segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Labirintos



Não me surpreendeu ver-te naquele dia e achar que não ias ficar ali muito tempo...que o teu lugar nao era definitavemente ali...tinhas o olhar no infinito...as esperanças perdidas talvez...os sonhos haviam há muito desaparecido...agora não estavas mais ali...talvez não tivesses realmente em lugar algum...talvez te tivesses tranformado em sombra perdida no nada...às vezes dói pensar nas coisas...como dizia Fernando Pessoa "Pensar incomoda como andar à chuva,quando o vento cresce e parece que chove mais..."...naqueles dias em que quanto mais pensamos,mais as coisas ficam sem sentido...e nunca conseguimos chegar a lugar nenhum...e vagueamos na escuridão...talvez as palavras sejam demasiado ridiculas agora...talvez tenham sido sempre...mas talvez houvesse um tempo em que ainda valia a pena dize-las...agora nem pensá-las...mas talvez partisses com vontade de ficar...talvez no fim ainda tivesses olhado para trás...ainda tivesses procurado algo que ficou...não sei onde estás agora...às vezes parece que estás tão perto...quase que ainda te sinto...outras vezes és apenas ilusão da minha cabeça...talvez ainda voltes e tentes encontrar o teu lugar no sitio onde tudo já te esqueceu...ou talvez no meio do tempo consigas encontrar o teu lugar aí onde estás...talvez um dia deixes de te consumir por essas memórias inúteis...como explicar que tu e eu estamos tão perto e nunca nos conseguimos encontrar?como entender como nos perdemos nestes labiritos de tudo e nada?num momento estás aqui...a seguir já desapareceste...será que algum dia te vou encontrar?

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