quarta-feira, 11 de junho de 2008

Aquela música no fundo da rua transportou-me de repente para um lugar conhecido que eu há muito abandonara…e eu percorri o tempo…revoltei os dias…parei naquele instante exacto… no minuto que já passara…por entre as luzes do passado eu me confrontei com tudo o que eu fizera…
Gosto de pensar, que, a partir de um certo momento as coisas estão fora do meu controlo…eu posso até conduzi-las até uma determinada altura…mas depois elas soltam-se desenfreadas das minhas mãos…era nisso em que pensava naquele dia ao descer aquela rua e ao ouvir aquela música…
As coisas por si só são apenas coisas…mas a memória transfigura tudo...foi isso que me fez parar e ouvir aquela música com mais atenção…a música remexia nas minhas memórias…estava ligada a mim de algum jeito…
Depois comecei a pensar que eu vivia demasiado de memórias…e afastei-me á pressa dali…
Quem se alimenta demasiado do passado – como eu – perde imensas coisas do presente…apercebi-me quando verifiquei que as minhas memórias recentes eram apenas memórias de estar a relembrar alguma coisa…ou seja, memórias de memórias…percebi que estava a entrar num ciclo vicioso…




Quando não se consegue escrever mais nada...fica apenas isto...um esboço do que poderia ter sido...mas evidentemente nunca será...

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