terça-feira, 27 de novembro de 2007

Insónia...o vazio...ou a ausência...


Não sei mais onde estou… tento fechar os olhos mas não consigo sair daqui…
Quero adormecer…cair no sono e vaguear para longe…
Fechada nesta noite sem fim…tento afugentar esta luz que teima em me dominar…






Não posso mais ficar aqui…está frio…





Acho que estou a enlouquecer…estou a entranhar-me nas sombras…torno-me uma delas…deixei o meu corpo caído no chão…o sangue espalha-se pela casa…absorve o meu reflexo no espelho…mas não estou mais aqui…não acompanho mais o meu corpo…sou agora mais uma sombra na escuridão…nada me perturba agora nesta solidão calma…e por fim posso descansar nesta doce apatia…ausente de qualquer som ou de qualquer presença… ausente do tempo e do espaço…não há mais dor…não há mais sofrimento…apenas permaneço…aqui moribunda…sem agonia…
E o tempo passa lá fora…sem que eu faça parte dele…sem que o acompanhe…


Não sei mais de mim…não me vejo…não sei onde estou…


Tento esquecer o tempo que existiu quando te via…tento esquecer as horas que passaram em que te olhava…tento deixar para trás momentos…dias…semanas…mas não posso ignorar o facto de ainda querer voltar aos dias eternos…ás manhãs mergulhadas em liberdade…voltar a mim…voltar a ti…e depois deixar-te mais uma vez…ver-te partir de novo para que me convença que é o fim…


Porque não há mais anda que eu possa fazer…porque tudo é inútil…
Porque o mundo agora é apenas um estranho para nós…porque não há mais coerência nas coisas…porque a distância agora é um abismo de memórias…porque tudo o que éramos se esgotou…porque estás aqui e não te encontro…porque te vi partir e ainda assim não aceito a tua ausência…
Porque agora restam-me apenas estas repetições…estas frases sem nexo…estas palavras vazias…

O que devia eu sentir eu sentir? Devia eu sentir alguma coisa? Devia eu chorar? Devia eu sorrir? Devia ter pena? Devia eu fingir um pouco de felicidade? Devia eu demonstrar um pouco de dor?
Devia eu revoltar-me?

E mesmo agora que te tenho, sinto que já te perdi …E não consigo evitar que partas, mesmo que te agarre com todas as minhas forças.

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