terça-feira, 14 de março de 2006

Ilusões...medo

A vida acaba sempre por nos mudar...tanto que às vezes já nem nos conhecemos a nós próprios...o tempo transforma-nos tão depressa...um dia somos a rocha mais forte...e de um momento para o outro somos apenas poeira perdida ao vento...por vezes sentimos força para mover montanhas...outras vezes temos medo e fechamo-nos tão dentro do nosso mundo que parece que jamais vamos conseguir sair...mas tudo são ilusões...nunca sentimos realmente as coisas...quando as vemos,elas já desapareceram...já deixaram de ser...as vezes é duro pensar na realidade...na imensidão de todas as coisas...o que é...o que foi...o que será...o que poderia ser...o que poderá ser...o que não é...tudo é tão vazio...tão disperso...por vezes sentimos que nos dói cada pedaço do universo...como se ele tivesse a dasabar em cima de nós...dói-nos cada gota de chuva...como se toda a existência tivesse a chorar contra nós..dói-nos cada fragmento de luz com se derrepente o tempo nos quisesse queimar mais depressa...dói-nos cada suspiro do vento como se pouco a pouco fossemos sendo arrastados para longe demais...acabamos sempre por querer fugir da dor...como se ela não nos perseguisse...às vezes procuramos apenas o momento em que finalmente possamos fechar os olhos e tentar enfim ficar a salvo...ninguém nos diz que esse momento não vai chegar...mas quando achamos que ele chegou...percebemos então que é ilusório...queria finalmente ficar num lugar...chamar-lhe casa e refugiar-me nele sempre que não aguentasse a realidade...queria poder gritar se o silêncio teimasse em devorar-me sem razão...queria pensar que bastava uma palavra...mesmo pequena e insignificante...para mudar todo o meu ser...queria andar sem temer o próximo passo...respirar bem fundo e sentir que tudo afinal não são apenas ilusões incostantes de insanidade...queria talvez poder-me perder no amanhecer...nas gotas do orvalho que surgem de mansinho...em cada raio de sol...em cada pedaço de maresia...e depois por fim descansar no luar que surge suavemente por entre a noite sem barreiras...e depois bem longe...e derrepente tão perto... abrir os olhos e ver-me a voar bem alto com a certeza de que não caíria...gostava de pensar que é possivel...ou que talvez não é assim tão dificil...

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