terça-feira, 30 de janeiro de 2007

O teatro da loucura...


Vou quebrar o espelho desta vez...mais uma noite que me sorris ao longe...mas esse teu sorriso desmorona o meu mundo...vozes solitárias no fundo da sala...a agora para onde vou?
já não importa...vagueio perdida pela casa...queria libertar-me ...mas não sei se de ti ou de mim...
o teatro começou...a minha máscara está pronta...está pronta para o acto final...tenho o texto bem memorizado...mas dói-me cada palavra...dói fingir sentir o que na verdade sinto...só queria que te esquecesses do que tens que dizer...e que tudo acabasse assim...aqui agora...que as cortinas caíssem de repente...
para onde foi toda a luz?
para onde foram todos?
somos os únicos neste palco...onde o frio parece que aumenta...
a cada palavra que dizemos a musica pára...
é tarde para esquecer tudo isto...agora que esta peça nos absorveu por completo...agora que somos mais loucos do que alguma vez fomos...
continuarias mesmo que eu me fosse embora?
"loucos são eles...", dizes tu...mas eu acho que "eles"
nunca irão perceber...nunca percebem...
o tempo dói..aqui neste teatro onde actuamos para os nossos próprios espectros...
e mais uma vez o espelho não reflecte nada...
perdemo-nos neste cenário confuso e incerto...
e dizemos estas palavras escritas a sangue na nossa alma...
diz-me...quando tudo isto vai acabar?
quando esta peça sem nexo vai ter fim?
quando tempo mais vamos continuar como isto, ignorando o facto de ninguém nos estar a ver, de ninguém nos ir aplaudir no final?




segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

The Decay


We keep running away from our temptations...
but no matter how hard we try, they will always chase us...
Why to run? Why do we keep ignoring the reality?
We are strangers...our smiles are a fake...we're no longer alive...this is all a lie...Nothing's worth!
Each day that passes we are a step closer to the edge...
All the conversations...all the words said...all the things done...all the smiles...all the tears...all the feelings...are useless
We're running out of strenght...we're running out of air...
We are all just pieces of a big puzzle that doens't make any sense...
The whole life is just a lonely tragedy...hearts beating in their own sadness...with nothing more to look for...
There's no hope for us anymore...our souls are empty...our bodies are tired...
This light is blinding us...these voices are deafing us...these moments are hurting us deep inside our existence ...
We're walking to our own chaos...to our deepest decline...we are angels lost in a endless nightmare...
We lock ouselves alone in the darkness...and we wish to die...
Escolhi o meu maior sonho e transformei-o num pesadelo... acreditei que o mundo estava a desabar sobre mim e não o impedi...depois...depois só ficou o desespero...mas fui sempre eu que o desejei...

sábado, 27 de janeiro de 2007

The gardens of pain and lust...


The Shadows surround my body...
I see all the angels falling from grace...
becoming my own haunted nightmares...
As I'm crossing the dark gardens of pain and lust...
I'm taking my own way home...
I finally found my place...
here... hidden underneath the moonlight veil...
this is where I belong...
I've waited for this moment all my life...
I've been lost...I've been blind...
But here is where I've found myself...
As the shivers of desire fill my skin...
I'm begging for endless suffering...
It hurts so much that I'm crying blood...but this is my shelter...
the gardens of pain and lust... where I'm eternally lonely...




Estas palavras que escrevo agora já as havia escrito nas linhas dos meus pensamentos...apenas não o sabia...estas palavras que transcrevo agora não são novas para mim...já as conhecia, embora não o soubesse...
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E vejo-me a cair mais uma vez...
fecho os olhos...
é agora...
não posso esperar mais...
é o fim...
esperei tanto por este momento...
deixo-me morrer lentamente...
deixo o meu corpo desfalecer...
perdi-me de mim...
não sou mais esta breve existência...
que passou...
vejo o meu sangue
a correr pelo chão...
os meus olhos já não vêem nada...
as minhas mãos já não sentem
a fria textura desta parede
que me ampara...
já não sinto o meu coração a bater...
parou para sempre...
já não há mais razões para chorar
acabou tudo...
e com este doce final me afasto...
sem mágoas
nem remorsos...
sem arrependimentos
ou vontade de voltar...

