Caminha esvoaçante
Nesta hora
mansa
Tempo dormente,
Breve sussurro
Que quando
vai chega
A ser tudo
E quando
regressa
O ar já se
foi
E é sempre
dia e
A noite já vem
No horizonte
brada a
Norte o
vento
Que chega a
ser
Terno sem
tocar
A face que
esconde
A história
no lamento.
E já cantam
ao longe
Vindas da
maré, os pássaros
De uma
primavera
Secular.
E eu precipito-me
Para a
janela
Sem nunca ver
Cantos imersos
Na névoa a
vaguear
E não há
mais
Sol que
cubra
As ruas
Desta cidade
Não há luar
ou
Firmamento
E tudo se
revela
Num segundo
E voltamos
ao
Início de
tudo
E eu estou
cega
Cega da luz
que
Não chega
Caminha doce…
Suavemente…
Passos leves…lutas
De tempos e
guerras
Gélidas
É é vão
Morte . Martírio
. Mágoa.
É absurdo.
Música. Melodia.
Manhã.
Desconheço
muros
Campos descobertos…
Desconheço
até de mim
Minha imagem.
Voltas e
voltas dá
O solitário
ponteiro
De um
relógio parado…
Mais já não
é
Que enfeite triste
na
Parede nua
Um dia
Rei
Sentado num
pedestal de pó
Guerreiro de
dias naufragados
Que do que
serve a
Vida se já não
há mais
Correntes de
braços
Suplicando…