quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Megalomania - "Cupid bought a gun..."

É excessivo. Doentio. Obsessivo.
Contamina. Corrói. Esmaga.
É ensurdecedor. É como se o mundo repetisse em surdina a mesma palavra.
É uma partida. Sem regresso.
É uma queda. Sem consolação.
É quando se apaga a última luz viva. Como se de repente as estrelas se descolassem do céu e caíssem no solo…mortas…apagadas…para sempre.
É o momento em que a voz não consegue trespassar a barreira do silêncio. Quando as unhas ferem o branco da parede. E quando a primeira gota de sangue inunda o chão.
É o sufoco. A inexistência abrupta do nada sombrio.
É o momento em que o relógio permanece estático nas mesmas horas.

São seis da tarde? Meia-noite? Que dia é hoje?

E é sempre assim…quando um eco longínquo entoa de uma forma trémula e descompassada uma melodia há muito perdida…

É o choro da noite. O canto do silêncio. A dança das sombras.

É um veneno. Um tumor. Uma infecção. Um cadáver a céu aberto.
Uma poça de sangue putrefacto.
Uma luz em câmara lenta, num deserto de carne desfeita…destroços…

É a paranóia. A demência. A tragédia exasperada.
È uma necessidade compulsiva. Um vício.

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