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Para nós nunca será a felicidade...


Não sei para onde vamos...

somos estranhos até no olhar...

queremos um mundo ao contrário...

e por isso nunca seremos felizes...

a felicidade é para os satisfeitos...

para aqueles que se adaptam ao mundo...

a felicidade é para os que acham

que não há mais nada para ver ou para fazer...

para aqueles que se contentam

com o dia-a-dia

com os acontecimentos banais da vida...

a felicidade é para que estão num lugar de corpo e alma...

e sentem que é ali mesmo que devem estar...

que se sentem completos com aquilo que são...

a felicidade é para aqueles que têm

vontade de acordar a cada dia...

é para aqueles que conseguem

esquecer a tristezas e seguir em frente...

para aqueles que por mais problemas que tenham

conseguem sempre dar a volta e sorrir...

A felicidade nunca será para nós...

que nos fechamos nos nossos mundos

e ignoramos a vida a passar lá fora...

que não importa se so há razões para sorrir...

se a nós só nos apetece MORRER!

que não importa se o mundo está perfeito

se nós o odiamos mais do que tudo!

Para nós,que nos perdemos nas sombras...

que nos matamos mais a cada minuto que passa...

que parecemos estar aqui

mas que na verdade estamos muito longe...

Para nós...

não será seguramente a felicidade...

Suicidio...


Ela continuou...seguiu sem pressa até ao jardim...deixou a rosa debaixo da árvore...olhou em redor...andou mais um pouco e deixou-se cair lentamente para dentro do grande lago em frente ao baloiço onde em criança brincara tanto...

O mundo continuou a sua vida...nada mudou...ninguém falou sobre o assunto...ela não foi capa de jornais ou revistas...Era apenas mais uma pessoa que desaparecera do mundo...uma entre tantas outras...

Mas para decidir aquele momento...tinha levado muito tempo...

Uma pessoa não se torna suicida de um momento para o outro...uma pessoa não decide suicidar-se de repente, só porque uma pequena coisa lhe corre mal...uma pessoa não se suicida apenas para chamar á atenção dos outros, para dizer: " hey, estou aqui! existo!" O suicidio nasce e vive com a pessoa, é parte dela, está presente nos seus pensamentos e nas suas acções a toda a hora...

Alguém que se suicidou levou uma vida inteira a pensar naquele momento, apenas esperando mais um dia...mais uma oportunidade...mas um dia o cansanço vem para ficar...e não dá mais...e nesse instante a pessoa sabe que chegou o momento...que não adianta mais esperar ou continuar...porque tudo vai ser igual...

Uma pessoa não se suicida a pensar que vai alterar alguma coisa, a pensar que vai mudar o mundo, que as pessoas vão falar dela ou lembrá-la para sempre...isso não é importante...uma pessoa suicida-se porque não conseguiu aprender a vencer...não teve a coragem para ser forte...

Para ela decidir que ia ser naquele dia...demorou muitos anos...para fazer aquele percurso para o lago e atirar-se ela hesitou muitas vezes...voltou para trás sempre...

O suicidio pode ser um acto de cobardia...mas não deixa de ser igualmente um acto de extrema coragem...ter aquela decisão, naquele momento...decisão essa que vai alterar todo o seu caminho...decisão essa que, uma vez tomada, jamais poderá ser apagada...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

The Living Funeral


I left my life...somewhere along my journey...
And as I see it passing by...I pretend I don't feel it anymore...
Even thought I still feeling this rain falling down over me,I'm no longer alive...
I lost my will to carry on living...
I've buried myself in this grave of loneliness and pain...
I left behind the my useless life...I couldn't stand the weight of the world...
I stopped breathing...my heart is not beating anymore...
I hid my face in the shadows...and I will let my eyes bleed...
Lied down here in the emptyness,I can't hear the voices...I'm far away from the light that blinded me...
I'd Locked myself in the kingdom of sorrow...
Here where the crows sing my silent melody...
And I softly fly away...away from all that had hurt me...
from all the tears...
And as the dawn falls...I lock myself in my coffin...and fall asleep...
And I let myself drowning in this endless sleep of damned moonlights and wounded angels...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Momentos de Insanidade...

