terça-feira, 27 de dezembro de 2016

.....

Estou quebrada em mil pedaços…
Como aquela boneca da minha infância…Inútil….Deixada de lado …esquecida…com o prazo de validade expirado…
Não sei é o mal ou o bem que caminha ao meu lado…há dias em que sou a melhor pessoa do mundo e outros em que só desejo ver o mundo explodir …
Há dias em que não sinto nada…
Não consigo decidir se sou uma pessoa boa a querer ser má ou uma pessoa má a esforçar-se para ser boa.
Talvez seja uma pouco de ambas…
Talvez eu esteja fora de mim…e talvez nada disto faça sentido…talvez eu já tenho escrito tantas vezes, de tantas formas que já nem sei como pôr este sentimento em palavras…


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O Jogo

Eu não sei se a luz do túnel finalmente se acendeu ou se eu caminhei até ela.
Segui demasiadas direções erradas nesta vida. Vi muros altos onde apenas havia descampado e ultrapassei obstáculos imaginários. Não se sabe ao certo o caminho que se deve escolher. Como eu idealizo a vida, um jogo de olhos vendados em que tentamos não ir contra algo. Mas às vezes (muitas vez) vamos. Batemos com a cabeça. A dor pode ser tão forte que a única coisa a fazer é esperar que passe para que possamos continuar.
Estamos neste jogo juntos…mas porém …tão sós…começamos sós e acabamos sós…e no entretanto temos breves momentos em que o nosso percurso se aproxima mas o nosso jogo é totalmente díspar …podemos até andar lado a lado por muito tempo e julgar estarmos no mesmo trilho…mas não…Cada um de nós tem um propósito diferente nesta existência …e cabe a cada um de nós tirar partido da sua experiência sem adulterar a experiência do outro …
Porque isto é um jogo sem competição…o prémio é a realização pessoal de cada um de nós…a chamada felicidade….que é imensamente  subjectiva e portanto é inútil competir por ela…

Não …afinal acho que não há luz nenhuma ao final do túnel…isso é demasiado utópico…

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Eu tenho –me esquecido das coisas.
Eu tenho -me esquecido das coisas e tenho baralhado as histórias na minha cabeça com a realidade.
A minha realidade surge longínqua…e quando me olho ao espelho está outra pessoa.
Eu tenho tentado escrever a minha vida…mas as poucas palavras que arranco a ferros dos meus dedos são falsificadas.
Tenho sido uma farsa. Tenho vivido em lugares que abomino e convivido com pessoas que me aborrecem. E cada dia é mais nulo do que o anterior.
Nos meus raros momentos de felicidade …eu crio o meu caminho …eu invento a minha viagem…eu vejo-me a seguir a brisa da manhã rumo à terra prometida.
Depois eu caio abrupta do firmamento …Agarro-me a caudas de cometas…mas tudo é poeira e gelo que derrete nas minhas mãos e nada mais…
Eu tenho-me tentado esconder do mundo…esquivar-me às obrigações diárias…às conversas…mas o preço da liberdade e da solidão é muito alto …e nem sempre o posso pagar…
Tenho vivido numa escuridão pintada de cores vivas …e luzes…e o meu abrigo é frágil…



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Segundas escolhas

A vida faz-se de reformulações. Um plano que é ajustado várias vezes antes de ser posto em prática. E mesmo assim há sempre algo que surge inesperadamente.
 Um guião que é reescrito uma centena de vezes antes de ser passado para a acção e no final a maioria das falas serão improvisadas.
A vida vai se reajustando. Os nossos objectivos vão se readaptando conforme a nossa perspectiva sobre o horizonte.
Há quem acredite que ao nascermos temos todo o nosso caminho já predestinado. Como se a nossa história estivesse a sair das páginas de um livro escrito à priori por alguém. E nós somos apenas actores colocados meticulosamente em cenários onde somos supostos estar. Sem livre arbítrio, tudo o que nos acontece é o que deve acontecer e estamos isentos de culpa por tudo o que possamos fazer. Que é o mesmo que dizer que se estamos destinados a ser milionários, assim o seremos , ainda que não façamos nada a não ser ficar a espera que a sorte grande nos caia em cima.
Eu não sei se será realmente assim. Ainda acho que necessitamos de jogar na lotaria para que possamos ter a possibilidade de acertar na chave premiada. Parece óbvio.
No entanto, ainda assim, podemos jogar na lotaria a vida inteira e nunca ganhar, e perceber que não seremos milionários da noite para o dia.
Em crianças sonhamos ser estrelas de cinema e viver rodeados de glamour , e ao crescer , percebemos que a vida não é bem assim como julgávamos que ela era

