sábado, 2 de setembro de 2006

Revolto-me agora contra ti…contra este sentimento…contra todas as palavras…revolto-me contra todas as estrelas…contra o sol…revolto-me contra cada obsessão que surge na minha vida…contra a tua voz…contra o brilho do teu olhar…revolto-me contra estas frases sem sentido que volto a escrever para ti…contra todos os momentos em que te recordo…revolto-me contra o meu olhar a procurar-te…
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E aqui fico á tua espera…com esta certeza de nunca virá o dia em que vais chegar…por ti esgotaram-se em mim todas as palavras…perdeu-se o meu olhar…por ti esqueci o tempo…tornei-me o nada e o tudo de uma só vez…regressei ao ponto de partida e recomecei…quando passaste apagaram-se todas as estrelas…e fiquei na escuridão da minha noite…todas as vozes sem calaram…e o abismo silencioso me sugou para dentro dele…quis que existisses em mim de mil e uma formas…e acabei por não te ter nem de uma…inventei em tia chuva…o vento…a imensidão de cada amanhecer…e acabei sem horizontes para perseguir…no final não sei se partiste…ou se fui eu que fugi de ti…____________________________________________
Sempre foste aquilo que mais persegui…e de quem estive mais distante…sempre foste a luz e a escuridão…o mar e o deserto…o ruído e o silêncio …o tudo e o vazio…o abismo e a salvação…a doença e a cura…sempre foste a minha razão de viver…e a minha morte…conduzia os meus passos em ti, e acabava sempre por me perder…hoje queria apenas que fosses a lembrança arrumada na gaveta da minha memória…queria que o pó do tempo te apagasse para sempre do meio de todas as minhas recordações…e que o teu olhar se tornasse apenas num simples olhar entre tantos outros…
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Odeio-te…porque me fazes isto? Porque não vais embora e me deixas aqui só…a tua presença atormenta os meus dias…porque não partes…desta vez para sempre? Já não suporto o teu olhar…cansei-me do teu sorriso…a tua voz perturba-me…És tudo o quis esquecer…tudo o que quis deixar para trás…mas continuas a ser tudo o que caminha a meu lado…depois deste tempo todo…porque ainda continuas aqui? Desejava que já tivesses ido…quero esquecer-te…quero apagar-te de mim…viver com o meu olhar livre…libertar-me de tudo o que ainda me prende a ti…odeio-te…não te suporto mais…tu pões-me doente…odeio-te…por na verdade…não te conseguir odiar de forma alguma…_____________________________________________
Vezes sem conta desejo ver-te a entrar pela porta…desejo que volte tudo a ser como era…sabes, ainda te sinto aqui…ainda ouço os teus passos pela casa…ainda te espero…e sinto como se tivesses mesmo a chegar…é tão sufocante este sentimento…esta ausência tua…olho-me ao espelho e tento convencer-me que te esqueci…mas na verdade estás sempre no meu pensamento…queria tanto poder ter-te de novo…ou esquecer-te para sempre…ouvir a tua voz a chamar-me ou ver-te caminhar para longe…sempre foste o meu maior erro…e a minha maior incerteza…queria que ficasses aqui ao meu lado…ou que te perdesses no infinito das minhas memórias…tudo isto é inútil…são inúteis todas as noites em que espero por ti…são inúteis todas as recordações do passado…é inútil amar-te ou odiar-te agora…é inútil o que penso agora…ou o que significas para mim…na verdade agora somos apenas dois estranhos…__________________________________________________
Os meus sonhos estão vazios desde o dia em que te vi pela última vez…gostava de acreditar que um dia te vou esquecer…

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