Queria tanto perceber-te...não sei... ás vezes nestes meus momentos obscuros desejo entender a tua voz...mas para te entender...teria que me entender primeiro a mim...ás vezes por entre imagens desconcertantes da minha memória encontro-te...sei que não estás lá..sei que há muito tempo partiste...mas no entanto a tua voz rompe o silêncio da minha existência...mas depois dissipas-te e és apenas pedaços de vidro espalhados pelo chão...lembro-me que costumava odiar-te...tinha esta necessidade termenda de sentir algo que me fizesse repugnar-te...hoje não sei...ás vezes parece que não sinto nada...há apenas um vazio que nada me diz...outras vezes tento alcançar-te...não sei já quanto tempo passou...parece que perdi a noção dos dias...porque continuo a pensar nisto?que obsessão tão compulsiva! sei que isto não faz mais sentido...na verdade nunca fez... olho mais uma vez...ainda lá estás...queria tanto ouvir-te...sentir o que me dizes...porque me fazes isto? porque não consigo ignorar estas vozes? mais uma vez aquela música ao fundo...aquela musica que nunca para...mais uma vez o espelho me absorve...estou a elouquecer...não...agora já não consigo parar...se ao menos eu conseguisse esquecer...se ao menos eu pudesse fingir que posso continuar como se não sentisse nada disto...o grande espelho de gelo reflecte agora toda a minha sombra...quebra-se uma vez mais... junto todos pedaços de novo...um por um...e de novo o espelho se ergue...será que ainda sentes alguma coisa? preciso de te matar de mim...preciso de encontrar um pouco de sanidade no meio desta confusão de momentos...um toque de dor invade a minha pele...por mais que tente fugir...não me consigo afastar deste desejo de loucura...estou viciada neste sofrimento...nesta morbidez que me arrebata cada vez mais...nada mais há a fazer...contemplo as sombras que se movem na escuridão desta noite eterna...e lentamente ...acompanho-as...sigo com elas neste suave tormento que me acolhe...sim...na verdade...continuas lá...continuo sem respostas...sim...continua a doer...dói cada vez mais...mas aceitei a dor...tornei-a parte de mim...e sigo na madrugada silenciosa...enquanto os teus gritos me acompanham...e as tuas lágrimas marcam os meus passos...

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

A minha alma ...nas palavras de alguém...

Adoro este poema...não foi escrito por mim...e também não sei quem o escreveu...encontrei-o por acaso...mas sempre que o leio vejo-me em cada palavra...sinto que por mais que tentasse jamais conseguiria escrever algo que definisse tão completamente aquilo que sinto...

"ANGELLORE
Não peço que me sigam,
pois também estou perdida.
Desconheço até as profundezas de mim mesma,
persigo em busca de respostas
e só encontro a individualidade obscura contra as verdades absolutas, hipócritas....
Às vezes renuncio ao consciente para me sentir viva
e fantasio nas sombras do subconsciente
e por mais que seja ilusão,
vejo uma realidade minha,
reflexo da minha imaginação..."

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Quando o sofrimento vier...

E depois quando o sofrimento vier…
Acabaremos por nos afastar da vida…
Cairemos no nosso abismo
No abismo criado por nós…
E depois quando não houver mais ar
Deixar-nos-emos perder na nossa própria dor…
Mergulharemos nela
E lentamente
Ver-nos-emos a dissipar como se mais nada
Fosse importante...

Cansei-me


Cansei-me dos dias...

cansei-me do tempo...

cansei-me de mim...

cansei-me das vozes...

cansei-me de tentar...

cansei-me de voltar sem nunca ter partido...

cansei-me de voar

e acabar sempre por cair...

cansei-me de ficar

sempre longe de tudo...

de ser sempre um fragmento de fracassos...

cansei-me de sorrir

quando dentro de mim

tudo chora...

cansei-me de me perder...

e de nunca me conseguir encontrar...
Esperança...
se algum dia a tive perdi-a na caminhada...
Dor...
que entrou em mim e penetrou a minha alma...
o martírio da minha existência
faz-se e desfaz-se sem precedentes...
destrói-se e constrói-se
devagar...
vem e vai...e eu fico a observá-lo...

