sábado, 31 de março de 2007

Horas vazias...mergulhadas em obsessões...


A minha pele está a consumir-se...e não consigo dormir...se ao menos dormir fosse apenas fechar os olhos...o véu de uma noite sem horizontes cai sobre mim...tenho que fugir...
E não sei se isto está a acontecer...ou se estou apenas a sonhar...
As portas das trevas abrem-se agora para mim...e sou uma sombra flutuante neste jardim de espectros...
Rendo-me!
Estou aqui...não partirei mais...deixei o mundo lá fora a desabar...
E estou a cair...sinto o meu corpo a mergulhar nas chamas...e não sei se morri ou se me matei...e não sei se renasci ou se apenas me desfragmentei de novo...
Que se silenciem todas as vozes absurdas e vazias...que se apague esta luz que me fere a alma...
E as portas fecham-se e desta vez entrei...


Há algo que persigo incessantemente...algo que está aqui...e que se perde de mim...há algo que procuro insanamente...e quando mais me aproximo...mais distante parece estar...
Há algo que rouba a sanidade dos meus dias...algo que atropela os meus sentidos...
E é nestas horas horas vazias de breves pesadelos adormecidos que fujo de toda a realidade e tento esquecer as obsessões...mas é nestas horas que elas estão mais fortes...
É nestas horas de insónia desesperante que abraço os meus fantasmas...e sou uma página de um velho livro que se desgasta...a chama enfraquecida de uma vela ao vento...
E nas paredes abrem-se frestas que parecem sugar-me...
Há algo que me controla para além do que é possivel ou racional...algo que me prende com todas as forças e me perturba...e que se torna no meu desejo mais intenso...
E o que vejo agora são reflexos de imagens de momentos dolorosos...e tudo o que faço aqui é esperar por algo que jamais chegará...preciso que o meu sangue percorra a minha pele ...preciso de uma dor mais forte para me sentir viva...
Procuro-te por entre os túmulos adormecidos no pó...enquanto o teu corpo se decompoe ali debaixo da terra gélida...
Estas obsessões elouquecem-me!
Estou a perder toda a minha sanidade...
Se ao menos te conseguisse encontrar mais uma vez...se ao menos eu não sentisse o teu corpo a desfragmentar-se...
Se ao menos conseguisses voltar...
E é nestas horas vazias e despersas que sinto o frio da minha loucura a entranhar-se em mim...

Sem comentários: