quarta-feira, 14 de novembro de 2018


Caminha esvoaçante
Nesta hora mansa
Tempo dormente,
Breve sussurro
Que quando vai chega
A ser tudo
E quando regressa
O ar já se foi
E é sempre dia e
A noite já vem
No horizonte brada a
Norte o vento
Que chega a ser
Terno sem tocar
A face que esconde
A história no lamento.
E já cantam ao longe
Vindas da maré, os pássaros
De uma primavera
Secular.
E eu precipito-me
Para a janela
 Sem nunca ver
Cantos imersos
Na névoa a vaguear
E não há mais
Sol que cubra
As ruas
Desta cidade
Não há luar ou
Firmamento
E tudo se revela
Num segundo
E voltamos ao
Início de tudo
E eu estou cega
Cega da luz que
Não chega
Caminha doce…
Suavemente…
Passos leves…lutas
De tempos e guerras
Gélidas
É é vão
Morte . Martírio . Mágoa.
É absurdo.
Música. Melodia. Manhã.
Desconheço muros
Campos descobertos…
Desconheço até de mim
Minha imagem.
Voltas e voltas dá
O solitário ponteiro
De um relógio parado…
Mais já não é
Que enfeite triste na
Parede nua
Um dia
Rei
Sentado num pedestal de pó
Guerreiro de dias naufragados
Que do que serve a
Vida se já não há mais
Correntes de braços
Suplicando…

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