agora sobre nós?
Consegues ver o sofrimento esculpido no horizonte?
Não, não foste tu...nem tão pouco fui eu...
Não, não é um pesadelo...nem uma ilusão...
Vê o teu nome escrito na frieza desta pedra sepulcral...
Vê o sangue que escorre nas tuas mãos...
Ouve os pássaros feridos que entoam o pranto das horas desesperadas...
Chegou a hora ....e antes que passemos a fronteira da sanidade...pintemos de vermelho as rosas que choram caídas no chão...deixemos que elas embalem a nossa solidão...
Caminhamos eternamente...
Eles ficaram para trás...observa-los ao longe...
Deixa-te agora apenas abraçar por este luar nu...
Dancemos agora para sempre neste vale de anjos adormecidos no pó...









sábado, 2 de junho de 2007

He said I should burn in Hell...