quinta-feira, 31 de maio de 2007

O mundo tem um sabor ácido...


Acho que me cansei dos carros...irritavam-me tanto naquele dia...mas não eram só os carros...eram as vozes e os olhares das pessoas...era aquele frio...e o relógio que teimava em não andar...acho que estava farta daquele sitio...mas não era só aquele sitio...era o mundo inteiro...tornara-se cansativo e inútil...tinha sono...mas não era só sono...era uma necessidade extrema de dormir...dormir muito e acordar leve...estava farta das pessoas que ficavam a olhar para mim...odiava-as...odiava-as tanto! Apetecia-me fustigá-las com um só olhar...gritar-lhes...dizer que eram nojentas...que me causavam náuseas...vómitos...eram inutéis...como todo o resto do mundo...o relógio que não andava...como se tivesse a conspirar contra mim...tinha a sensação de estar ali há horas, no entanto só tinham passado 20 min...Acho que estava a sufocar...as vozes das pessoas estavam a dar cabo de mim...como desejava que se calassem todos...que o mundo se silenciasse todo de uma vez...Eu estava a entrar em paranóia...todas as pessoas á minha volta tinham caras horrivéis de monstros devoradores de sonhos...apenas o sangue era deliciosamente seguro e quente...Pessoas chegavam e partiam...passavam..e ficavam á minha volta....todas me aborreciam cada vez mais...eu queria silêncio...era tudo o que eu queria...mas elas insistiam em falar alto...como me irrita as pessoas que falam mais alto que o silêncio...o som do silêncio é tão profundo...tão belo...tão intenso...mas há sempre pessoas dispostas a destruí-lo...

quarta-feira, 30 de maio de 2007

For I hear your voice...
For I hear your calling...
for now I've become your slave
Bring me the darkness that never ends...
The loneliness that will conquer my soul...
No more living in this cruel world...
No more breathing this poison air...
I'm leaving this torture...
For I've tasted hell...
For I've never been this high...

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Devia ter lido mais vezes aquela frase...talvez agora tivesse uma solução para isto...Decorei apenas as outras palavras soltas e aleatórias e que hoje nada me dizem...

Sentado naquele banco do jardim naquele final de tarde, ele parecia abandonado...acho que perdeu as ilusões...decidiu afastar-se do mundo...

Procurei palavras para lhe dizer...mas apenas saiu silêncio...um silêncio demorado queapagaou o ar...



As folhas cairam...deixa-as afastarem-se levemente...sem pressas...



Era mais um daqueles dias vazios...

Ele, sim, sabia o que dizer...mas naquele dia limitou-se a dizer que sentia frio...

Acho que era um frio interno...que durava desde de sempre...

Acho que se afastou para deixar passar o tempo...

Porque partiste?

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Estavas de novo ali...á minha frente ...e eras tão real ...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Eterna caminhada na solidão...


E a sua voz era os múrmurios de uma noite sem fim...
E os seus passos percorriam a imensidão...
Partiu...e renasceu por entre o horizonte sombrio de um anoitecer...
Não mais falou nem chorou ...
Não mais regressou...
Perdeu-se para sempre num mar de folhas mortas no vento...
Penetrou depois a luz da escuridão...
Tornou-se o luar e o infinito...
Deixou para trás a violência da tempestade acordada no seu olhar...
Deixou para trás as brumas de um passado de lâminas intermitentes...
Deixou para trás o peso de um mundo desfeito aos seus ombros...
Voou para longe...
Foi com a noite...