Percebi que estou no mundo dos crescidos, sem ter crescido
ainda o suficiente.
De repente vejo-me numa empresa “`séria” com objectivos definidos …padrões de qualidade bem elevados …onde os números são bastante
ambiciosos. Competição.
Vejo-me avaliada o tempo todo …e que o que faço está dentro
de uma engrenagem que é maior do que eu …mas que os pequenos detalhes das
minhas acções podem fazer a diferença pela positiva ou pela negativa. Vejo-me
num meio onde há recompensas se fores realmente bom. Onde há consequências para
todos se falhares.
“A group of people or a team?”
Sinto-me dentro de um “Mad Men” dos tempos modernos, onde
cada um luta para manter as suas contas mais proveitosas mesmo que para isso
tenha que se “vender “muitas vezes. Onde eu sou uma espécie de Don Draper
aparentando que tudo está sob controle, mas que no fundo está perdido, fingindo
ser alguém que não é e buscando a sua identidade. Ou será que sou uma Peggy
Olson que de baixo, qual peixe miúdo, humildemente, tenta vingar entre os tubarões?
Sou um misto de ambos
Tal como a Peggy , que começou como uma simples secretária
na agência “Sterling Cooper” mas deu nas
vistas, ganhou o seu lugar tornou-se numa dos grandes , ganhando o seu respeito,
eu também comecei por “tapar buracos” , temporariamente , fazendo o que calhava
, bebendo conhecimentos aqui e além, até um dia “me entregarem para as mãos” ,
assim muito de repente ,contas importantes da empresa e ficar mais na “spotlight”
.
Mas no fundo sou um Don Draper, que tentou cortar com o passado,
vivendo de mentiras e fachadas, tentando aparentar uma responsabilidade, uma maturidade
e uma confiança que não tenho e usando o álcool como o grande escape para
expiar todas as fraudes quando o pano e a máscara caiem.
No final de contas, sou apenas uma louca que ansiava ter um
emprego sério e estável, mas que nada mais é que uma uma escritora “wannabe” bêbada, solitária, que sempre
se cansa das pessoas e da rotina.