Somos o que somos.
Nunca fui a mais bonita, a mais divertida, a mais simpática, a mais carismática.
Nunca fui a mais faladora, a mais inteligente, a mais bem vestida.
Nunca fui a mais efusiva, a mais enérgica, a mais interessante.
Nunca fui a “queridinha” de todos, a primeira escolha.
Nunca fui indispensável, necessária, fundamental…e qualquer outro sinónimo…
Nunca fui levada a sério.
Houve tempos em que tentei lutar contra isso, achando que precisava de contrariar essa realidade, mas cedo me apercebi que era inútil
Somos o que somos.
(independentemente de como os outros nos vejam…)
A parte de mim que tentou lutar contra isso, morreu há muito…morreu tentando, sem tentar, no fundo, muito…
Essa parte deu lugar a outra parte de mim…e decidi, então, fazer disso um estilo de vida, e tentar descobrir uma posição vantajosa no meio de tudo.
Pouco a pouco, apercebi-me de que pessoas como eu, não criam quaisquer expectativas nos outros.
Pessoas como eu são irrelevantes e descomprometidas com o mundo.
E sem expectativas, relevância e compromissos… somos livres.
Quando chegamos ninguém nos espera…a nossa permanência é neutra …e quando partimos ninguém se apercebe.
Estamos sempre rodeados de uma enorme solidão. É um facto.
Mas solidão nada mais é que liberdade.
Somos o que somos.
E pronto.