Que dor...que desespero...
a minha doce tragédia
aqui mesmo a meus pés...posso tocá-a...

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Não consigo suportar a maioria das pessoas, dos momentos e dos lugares...não é um sentimento recente...sempre senti isto...mas agora parece que está mais forte...não consigo suportar mesmo a maioria das coisas...e não percebo porquê...deve ser um problema meu, porque todas as pessoas á minha volta parecem estar bem com o mundo...nunca consegui encontrar uma razão para esta minha apatia em relação ao mundo...na verdade também nunca a procurei...mas quando penso nisto..torna-se de certa forma incomodativo...no final acabo sempre por ser mal entendida...quem já sentiu ou costuma sentir isto que eu sinto sabe do que estou a falar e percebe bem a sensação de nos sentirmos sempre estranhos no mundo...de sermos sempre aquela peça que não se encaixa no puzzle da vida...perferir a solidão...pois ela é única que não espera nada de nós...é a unica onde podemos ser nós mesmos...quem costuma sentir isto sabe bem o quanto o mundo nos pesa tanto ás vezes...o quanto é mais fácil fugir de tudo porque lá fora nada nos compreende...nada nem ninguem sente o que nós sentimos... a maior parte das pessoas jamais compreenderá...vai achar sempre ridiculo este sentimento...vai sempre achar que sou louca...que simplesmente sou uma anormal qualquer que não consegue viver em sociedade...é mais fácil para as pessoas ditas "normais" colocar rótulos naqueles que consideram estranhos...é mais seguro para eles, uma vez que não têm a coragem para sequer tentarem entander um pouco...e não julgar tanto...

Dedico este texto especialmente a uma pessoa que ao ler isto vai sentir o mesmo que eu senti ao escrever...alguem que eu sei que sente da mesma forma que eu...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Fuga...

Vozes...mundos...ruídos...
momentos...
Que tristeza é esta?
Que desespero é este?
Luzes..gritos..
fujo...tenho que fugir...
não quero mais estar aqui...
porquê este desespero sempre me persegue?
quero ser livre...
mas sinto-me presa a estes momentos
de dor repentina!
dói...
dói-me esta minha vontade
de fugir da vida...
dói-me este vazio que se
apodera de mim...

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Desfragmentações de uma vida perdida no vazio...


Apaguei os vestigios
da minha presença
deixei que a minha alma sangrasse
até ficar vazia
Fui embora...
Rasguei a minha imagem
no espelho
Deixei que esta tempestade
me afogasse
para não mais voltar...
Parti...
Estou longe...
Sepultei a minha sombra na solidão...
Esqueci-me de mim...
Perdi-me da minha memória...
abracei a dor
e evoquei os demónios
adormecidos em mim...
Voei para longe...
fui com a noite...
e deixei-me levar pelas vozes
que me chamam na escuridão
Agora...
aqui...
onde o nada preenche o vazio
e onde os jacentes
se erguem implorando
mais um luar...
aqui...
onde as chamas da eternidade
anunciam a tragédia incessante...
aqui..
encontrei
a minha dor e a minha solidão...
permaneço agora num ciclo
de momentos vãos...
num sopro de loucura e prazer...
Sou uma sombra
que quebrou as barreiras
da realidade
Sou uma voz sem som
Sou um olhar sem luz
Sou umas mãos
sem a frieza dos dias...
Sua uma existência
sem passado...
Sou o que passa e não fica...
Vou com a noite...
Repouso no sofrimento...
mergulho no horizonte sem referências...
Suavemente...
um pranto melodioso de anjos perdidos
me embala para dentro
do meu doce desespero sonhado...

Dolorosa Presença...


Agora que ainda permaneces aqui

e que o amanhã jamais chegará...

agora que te olho e que te vejo a dissipares-te

na sombra dos meus desejos...

porque ainda estás aí?

porque me condenas mais a cada momento que passa?

porque não te perdes para sempre?

Desejei que partisses...

