quinta-feira, 10 de junho de 2010

Não sei me expressar. As palavras são cruéis. Ambíguas. Ácidas.
Cansei-me de andar. Parei. Não pretendo ir mais longe. Não sei ir mais longe.
Saturei-me das imagens que ocorrem á minha volta. Umas estáticas. Outras em movimento. Não consigo processar mais informação exterior.
Enlouqueço com facilidade. Sou paranóica. Alucino frequentemente.
Não consigo extrair a realidade do emaranhado de delírios da minha mente.
Não consigo…nem quero.
Já fui tantas pessoas. Já não sei quem ou o que sou. Nunca consegui seguir um padrão.
Sou repetitiva. A minha linha de raciocínio está bloqueada. E riscada como um CD.
Costumavam-me dizer que eu não gostava de nada. Mas na verdade, eu apenas não gosto de gostar das coisas. Mas ás vezes acabo por gostar de uma coisa ou outra que não consigo evitar.
Gosto de me esconder atrás de metáforas, eufemismos, disfemismos, analogias, alegorias, anáforas, pleonasmos, antíteses, paradoxos, hipálages, personificações, sinestesias, animismos e advérbios de modo…
São uma forma de camuflagem tão legítima como qualquer outra.
Costumo falar sozinha. Sempre preferi monólogos em detrimento de diálogos.
Suponho que as pessoas me acham estranha. E às vezes riu-me imenso a pensar nisso. E imagino formas para lhes dar razões para consolidarem essa ideia.
Passo a vida em constante procrastinação. O momento a seguir é sempre o mais apropriado para fazer o que quer que tenha para fazer. Mas depois ainda há um momento seguinte melhor. E o ciclo não tem fim. Também costumo rir a pensar nisto.
Muitas vezes tenho que fingir sentir alguma coisa. Porque é aterrador sentir que não se sente nada. E deixar demonstrar isso ainda é mais inquietante.

Sem comentários: