segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Nunca te disse para onde ia…talvez no fundo soubesses…mas não te disse…
O vento leva-nos para longe por vezes…mas não tão longe o suficiente para que apaguemos de nós tudo o que ficou para trás…
E eu parti…com tantas dúvidas e tantas certezas…
Por vezes ainda nos encontramos no lugar de sempre…mas eu não te vejo e tu não me vês…caminhamos lado a lado pelas ruas…e jamais trocamos uma palavra sequer…
Eu sei que vais continuar…nunca pararás…mesmo que o peso da dor te fustigue por completo…
Não esperes por mim…eu mergulho agora na estranheza dos dias…
Não esperes por mim…fecho agora todas as janelas e portas que me abrem para a luz…para que te vás…
Não esperes por mim já não sei mais o que dizer …esgotei as frases…os pensamentos…e não disse nada…mesmo agora se tentasse…tudo continuaria na mesma…
Estou tão longe agora…tão longe que parece que tudo passou…tão longe que tudo o que foi, é agora um infinito de imagens intermitentes na minha memoria…
As folhas pouco a pouco espalham-se pelo chão…
caixas de nada fechadas em pequenas gavetas que não ouso abrir…
Os sons sucedem-se num estrondo de nada…estou estática…sem vida…
suspensa entre imensidões de tempo…
Não esperes por mim…quero ouvir os teus passos lá fora em tom de abandono…

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