segunda-feira, 4 de junho de 2007

Prelúdio de uma morte...


Antes que o tempo morra e a luz penetre os nossos olhares cansados...antes que a tua imagem saia da minha memória e o meu sangue seja o teu sangue...antes que o novo dia vazio regresse para nos assombrar ...e a dor... a dor que fica... seja tão poderosa que nada mais seja doloroso o suficiente para nos sufocar...antes que as luzes de presença sejam ligadas...antes de hoje....antes do fim...antes de um minuto em que o ar se esgota...antes que regresses ao tempo perdido dos amanheceres ilusórios...
Agradece a dor...
Agradece o vazio...morre... morre... morre...morre para renasceres...
Vão encontrar-te no final da festa...perdido entre os restos de felicidade imaginária...
Sentes esta chuva que cai agora sobre nós?
Consegues ver o sofrimento esculpido no horizonte?
Não, não foste tu...nem tão pouco fui eu...
Não, não é um pesadelo...nem uma ilusão...
Vê o teu nome escrito na frieza desta pedra sepulcral...
Vê o sangue que escorre nas tuas mãos...
Ouve os pássaros feridos que entoam o pranto das horas desesperadas...
Chegou a hora ....e antes que passemos a fronteira da sanidade...pintemos de vermelho as rosas que choram caídas no chão...deixemos que elas embalem a nossa solidão...
Caminhamos eternamente...
Eles ficaram para trás...observa-los ao longe...
Deixa-te agora apenas abraçar por este luar nu...
Dancemos agora para sempre neste vale de anjos adormecidos no pó...









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