E é quando temos que viver com o que nos resta , que percebemos que as nossas opções são muitas vezes limitadas e baixamos os nossos padrões de sonho.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

I hate tanned people.Human lobsters moving around like they’re some kind of superior breed.
That's it. That's all I wanted to say today.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O arrependimento

 O arrependimento é o tipo de sentimento que te consome …que te pesa na alma dia após dia…impedindo-te de viver em paz…uma mágoa que martela na tua consciência e que faz parecer a vida de todos os dias um tormento sem remédio.
Como ficamos numa espécie de concha…esquecidos do tempo …das chuvas …ficamos lá dentro e esperamos um sinal do tempo para sair mas raramente há um sinal na verdade.
Na maioria das vezes, temos que ser nós a dar o passo para sair dessa concha sem esperar o sinal que venha do exterior. Pode acontecer a qualquer altura, estejamos ou não preparados . Não há um manual …um ensinamento de como viver com a própria vida. Não há disciplina nenhuma que nos possa dar ferramentas suficientes para nos preparar para a vida. A vida faz-se todos os dias. Todos os momentos. Dia após dia… segundo apos segundo sem cessar Temos que improvisar na maioria das vezes …não há outra forma de o fazer , mas improvisar.
Arriscamos. Caminhamos na corda bamba à espera de, ao mínimo desequilíbrio, cairmos. E às vezes caímos de facto. As vezes temos que começar do zero, aprendendo com os erros da primeira tentativa. E, ainda assim corrigindo todos os erros da primeira tentativa, há uma grande possibilidade de cairmos de novo. Talvez tenhamos que cair sempre e sejamos obrigados a tomar a decisão de desistir e de recomeçar por outro caminho. Voltar ao zero e seguir outra direcção. Não é desistir, é insistir. É ficar mais forte. É aprender.
Nada na vida é para sempre. Ou sempre bom para nós. Temos o direito de mudar quando algo não agrada.
Como fazê-lo?
Não há uma fórmula mágica…

Mas pior que o risco da mudança, é a dor que o arrependimento de não termos feito algo …

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Eu não existo mais.

Não consigo...por mais que tente,  não consigo existir. 

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Celebração ou decadência?

Estou aqui no grande universo do nada
Sendo nada
Vivendo neste nada.
Eu caminho por vezes em ruas sinuosas e ouço vozes que não reconheço e deliro…
Mas depois volto a casa e reconheço os cheiros e as vozes e volto a realidade.
Sou dualidade.
A desconhecida nas ruas
A imagem amiga e familiar em casa.
Não sei qual delas a minha verdadeira identidade.
Sou uma estranha no meu mundo
Sou uma estranha em qualquer lugar,
Sou Prozac pela manhã e champanhe ao anoitecer.
Celebração ou decadência?



