sábado, 30 de setembro de 2006

Vi-me a morrer...
vi o meu corpo caído na rua...
tentei acordar-me...
tentei que as minhas pernas se movessem...
mas apenas consegui ficar ali...
e é sempre assim...
quando se quer tanto
chegar ao final...
quando se quer ficar a observar do outro lado...
quando nos sentimos perdidos na vida...
quando de repente adormecemos
para sempre...
é fácil morrer...
quando nada mais faz sentido...
quando as lágrimas se repetem
dia após dia...
é tão fácil observarmo-nos a morrer...
a dissiparmo-nos no nada...
Sou prisioneira de mim mesma...
sou a minha pior inimiga...
aceito a minha morte...
aceito a minha queda...
o meu demoronamento...
e por mais que ás vezes o tente combater,
desejo-o demais para o impedir de entrar em mim...
desejo demasiado a minha morte
para a tentar afastar do meu caminho...

domingo, 24 de setembro de 2006

I like to be alone at night...there are no angels to watch me..no demons to save me...it is just me and the loneliness...I like to walk in the pouring rain...my tears are hid on my wet face...I like to be in the darkness...where all the voices are silent...where nobody can find me...I like to close my eyes and pretend the rest of the world is gone...

sábado, 23 de setembro de 2006

Naquele dia quis voltar para trás...quis dizer alguma coisa...quis que o tempo parasse e de repente não houvesse mais amanha...para onde foram todos os meus sonhos? onde estão todas as minhas esperanças...onde está tudo aquilo em que eu acreditava? como aceitar que tudo se perdeu? por mais que o tempo passe há momentos que caminham sempre ao meu lado...há sempre fragmentos de nada perdidos por aí...ás vezes ainda estou lá...ás vezes ainda acredito que tudo o que me falta não está perdido...que está apenas longe de mim...
Fiquei ali a olhar-te enquanto o teu sangue te escorria pelo corpo...enquanto olhavas as coisas á tua volta pela ultima vez...enquanto todo o teu ser se dissipava naquela poça de sangue no chão da sala...a tua vida resumida naquele momento...fiquei a olhar-te em silêncio com medo de perturbar a tua caminhada para a viagem eterna...enquanto o teu sangue penetrava toda a minha existência...enquanto o teu sangue gelava e toda a minha alma estremecia...queria ter morrido contigo..ver o meu sangue a juntar-se ao teu...e nós sermos apenas aquela momento...para sempre...
Na verdade não me consegui revoltar contra a tua morte...
Uma faca ensanguentada caída no chão...abri a porta...e todo o meu mundo parou...na verdade era o que eu queria...ver-te assim ...a partir...a dissipares-te no nada...ali estavas no chão...o sangue jorrava dos teus pulsos...ainda tinhas os olhos abertos...mas não olhavas para coisa alguma...eras agora apenas uma mancha de sangue...

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Nunca fui a preferida das pessoas...nunca concordei com a maioria...nunca fui a mais popular...a mais simpática...a menina perfeita que faz tudo bem...nunca mudei nada para agradar alguém...nunca fui compreendida... nunca fiz nada para que me compreendessem...aceito a imcompreensão dos que me rodeiam...canso-me facilmente de muitas pessoas...de muitos sítios...de muitos momentos...canso-me quando tudo tende a ser previsivel...rotineiro...banal...gosto das coisas que acontessem sem razão...porque é que tudo tem que ter uma razão de ser...de acontecer...de existir??....nunca me senti integrada no mundo...na sociedade...sempre questionei tudo...há uma vontade enorme em mim de viver á parte...se um dia o meu desejo de ser diferente desaparecesse...morreria então...perder-me-ia da minha própria sombra...se um dia sentisse que todos os meus estados de espirito...todos os meus pensamentos...todas as minhas acções...todas as minhas palavras...todos os meus sentimentos se estavam a tornar previsiveis...desprender-se-ia de mim cada fragmento da minha alma...
Queria olhar-te uma última vez...sentir o teu olhar...e depois ver-te cair... a desmoronar...queria ver-te a desaparecer...de mansinho...sem dor...
Houve um tempo em que pensava que podia mudar tudo à minha volta...que podia controlar todo o meu mundo...costumava tentar mudar as perguntas da minha vida...mas não importava o quanto eu tentasse...nunca encontrava as respostas...acabava sempre por me encontrar perdida...no final quando realmente encontramos a resposta...já esquecemos mesmo qual era a pergunta...

