segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

...


Os meus passos estão incertos...desordenados...troco-os o tempo todo e caio inúmeras vezes...não consigo ser coerente...atropelo-me vezes sem conta...e depois sigo em frente ...levando comigo as nódoas negras das minhas quedas...

Não consigo manter um padrão...um dia sou uma pessoa e no dia a seguir já sou outra...digo uma coisa e faço outra completamente diferente...engano-me uma e outra vez...uns dias odeio...e noutros não odeio assim tanto... ou nada sequer...uns dias sinto-me presa...e noutros livre como se nada me tocasse...

E tudo isto acontesse enquanto o relógio permance parado...nas mesmas horas de sempre...como se quisesse mostrar que os objectos também conseguem ser irónicos...o relógio pode parar...e o tempo continua sem se importar....

Será que disse tudo o queria dizer?
Será que as minhas palavras me levaram a algum lado?
Será que alguém me ouviu?


Hoje sou uma pessoa que amanhã já não quero ser...amanhã sei que continuarei a ser a mesma...será que isso muda alguma coisa?


E deixo este texto sem titulo...porque não sei que nome dar a isto...a isto que me move todos os dias...a isto que sinto...


Apatia?
Loucura?
Nada?
Vazio?
Descontrolo?
….........................

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tenho saudades das estrelas...de quando eu as via com olhos de criança...

O nada dos dias...

Porquê? Eu pergunto-me porquê imensas vezes...porquê esta inconsistência nos dias...as horas ignoradas que passam sem remédio...o tempo que nos devora com chamas incessantes desta grande fogueira do mundo...
E eu vagueio pelas ruas e observo as caras desatentas das pessoas que encontro no meu caminho...e todas me dizem o mesmo...NADA! é apenas um vazio constante em todos os que me rodeiam por aí...nada de novo...nada de inspirador...
E não sei se é de mim...ou os dias ficam mais curtos á medida que o tempo passa...parece que há uma pressa qualquer de chegar a algum lado...ou então pode não haver nenhum propósito...
E... se realmente não houver mesmo nenhum propósito? e se for isto...apenas...sem mais nada a esperar...é imensamente desolador pensar isso...acreditar nisso...
Os dias...as noites...os meses...os anos... não passam de consequências da rotação deste planeta ao qual resolveram chamar Terra...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Há caminhos que conseguimos traçar de olhos fechados, outros, porém, por mais que os mantenhamos bem abertos, não conseguimos encontrar uma forma de chegar a parte alguma...


Em 12.03.05

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Tu não sabes...

Tu não sabes...e eu não te direi...e isto jamais será revelado...
Tu não dizes nada...e eu mantenho-me neste silêncio gelado...
Nada mais há a dizer...
Tu não o sabes...não o poderias saber...e eu jamais te o poderia contar...
Tu estás aí...e eu já me já não sei mais onde estou...perdi-me...
Não há mais ar entre nós que possa tornar os sons em palavras...
E eu não sei...sabendo, no entanto tudo...
Tu não o sabes...eu sei que não...e não te posso culpar por isso...está fora do teu controlo...está para além do que possas pensar...querer...ou viver...
Tu não sabes...e eu sei demais...demais do que quero saber...do que devo saber...demais do que preciso saber
Tu não o sabes...e eu não te odeio por isso...odeio-me a mim por não te o conseguir dizer...

sábado, 10 de janeiro de 2009

E vi-te...

E então vi-te... estavas ali á minha frente...e de repente não soube se eras real...ou se eras apenas mais uma alucinação...e de repente não soube mais de mim...fiquei ali presa mais uma vez...a ti...a noite em ti...á tua presença na noite...a tua inesistência em mim...o frio...o desconforto de estares ali mais uma vez á minha frente...tão perto...mas na realidade a uma distância enorme e dolorosa...
E vi-te...como te imaginei durante anos...e depois ali...estavas real como antes...
E...de repente nenhuma palavra pode surgir...nenhuma seria apropriada..e nenhuma podia existir já...todas já haviam sido aglomeradas a um canto pela força dos anos...
E vi-te...sim...vi-te...e não sei...ao ver-te...se te vi realmente..ou se mais te via quando te imaginava...
E vi-te...e de repente... tudo em mim parou...e o vento...as vozes...as cores daquela noite dissiparam-se todas por entre os contornos da tua imagem...
E vi-te...mas pela primeira vez, ao olhar-te...tu eras tu...e eu era eu...
E vi-te...após tanto tempo...e nada de impressionante se pode sentir num momento assim...