terça-feira, 28 de junho de 2016

E encontrei, então, a minha voz…o meu caminho…

Nunca fui uma dessas raparigas …tão perfeitas que quando surgem, todos os homens param e olham …suponho que isso não é para mim…e estas minhas palavras podem soar um pouco com mágoa…mas não …não me importo…percebi que o meu propósito é outro…não quero impressionar as pessoas pelo meu aspecto ou pela forma como ando…não quero impressionar ninguém numa mini-saia ou algo do género …eu quero ser notada pelas minhas palavras…pelas minhas filosofias…quero partilhar com o mundo a minha perspectiva…a minha visão…as minhas ideias sobre a vida…
Recentemente, tive uma experiência única de subir a um palco sozinha para partilhar as minhas palavras perante um vasto público … público esse que momentos antes murmurava aqui e ali e de repente ficou totalmente em silêncio …ligado às minhas palavras…ligado a mim…naquele momento…senti que pela primeira vez que me ouviam verdadeiramente…diferentes pessoas…de diferentes idades e origens…conectadas a mim naquela singela tarde…e senti que, de alguma forma, fiz a diferença para eles …que de alguma forma movi algo dentro de cada um…e cada um deles me moveu de uma forma que não poderei explicar…e as suas lágrimas e a forma como aplaudiram fez-me sentir completa…

E encontrei, então a minha voz...o meu caminho...     
                                                               

segunda-feira, 21 de março de 2016

“How many times must I sell myself before my pieces are gone?"

Atingi o fundo.
Dentro de mim sinto-me no ponto máximo de estagnação. E é como se tivesse de volta aos meus tempos na Suíça, e começo a pensar que o problema não é a o lugar onde eu estou, sou eu. Onde quer que esteja, tudo me enfada. “ Só estou bem, onde não estou…”
Estou entregue a inércia, ao álcool e às péssimas escolhas alimentares. E isso está a notar-se cada vez mais, interior e exteriormente, e, por muito que eu tenha a noção disso, agora não tenho forças para mudar
Digo para mim mesma que tudo me corre mal porque não estou no caminho que devia de estar. Qual é o caminho onde eu devia de estar?
Pergunto-me se eu estivesse algures neste momento trabalhando como actriz, estaria feliz? Ou pelo menos sentir-me-ia menos miserável?
E enquanto escrevo isto explodo em lágrimas de mágoa por sentir que estou a desperdiçar toda a minha existência numa vida que não me satisfaz. E eu não sei como remediar tudo isto. Temo que não haja mais remédio…
Sou desequilibrada. Eu assumo. Sempre fui. Ou tudo ou nada. Quero estar sozinha, mas anseio reconhecimento e multidão, mas sou péssima a relacionar-me com pessoas e por vezes o meu discurso é desconexo. 
Não há nada que me possa salvar aqui onde estou.
Estou presa numa cidade que odeio, com a qual não me identifico e a qual nem faço o mínimo esforço para conhecer.  
Tento provar à minha família que já sou adulta, mas continuo a comportar-me como uma criança. Ainda sou a mesma miúda que arranjava problemas na escola e que o meu pai resolvia. O que será de mim quando o meu pai não puder resolver mais os meus problemas?!
E este é sem dúvida o meu ano mais depressivo com a data de completar 30 anos a aproximar-se cada vez mais, eu só quero adormecer e acordar longe em outro lugar e em outro tempo. E jamais estar sóbria.
E uma vez mais nem as coisas que me dão prazer eu consigo mais fazer. Como escrever. Tenho prazos a cumprir. Tenho pessoas a pressionar-me para escrever e nada consegue sair de dentro de mim…tudo é vazio … sem alma

E como sempre apenas tenho como companhia a lua lá bem no alto num céu sem fundo…

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Percebi que estou no mundo dos crescidos, sem ter crescido ainda o suficiente.

De repente vejo-me numa empresa “`séria” com objectivos definidos …padrões de qualidade bem elevados …onde os números são bastante ambiciosos. Competição.
Vejo-me avaliada o tempo todo …e que o que faço está dentro de uma engrenagem que é maior do que eu …mas que os pequenos detalhes das minhas acções podem fazer a diferença pela positiva ou pela negativa. Vejo-me num meio onde há recompensas se fores realmente bom. Onde há consequências para todos se falhares. 

“A group of people  or a team?”