Partiste...

vi-te a partir..

e depois...

vi-te a regressar...

regressaste...

e ficaste em mim...

e todo o sentido do tempo

se desmoronou...

Porquê?

vezes sem conte

me questiono...

permaneces então a fitar-me...

e tento ignorar-te...

mas a tua voz

atropela os meus sentidos...

Quero que vás!

porque a tua presença pesa demais

na minha existência...

Não!

Não quero mais sentir a tua dor!

Não me quero afogar nas tuas lágrimas!

Gelaste o meu sangue...

Condenaste a minha alma...

O amanhã será

apenas uma sombra infame....

Ausência de tudo...um sentimento constante...

O mundo esgota-se de mim...
foge de mim como um sopro...
Deitada no chão...
Já não sinto nada...
estou longe...
e aqui onde tudo
se esgota para dentro
de um vazio de morbidez...
aqui onde perdidamente
me deixei
ancorar num horizonte longuinquo
onde nada muda...
onde caminho moribunda
em direcção á tempestade
dos meus sentidos...

Freedom



I'm not alone...

my wings are broken...but I'm flying away...

Away from myself...

Away from my reflection...

I broke the mirror

I tried to escape...

I found a dream in this nightmare...

I left you...

I left myself...

I tried to escape from my own madness

but I only ended up here...

I'm running out of sanity...

but I don't need it anymore...

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Agora os dias são todos iguais...


Agora os dias são todos iguais...são apenas mais uns dias...dias que não trazem nada de novo...dias em que nem sinto as coisas acontecerem...dias normais...sem referências...dias que passam por mim sem me tocar...dias que se repetem sem marcar a minha vida...dias que se encaixam...sem fazerem sentido algum...dias de solidão...dias de decadência...dias vazios e dispersos...dias preenchidos de momentos sem rumo...de memórias soltas...agora os dias são todos iguais...como se nunca acabassem...prolongam-se no horizonte...mergulhados na poeira das sombras...dóiem-me estes dias que nada mudam...estes dias que agora são todos iguais...

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Aqui deitada no chão...
Enquanto os anjos
bebem o meu sangue
e vagueio entre o agora e o nunca...
Não caminho mais!Perdi-me!
mato-me outra vez...
Lentamente..
.enquanto sinto a minhador a correr
pelas minhas veias vazias...
vou para longe agora...
Acompanho os pássaros feridos e sigo para
onde nunca mais me encontre...
Que dor é esta...
Esta dor que me afunda cada vez mais...
e me deixa dissipar na morbidez
da minha partida...
Entra...
aqui dentro
da minha sepultura
te espero...
o tempo acabou...
voltei para o meu lugar...
para onde os sonhos
se evaporaram
na escuridão...
onde permaneço
em comunhão
com o vazio..
aqui o pesadelo não acaba...
vem...
espero-te
mais uma vez...
como sempre...
e enquanto te aproximas...
sinto-te
a afastares-te...
vem...agora...
Agora que a nossa esperança
é inútil...
agora que mais
não somos
que fragmentos
de pesadelos
atormentados
agora
que estamos perdidos
agora
que a nossa
caminhada
terminou...
Não adianta mais
procurar nada...
Vem...
deixa-te
entrar nesta imensidão
de lágrimas
sangrentas...
desejos vazios
envolvem-me
nesta penunbra
de elouquecer...
vem...
não há mais nada...
as nossas almas
são apenas
doces anjos
malditos...
Enquanto te olho
ao longe
sinto que o nosso
pesadelo
será eterno....

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Orange Sky

I feel myself
under the orange sky...
The sky is burning...
and I'm bleeding...
All the voices are gone...
The shadows are dancing around me...
There's no longer hope for me...
There's no air left
for me to breath...
only these screams of tragedy
inside my head...
Kill me!
I scream one last time...
Condemn me!
Arrest me into your
most painful cage
I don't need my freedom anymore...
Under this orange sky
I know my own nightmare...
I feel my deepest tragedy...

Despedida


Abri os olhos pela última vez

olhei à minha volta...

livrei-me de todas as minhas memórias...

fechei as portas

do meu passado...

olhei o tempo...

a vida a afastar-se

ao longe...

como que a fugir de mim...