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

De repente queria encontrar uma janela para me deixar cair sem perceber...
Morreste...vi-te morrer...quis que morresses...

sábado, 2 de setembro de 2006

Esta felicidade que me mata...

Que dias estes...dias em que até a felicidade me cansa...
Revolto-me agora contra ti…contra este sentimento…contra todas as palavras…revolto-me contra todas as estrelas…contra o sol…revolto-me contra cada obsessão que surge na minha vida…contra a tua voz…contra o brilho do teu olhar…revolto-me contra estas frases sem sentido que volto a escrever para ti…contra todos os momentos em que te recordo…revolto-me contra o meu olhar a procurar-te…
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E aqui fico á tua espera…com esta certeza de nunca virá o dia em que vais chegar…por ti esgotaram-se em mim todas as palavras…perdeu-se o meu olhar…por ti esqueci o tempo…tornei-me o nada e o tudo de uma só vez…regressei ao ponto de partida e recomecei…quando passaste apagaram-se todas as estrelas…e fiquei na escuridão da minha noite…todas as vozes sem calaram…e o abismo silencioso me sugou para dentro dele…quis que existisses em mim de mil e uma formas…e acabei por não te ter nem de uma…inventei em tia chuva…o vento…a imensidão de cada amanhecer…e acabei sem horizontes para perseguir…no final não sei se partiste…ou se fui eu que fugi de ti…____________________________________________
Sempre foste aquilo que mais persegui…e de quem estive mais distante…sempre foste a luz e a escuridão…o mar e o deserto…o ruído e o silêncio …o tudo e o vazio…o abismo e a salvação…a doença e a cura…sempre foste a minha razão de viver…e a minha morte…conduzia os meus passos em ti, e acabava sempre por me perder…hoje queria apenas que fosses a lembrança arrumada na gaveta da minha memória…queria que o pó do tempo te apagasse para sempre do meio de todas as minhas recordações…e que o teu olhar se tornasse apenas num simples olhar entre tantos outros…
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Odeio-te…porque me fazes isto? Porque não vais embora e me deixas aqui só…a tua presença atormenta os meus dias…porque não partes…desta vez para sempre? Já não suporto o teu olhar…cansei-me do teu sorriso…a tua voz perturba-me…És tudo o quis esquecer…tudo o que quis deixar para trás…mas continuas a ser tudo o que caminha a meu lado…depois deste tempo todo…porque ainda continuas aqui? Desejava que já tivesses ido…quero esquecer-te…quero apagar-te de mim…viver com o meu olhar livre…libertar-me de tudo o que ainda me prende a ti…odeio-te…não te suporto mais…tu pões-me doente…odeio-te…por na verdade…não te conseguir odiar de forma alguma…_____________________________________________
Vezes sem conta desejo ver-te a entrar pela porta…desejo que volte tudo a ser como era…sabes, ainda te sinto aqui…ainda ouço os teus passos pela casa…ainda te espero…e sinto como se tivesses mesmo a chegar…é tão sufocante este sentimento…esta ausência tua…olho-me ao espelho e tento convencer-me que te esqueci…mas na verdade estás sempre no meu pensamento…queria tanto poder ter-te de novo…ou esquecer-te para sempre…ouvir a tua voz a chamar-me ou ver-te caminhar para longe…sempre foste o meu maior erro…e a minha maior incerteza…queria que ficasses aqui ao meu lado…ou que te perdesses no infinito das minhas memórias…tudo isto é inútil…são inúteis todas as noites em que espero por ti…são inúteis todas as recordações do passado…é inútil amar-te ou odiar-te agora…é inútil o que penso agora…ou o que significas para mim…na verdade agora somos apenas dois estranhos…__________________________________________________
Os meus sonhos estão vazios desde o dia em que te vi pela última vez…gostava de acreditar que um dia te vou esquecer…