Sinto-me dentro de um “Mad Men” dos tempos modernos, onde cada um luta para manter as suas contas mais proveitosas mesmo que para isso tenha que se “vender “muitas vezes. Onde eu sou uma espécie de Don Draper aparentando que tudo está sob controle, mas que no fundo está perdido, fingindo ser alguém que não é e buscando a sua identidade. Ou será que sou uma Peggy Olson que de baixo, qual peixe miúdo, humildemente, tenta vingar entre os tubarões?
Sou um misto de ambos
Tal como a Peggy , que começou como uma simples secretária na agência “Sterling Cooper”  mas deu nas vistas, ganhou o seu lugar  tornou-se  numa dos grandes , ganhando o seu respeito, eu também comecei por “tapar buracos” , temporariamente , fazendo o que calhava , bebendo conhecimentos aqui e além, até um dia “me entregarem para as mãos” , assim muito de repente ,contas importantes da empresa  e ficar  mais na “spotlight”  .
Mas no fundo sou um Don Draper, que tentou cortar com o passado, vivendo de mentiras e fachadas, tentando aparentar uma responsabilidade, uma maturidade e uma confiança que não tenho e usando o álcool como o grande escape para expiar todas as fraudes quando o pano e a máscara caiem.

No final de contas, sou apenas uma louca que ansiava ter um emprego sério e estável, mas que nada mais é que uma uma escritora “wannabe” bêbada, solitária, que sempre se cansa das pessoas e da rotina.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

"It's all smooth sailing from here on out..."

I live and live and still no purpose…
I’m almost on my thirties and I still don’t know who I am
I drink and drink trying to find a reason…
I am close to the empty glass and still no answers
I smoke and smoke trying to see some sign on the smoke…
My cigarette is burnt out and still no signals…
I write and write but  I can’t find the right words…
I’ m close to my masterpiece and still it slips through my fingers…
I think and think and still no ideas…
 I guess I just lost my mind…


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Apocalyptic Isolation

There’s no better word for chaos. It’s just chaos.
We can call it mess, confusion…madness…
But it is what it is…simply chaos.
There’s no better way to get out than to leave …to slam the door in indifference…
There’s no better day to die than today…
There’s no better day to live than tomorrow…
There’s no better way to lose yourself than to open your eyes and turn your back on the abyss…
There are corners of this life that you can never reach…like you’re only living on the surface of life…you can see where you’ve been but not where you’re going…you can’t be at two places at once…you can’t take two paths at the same time…so you’re doomed to be constantly leaving pieces of yourself behind and to accept that’s the life…
Life… time …the god…the devil…the sun…the moon…whatever…this energy that’s greater than us…this power that outlive us...it works its ways…we can’t slow it down…or make it go faster…we can’t push it to go back or forth because it has its own mysterious ways…and we just acknowledge it and go on with it…
Day by day we’re closer to our end…that’s a truth that no one wants to admit even though everybody knows it…as if denying it will make it less real…
And day by day we postpone that end…and it doesn’t matter how old we are…every day lived in this world is a bonus…or just a misfortune…
Don’t let them fool you…life ain’t easy…. To live is to be in a constant battlefield and it doesn’t get any better with your experience or wisdom, because the more you know, the more being alive consumes you... until you reach the point of insanity…until you’ll need medication to get through the days…pills to help you sleep…pills to help calm down your nerves…alcohol to to make you be social and funny…
Drugs to keep you from dying and to make you forget you’re indeed dying…

domingo, 24 de janeiro de 2016

Anomaly

I want to be real.
I want to exist.
I want my voice to have sound.
It feels like I’m lock inside a coffin … that I am already dead.
How come these things happen?
I want to fight against it…to reverse this entire situation, but I just let myself go…like there’s nothing else I could be doing to change it.
Of all the people I could be , this one is the worst. I am a phantom. An invisible corpse dancing to the sound of broken drums and rusty guitars…
I am the tragic tune playing on the funeral parade.
I want to breathe.
I want to scratch through the veil and to rise to the surface…
I want to fill this emptiness.
I finished three bottles of wine but I’m still empty…
I want to acknowledge my own purpose.
Who am I?
A lost cause? A drunken poet with nothing left but a lonely heart?
Am I my own alter ego ?  My schizophrenic self?
I’ve lost myself so many times that I cannot find a way out of this hole.
Is anybody out there?
I search for sounds of life, but all I find is the sound of my own steps back and forth inside these white walls.
I walk and walk in circles and I’m no closer that I was before…