"What are these barriers that keep people from reaching anywhere near their real potential? The answer to that can be found in another question and that's this: Which is the most universal human characteristic: fear, or laziness?"
Waking Life
Nunca me senti feliz onde estava e por alguma razão sempre busquei algo mais para além do que tinha.
Já dormi num colchão no chão, isolada da civilização, esperando que ninguém jamais me encontrasse. À procura do grande thrill da minha vida, quis ser a hippie alienada da sociedade quando tudo o resto falhou.
E depois quando isso também falhou…eu voltei à superfície e busquei a luz … mas a luz para mim numa esteve na superfície, nas coisas simples e belas…a luz para mim nunca foi luz…mas sim escuridão…apenas na escuridão cerrada eu alguma vez pude sentir que estava a seguir o meu caminho …eu puder ver para onde ia…e todas as vezes em que tentei vir à superfície …e encarar a claridade eu perdi-me.
Já fiz greve de fome …não motivos religiosos ou ambientais ou por qualquer outra causa capaz de ser capa de jornal. Fiz greve de fome uma vez mais em busca do thrill…da emoçãona minha rotina sem graça ….e quando isso também falhou eu virei-me para a comida até que a comida falhasse também de me entreter…
Tentei ser a pessoa que a minha família via em mim…e para ser isso tudo eu escondi as partes feias que a vida havia criado em mim…escondi as mazelas…escondi os traumas…os medos...fui em frente mesmo quando não sabia bem para onde… e eles deixaram-me ir, achando que eu sabia…e eu queria que eles me deixassem, não que eu soubesse para onde ir, mas apenas por eu queria ir…e um dia quando eu apenas quis que eles me impedissem de ir, eles deixaram-me continuar, achando realmente eu tinha um plano…e era quando eu estava mais perdida…
E tudo isto me leva de volta para a pergunta inicial…quem sou eu?
Eu tenho vivido uma vida dupla…e às vezes tripla …a fingir que sou a pessoa feliz para mim e a pessoa que eu finjo ser para o mundo exterior…mas não é a verdade…a verdade é que nem eu já sei qual é a minha verdade…
Quem sou eu?
Serei eu um enigma… que não é suposto ser desvendado…ou apenas uma fantochada?
Não me surpreende perceber ao fim destes anos todos que apenas tenho simulado emoções e sentimentos…que sou uma fraude porque no fim de todas as conclusões eu tenho dificuldade em distinguir as histórias reais das histórias que escrevi ou imaginei…
Eu posso ser, portanto, um produto da minha própria imaginação…um personagem que eu criei nas páginas do livro que ainda não foi criado…numa história para a qual não foram ainda inventadas palavras…
Quem sou eu?
Quis que alguém que me dissesse. Procurei a resposta em livros. Procurei ajuda de psicólogos e psiquiatras para que dessem respostas. Mas nada consegui. Voltei ao ponto inicial.
Quem sou eu ?
A minha viagem por esta vida é mais subjectiva do que objectiva , depende muito mais das minhas emoções , ilusões e sonhos do que propriamente da viagem em si…
Mas o que é uma viagem, se não a nossa perspectiva pessoal das coisas?
A verdade é que eu não sou quem as pessoas normalmente pensam que eu sou.
E isso deixa-me simultaneamente feliz e frustrada. Feliz porque sinto que consigo fingir muito bem e que consigo enganar as pessoas sem que elas percebam que estão a ser enganadas. Frustrada porque sinto que somente sou aceite sendo esse personagem que eu criei.
Pergunto-me como seriam as minhas relações se eu mostrasse quem eu sou realmente? Isto inclui as minhas relações familiares e laborais e todas as outras.
Olhando agora para trás, eu tenho fingido o tempo todo. Na verdade eu merecia um Oscar pela minha actuação.
Eu não sou a vossa pessoa boazinha, inocente, ignorante, bem-intencionada.
Eu não sou a vossa pessoa calada sem opinião, mais uma na multidão, aquela que se da bem com toda a gente e que não levanta ondas.
Na realidade, eu sou essa pessoa...aos vossos olhos…apenas porque não quero desperdiçar a minha energia em argumentos e discussões … porque as vossas opiniões significam muito pouco para mim…
Eu perdi as palavras que queria
dizer…Algures nas páginas dos livros que eu não li…
Vi a minha vida a exposta uma vez
mais…No escuro de uma sala de um cinema qualquer …onde na solidão contemplo a minha
existência pelas palavras de um personagem…
Eu estou a rir e a chorar simultaneamente
…
Preciso de uma bebida.
Ou duas.
Ou de terapia.
Estou cansada. Mas dormir não me
ajuda. Estou assim desde os 16 anos.
Os meus velhos fantasmas voltaram
para me assombrar?
Estou no fundo …sem inspiração…olhando
para esta folha em branco à espera das palavras certas …mas não há palavras
certas…havia um mundo certo que foi tirado de mim e agora nada mais me resta…
Secretamente, desejo sabotar toda a
minha vida atual, para poder recomeçar do zero.
A cada dia espero por uma inundação,
um terramoto …qualquer catástrofe natural que possa mudar tudo…
Have you
ever felt like your life is a dream inside of a nightmare?
Have you
ever had a double life?
Have you
ever saw yourself laughing from the other side of the mirror while you’re
crying?
Have you
ever woke up, not remembering of falling asleep?
Have you
ever felt like someone is chasing you…but in the end of day that someone is actuality
you…
Have you
ever hated being in your skin, but not wanting to kill yourself?
Have you ever been in the darkness?
Is somebody
alive out there in the darkness?
I am flesh
and bone, naked in the middle of the room …
I am and I
don’t know where to find me.
I am gone.
I am floating in space. I am part of the
whole. I am inside the universe and the universe is inside me. I am remaining
stardust. I walk within the shadows of the fallen angels.
Can you see
me?
Are you
with me?
Or are you
gone?
I felt
asleep, and I woke up and you weren’t there anymore.
I’ve been
roaming around trying to find a meaning to this emptiness.
Madness... Have
you ever felt it?
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
"Tenho assistido, incógnito, ao desfalecimento gradual
da minha vida, ao socobro lento de tudo quanto quis ser. Posso dizer, com
aquela verdade que não precisa de flores para se saber que está morta, que não
há coisa que eu tenha querido, ou em que tenha posto, um momento que fosse, o
sonho só desse momento, que se me não tenha desfeito debaixo das janelas como
pó parecendo pedra, caído de um vaso de andar alto. (...)"