Está escuro…demasiado escuro para se ver…demasiado escuro para caminhar pelo vazio desta noite…
Está escuro.
E deixas que a escuridão te abrace…e vês…vês tudo…apesar de estar demasiado escuro para se ver…
E caminhas…apesar de estar demasiado escuro para caminhar.
Tens uma doença…e essa doença está a matar-te…
Na noite…na noite bem profunda…quando não há nenhuma testemunha por perto…o sangue rodeia-te…o sangue…o sangue que está demasiado frio…
O teu corpo está… frágil…caótico…
Estás a sofrer.
E está demasiado escuro para se ver…mas, no entanto, vês…a escuridão que protege a tua culpa…a tua doença…o teu insalubre vício…
Estás a reviver noites…
Uma após outra…colidem todas na mesma.
Caminhas…caminhas…caminhas…e acabas sempre no mesmo sítio…á mesma hora…no mesmo momento…
Há portas que nunca se deviam abrir…
Mas abres a mesma porta…uma e outra vez…e tudo de repente se sucede…a fita passa para trás e o filme tem sempre o mesmo fim…
Quando vais perceber que o fim culmina sempre da mesma forma?
Há memórias que as chamas não podem consumir…por muito espaço físico que elas devorem.
Os teus olhos estão em chaga…mas vês…
E caminhas…caminhas…apesar de estar demasiado escuro para se caminhar.
A luz é um espaço doloroso para as memórias.
É um espaço doloroso para ti.
O fim justifica os teus meios?
Já sabes o fim…ele repete-se continuamente na tua frente.
É o teu sonho inquieto.
Rasga essa inquietude de ti…rasga a tua pele…rasga a tua carne…rasga toda a tua consciência!
Deixa-te cair nesta penumbra infestante da noite.
És uma anomalia…
…estás a ter alucinações!
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