Ele estava morto…
Mas que poderia eu ter feito?
Penso que ele já estava assim há anos…naquele dia só decidiu parar de respirar…
Um dia antes disse-me que ia ficar tudo bem…que aquilo era apenas o inicio…
Eu acho que sempre o soube…
Ele estava morto…não há outra forma de dizer isto…
Ainda o chamei…mas na verdade não acreditei que ele respondesse…
Tu gritavas…insistias que ele ainda respirava…mas sabias que não…
Ainda me lembro de tudo…como se fosse hoje…e lá estávamos de novo a viver o nosso momento de loucura…desta vez era a sério…
Ele desta vez tinha-se superado…
Sei que ainda hoje não acreditas…preferes fingir que ele está enclausurado no quarto…
Sim…também eu não acreditei durante muito tempo…gostava de imaginar que ele continuava lá…
Lembras-te como todos reagiram?
Disseram que ele era um cobarde…eles nunca entenderam…nem nunca irão entender…
E ele estava morto… e no entanto não me lembro do ter visto como tal…era belo aquele momento…lembro-me de lhe ter tocado…e de sentir o gelo de todo o seu corpo…e por um momento eu era ele…lembro-me de ter ficado durante horas a olhar para ele…lembro-me de nada mais parecer existir naquelas horas…
Sempre o soube…o corpo dele era apenas um túmulo de uma alma decadente e moribunda…não poderia acabar de outra forma…
Um dia ele dissera-me que tínhamos que parar…nada do que fazíamos fazia sentido…que um dia um de nós ia ter que partir…e fiquei com a sensação de que não foi ele que partiu…ele continua por aí…fui eu que parti…acho que era o que ele me queria dizer naquele dia…
Ele estava morto…e no entanto nunca parecera tão real…
Ainda hoje achas que a culpa foi minha…que eu esperava aquele momento impacientemente… que eu o conduzi…e olhas para mim como se eu pudesse ter feito qualquer coisa…como me olhaste naquele dia quando o vimos ali deitado no chão…olhaste para mim e o teu olhar foi tão forte que me senti uma assassina…
Não…no fundo sabes que não tive culpa…apenas preferes acreditar que houve alguma razão…sempre procuraste uma razão…mesmo uma que não tivesse sentido…
Sim…ele está morto…será que consegues aceitar?
Sabes que era tudo o que ele queria…
E ficámos de repente ali…no silêncio á espera que algo acontecesse…que ele “acordasse”…mas na verdade ele já tinha acordado…
Sabes que me dói as memórias…assim como te dói a ti….
Aquelas palavras escritas na pequena carta que nos deixou junto ao seu corpo…ainda hoje as lembro todas…
Tentei ficar com um sorriso…para que quando entrassem e me vissem aqui…eu estivesse a sorrir para vós…
Não adianta mais procurarem-me…ainda que não esteja longe…mas procurar-me agora seria uma perda de tempo….
Parto sem remorsos e arrependimentos…e por dentro estou a sorrir…como nunca soube o que era sorrir…
Sabem que no fundo não tarda muito a estarmos juntos de novo…porque isto é apenas o inicio…o início do nosso maior momento de loucura…
Chegou a altura de tudo o que se move e grita dentro da nossa mente se tornar real...
Mas que poderia eu ter feito?
Penso que ele já estava assim há anos…naquele dia só decidiu parar de respirar…
Um dia antes disse-me que ia ficar tudo bem…que aquilo era apenas o inicio…
Eu acho que sempre o soube…
Ele estava morto…não há outra forma de dizer isto…
Ainda o chamei…mas na verdade não acreditei que ele respondesse…
Tu gritavas…insistias que ele ainda respirava…mas sabias que não…
Ainda me lembro de tudo…como se fosse hoje…e lá estávamos de novo a viver o nosso momento de loucura…desta vez era a sério…
Ele desta vez tinha-se superado…
Sei que ainda hoje não acreditas…preferes fingir que ele está enclausurado no quarto…
Sim…também eu não acreditei durante muito tempo…gostava de imaginar que ele continuava lá…
Lembras-te como todos reagiram?
Disseram que ele era um cobarde…eles nunca entenderam…nem nunca irão entender…
E ele estava morto… e no entanto não me lembro do ter visto como tal…era belo aquele momento…lembro-me de lhe ter tocado…e de sentir o gelo de todo o seu corpo…e por um momento eu era ele…lembro-me de ter ficado durante horas a olhar para ele…lembro-me de nada mais parecer existir naquelas horas…
Sempre o soube…o corpo dele era apenas um túmulo de uma alma decadente e moribunda…não poderia acabar de outra forma…
Um dia ele dissera-me que tínhamos que parar…nada do que fazíamos fazia sentido…que um dia um de nós ia ter que partir…e fiquei com a sensação de que não foi ele que partiu…ele continua por aí…fui eu que parti…acho que era o que ele me queria dizer naquele dia…
Ele estava morto…e no entanto nunca parecera tão real…
Ainda hoje achas que a culpa foi minha…que eu esperava aquele momento impacientemente… que eu o conduzi…e olhas para mim como se eu pudesse ter feito qualquer coisa…como me olhaste naquele dia quando o vimos ali deitado no chão…olhaste para mim e o teu olhar foi tão forte que me senti uma assassina…
Não…no fundo sabes que não tive culpa…apenas preferes acreditar que houve alguma razão…sempre procuraste uma razão…mesmo uma que não tivesse sentido…
Sim…ele está morto…será que consegues aceitar?
Sabes que era tudo o que ele queria…
E ficámos de repente ali…no silêncio á espera que algo acontecesse…que ele “acordasse”…mas na verdade ele já tinha acordado…
Sabes que me dói as memórias…assim como te dói a ti….
Aquelas palavras escritas na pequena carta que nos deixou junto ao seu corpo…ainda hoje as lembro todas…
Tentei ficar com um sorriso…para que quando entrassem e me vissem aqui…eu estivesse a sorrir para vós…
Não adianta mais procurarem-me…ainda que não esteja longe…mas procurar-me agora seria uma perda de tempo….
Parto sem remorsos e arrependimentos…e por dentro estou a sorrir…como nunca soube o que era sorrir…
Sabem que no fundo não tarda muito a estarmos juntos de novo…porque isto é apenas o inicio…o início do nosso maior momento de loucura…
Chegou a altura de tudo o que se move e grita dentro da nossa mente se tornar real...
Sim…ele estava morto…e com ele… nós também…
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