domingo, 4 de dezembro de 2011

Hoje gostava de escrever (uma vez mais) sobre o amor-próprio.
Não é fácil consegui-lo. Ele é sorrateiro.
Nem sempre ele está onde achamos que ele está.
Muitas vezes julgamos que o atingimos através de uma mudança de penteado, ou uma perda de peso ou uma roupa nova. Outras vezes achamos que o encontraremos nas relações com as outras pessoas.
Até que um dia nos apercebemos de que ele está apenas e só dentro de nós.
E é, na maioria das vezes indiferente às mudanças exteriores.
É com uma mudança interior que o encontramos.
Eu perdi quilómetros do meu caminho á procura dele onde ele não estava para mim.
Perdi horas…dias e noites…meses…anos…a tentar decifrar minuciosamente os caminhos do longo labirinto da auto-estima.
A empreender todas as regras para uma possível auto-aceitação.
Cansava-me. Desistia. E recomeçava tudo outra vez.
Sempre que julgava que estava perto de algo, concluía que ainda me odiava mais do que quando tinha começado.
Torturei-me de todas as formas possíveis. E quanto mais me torturava mais pensava que estava no melhor caminho para ser perfeita.
Perfeita…como se a perfeição existisse…
E não me suportava por falhar sempre em tudo.
E odiando-me, odiava o mundo.
Já sabemos que devemos gostar de nós, aceitarmo-nos como somos e tudo isso…mas não adianta dizer isso…porque isso não é a causa que leva ao amor-próprio, mas sim a sua consequência, ou seja, só conseguimos gostar de nós e aceitarmo-nos quando ganhamos o amor-próprio, e não de forma inversa.
Na verdade não adianta esforçarmo-nos muito.
No final, feitas as contas, acabamos por gostar realmente de nós exactamente quando nos deixamos de esforçar para isso. Quando nem nos importamos.
Eu diria que o segredo para conseguir o amor-próprio é a simplicidade.

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