O teu olhar já nada me diz…nem um gesto, nem um arrepio…
O vento da madrugada gelou a minha alma…e tento pensar que nunca estiveste aqui…
O teu olhar já nada esconde…
Enquanto caminho sem rumo pelo espaço nu de qualquer sítio que nem sei se é real, observo-te a caminhar ao meu lado sem razão aparente…
Esqueci os dias, as horas, os momentos que adormecerem em mim…morri das palavras ditas…dos caminhos percorridos…
O teu olhar já nada me diz…e diz-me tudo o que jamais podia ter dito antes…
Continuo sem saber se te vejo ou se crio a tua imagem em mim…continuo sem saber se te encontro ou se te procuro…continuo sem saber se falas comigo ou se permaneces aí no silêncio…
O teu olhar já nada me diz…
Percorro a noite, a madrugada que me devora…com a vontade de me desprender da minha pele…
Mas o teu olhar já nada me diz…e mesmo se ainda dissesse, eu já não estaria aqui para ouvir…fiquei parada naquele dia…naquele momento…
È inútil…desnecessário…o que faças ou digas…é inútil que me culpes e que eu me culpe…
O teu olhar já nada me diz…excepto esta tortura… esta culpa…que me persegue dia após dia…e grito agora, mesmo neste silêncio abrupto, que desejo caminhar agora sem mais olhar para trás…sem ver aquele momento vezes sem conta a acontecer…
O teu olhar já nada me diz…silenciei-o em mim…
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