sábado, 3 de março de 2007

E era Dezembro...



Depois de uma noite longe do tempo...apercebi-me que não me restavam muitas mais opções...e era Dezembro outra vez...a chuva caia fortemente na minha cabeça... e era uma presença assustadoramente doce...e de repente o mundo fechara-se de novo para mim...e eu estava de volta áquele hospital...e todas aquelas pessoas olhavam para mim como da primeira vez...olhares vazios...de pena...e odiei-os novamente a todos...e senti que eles eram os verdadeiros loucos...não eu! Permaneci fechada do mundo mergulhada na minha própria insanidade...e sabia tão bem... aquela insanidade com toque de liberdade...e caminhava sozinha entre aquelas paredes que caiam sobre mim...e os meus gritos eram silêncios dolorosos...e aquela cadeira vazia esperava mais uma vez por mim...e sozinha na minha loucura senti que nunca estivera tão sã...mas eu já não via nada...nem aquelas gotas de sanidade momentania...eu era um espectro...flutuando naquele castelo de espaços mortos...trágicos...vazios...momentos de loucura...e finalmente adormeci...e depois não sei se vivi isto tudo ou se apenas imaginei estes momentos para me conseguir sentir louca o suficiente para me magoar...
Tinha que haver uma razão para aquilo ter acontecido...mas todos acharam que era muito melhor esquecer as razões...ninguém se importou...e eu continuava a pensar...a elouquecer...o espelho estava partido mais uma vez...e desta vez eu não conseguia juntar as peças...a situação estava fora do meu controlo...Fiquei com a sensção que te tinha matado...que tinhas morrido apenas para me castigar...para me mostrar que era eu que sempre estive errada...E as portas estavam fechadas...e eu queria fugir...para longe...mas não me conseguia afastar de ti...do teu corpo caido no chão...pensas que eu desejei aquele momento?
E eles faziam-me perguntas que eu não compreendia...queriam respostas que eu não tinha...e ainda achas que eu me estava a divertir?

e eu só precisava de um pouco mais de sanidade...mas nada mais restava...e eles fecharam as portas...e acharam que assim a situação ficaria resolvida...eles nunca se importaram...e eu tinha que sair dali...

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