Fechei os olhos...

senti-me a partir...

Atirei-me pela janela

e fiquei a ver-me

a cair...

Suavemente...

Deixei-me devorar

pelo abismo

ofuscante

e silenciosamente

despedi-me de mim...

Aqui perdida na imensidão gelada dos meus pensamentos observo-me...observo a minha doce tragédia...o meu mais belo pesadelo...aqui onde já não há mais ar para respirar...e onde todo o sangue jorra agora das minhas veias ...sinto um desespero a entranhar-se na minha pele...e vejo a noite a cair sobre mim...e a devorar-me...aqui onde sepultei a minha existência moribunda e onde quebrei todos os espelhos que não reflectem mais as minhas lágrimas...aqui onde o sofrimento me acolhe...e onde sou prisioneira da minha própria presença...

domingo, 7 de janeiro de 2007

Esgota-se a vida

A minha vida esgotou-se…
Depois de muito tempo
A tentar solucionar
Um sonho perdido…
Deparo-me com o
Abismo a meus pés…
Olhei para trás…
E o mundo todo
Desaba á minha passagem…
Esgotara-se então a vida…
O tempo…

e todas as vozes desérticas
inundaram-se de desespero…
O sol apagava-se…a chuva cessava…
Um sopro de nada veio
Preencher cada resto de maresia…

Apatia


Procuro uma dor

No silêncio…

Algo que me tire

Esta ausência

De emoções…

Procuro no espelho

Um novo olhar…

Um sorriso…

Uma lágrima que seja…

Procuro pedaços

De algo que atormente

A minha alma …

De algo que atropele

O meu coração…

Procuro algo que me

Toque por dentro

Para que eu sinta

Que estou viva…
Eu andei sempre longe daqui…
Olho para trás uma vez mais...gritos que me devoram preseguem-me...o meu sangue espalha-se pelo chão...agora que a dor passou...estou livre...ao longe observo o meu corpo caido...e todos os meus sonhos desfeitos...de mansinho a escuridão envolve-o e perco-o para sempre...afasto-me e esqueço-me de mim...não sou mais o que fica para trás...não sou mais aquele corpo morto caido no chão...não me pertence mais o sangue que se afasta agora do corpo...agora sou apenas um fragmento de solidão que percorre as sombras...

Abandono




Deixei que fluísse em
Mim a dor das
Ultimas palavras….
Deixei que o meu olhar
Se fechasse e eu
Não procurasse mais nada…
Deixei que secassem em
Mim todas as
Chamas das ilusões
Não alcançadas…
Deixei que o meu sangue
Corresse para
O vácuo eterno…
Deixei-te…
Deixei-me…
Não voltei para trás
Segui sempre em frente…
Tinha que ser…

sábado, 6 de janeiro de 2007

Estamos perdidos...olhamos as nossas sombras e deixamo-nos morrer...cansámo-nos do tempo...cansámo-nos da vida...silenciosamente perdemo-nos na solidão...no nosso mais doce suicidio...

Eternity


Softly I cry my sweetest tears...

I let myself floating in this pain...

This emptiness will never end...

my darkest memories

take me closer to the edge...

I die once again in this madness...

Here...

where the dying voices

keep me awake...

where all my nightmares become real...

and I kill myself...

over and over...

Eternaly...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007


Condena a minha alma!Arranca o meu coraçãoE faz-me sangrar todaA vida que haja em mim!

terça-feira, 2 de janeiro de 2007


Como me dói esta loucura...mas como me dá prazer...estou a matar-me...estou a perder-me do meu corpo a cada momento que passa...o meu sangue percorre agora a imensidão destas sombras...como é silencioso este pranto que tentas em vão fazer com que eu ouça...a dor passou...na escuridão fria me perco...neste doce pesadelo...aqui onde o tempo morre...onde os jacentes se erguem no silêncio...onde os anjos feridos temem o amanhecer...aqui onde a luz morreu...onde eternamente busco o vazio...
Suavemente caio para o abismo e as minhas asas quebram-se...suavemente envolvo-me no meu sepulcro e vagueio moribunda nesta eternidade vã...