É sempre tarde. momentâneo e desconsertado.este dia.estas horas.a luz.o ar que respiro.
é o fim, eu sei. vira-se as costas e nada mais há a afirmar ou interrogar.
O que fizeram de ti?
Será que ainda sabes o caminho para casa?
Será que um dia as coisas voltarão a ser como antes?
sem medos. sem perguntas.
Imensas perguntas pairam na tua cabeça, enquanto apertas na tua mão o pequeno pedaço de papel que te irá levar para longe. o teu bilhete para o "seja o que for".
Talvez um dia voltes, e ao voltares tentes viver tudo de novo e ver a beleza onde nunca conseguiste ver antes. e nunca mais voltes a partir.
Ou talvez nunca mais voltes. E deixes que tudo perca a tua memória, e que deixes simplesmente de existir neste lugar.
"What are these barriers that keep people from reaching anywhere near their real potential? The answer to that can be found in another question and that's this: Which is the most universal human characteristic: fear, or laziness?" Waking Life
sexta-feira, 31 de julho de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Dissonância
Queria ser mais forte. Talvez mais cega. Talvez mais inteligente. Queria ser bela. Bela aos teus olhos. Queria que me fizesses odiar-te. Queria matar-te da minha pele. Estou só. A solidão é fácil de enfrentar. Vagueio solitariamente pelas ruas. As estrelas caem sobre os tectos dos prédios da cidade. Por toda a parte há um rumor desalinhado em torno de mim. As fibras sonoras da civilização circundante ressoam numa dissonância trémula. Para onde foi o meu mundo? Para onde foram os meus muros? As minhas paredes. As minhas portas. As minhas armaduras. Estou permeável, aqui, perdida no meio deste labiríntico caos de ruas desconexas. Procuro-te. Procuro-te? O teu sangue.
È apenas o teu sangue. No chão nu. O teu sangue. Frio. E eu permaneço aqui. Calada. Quero enterrar-te. Eu enterrei-te!
Queria ser mais forte. Uma tempestade. E devastar-te. Varrer-te daqui…de todos os lugares onde permaneces. Queria ser mais cega. Nada ver. Nada sentir. Ser um corpo emerso á superfície de um qualquer rio e mover-me apenas ao sabor da corrente. Queria ser mais inteligente. E saber exactamente o caminho que tenho que seguir para desprender-te de mim.
È apenas o teu sangue. No chão nu. O teu sangue. Frio. E eu permaneço aqui. Calada. Quero enterrar-te. Eu enterrei-te!
Queria ser mais forte. Uma tempestade. E devastar-te. Varrer-te daqui…de todos os lugares onde permaneces. Queria ser mais cega. Nada ver. Nada sentir. Ser um corpo emerso á superfície de um qualquer rio e mover-me apenas ao sabor da corrente. Queria ser mais inteligente. E saber exactamente o caminho que tenho que seguir para desprender-te de mim.
terça-feira, 28 de julho de 2009
O que somos nós?
É uma multidão.
É um caos.
A realidade.
Os dias.
São horas.
Parcelas ilusórias do tempo.
O que é o tempo?
O que somos nós?
Túmulos. Frios. A céu aberto. Com lápides repletas de inscrições vazias.
Fragmentos de músicas tristes.
Restos. Restos de momentos varridos na enxurrada do tempo.
Tempo. Sempre o tempo.
O herói e o vilão nas nossas vidas.
Tentamo-lo agarrar e ele escapa-se das nossas mãos sem nunca o termos tocado.
O que somos nós?
Candeeiros estáticos na rua. Com lâmpadas incandescentes e dissolutas.
Carcaças em movimento sem sintonia num caminho abstracto.
Viajantes desconhecidos no tempo.
O tempo. Molda-nos. Moldamo-lo. Destrói-nos. Destruímo-lo.
O que somos nós?
Tumultos de epiderme espalhados aleatoriamente pelo espaço.
Vozes exasperadas num vácuo profundo.
Gotas de chuva secas pelo tempo.
O tempo. Corre. Cessa. Mata-nos. Matamo-lo.
O que somos nós?
Cadáveres amontoados num cenário pós-guerra.
Desarmados. Sem vida. Sem…tempo…
É um caos.
A realidade.
Os dias.
São horas.
Parcelas ilusórias do tempo.
O que é o tempo?
O que somos nós?
Túmulos. Frios. A céu aberto. Com lápides repletas de inscrições vazias.
Fragmentos de músicas tristes.
Restos. Restos de momentos varridos na enxurrada do tempo.
Tempo. Sempre o tempo.
O herói e o vilão nas nossas vidas.
Tentamo-lo agarrar e ele escapa-se das nossas mãos sem nunca o termos tocado.
O que somos nós?
Candeeiros estáticos na rua. Com lâmpadas incandescentes e dissolutas.
Carcaças em movimento sem sintonia num caminho abstracto.
Viajantes desconhecidos no tempo.
O tempo. Molda-nos. Moldamo-lo. Destrói-nos. Destruímo-lo.
O que somos nós?
Tumultos de epiderme espalhados aleatoriamente pelo espaço.
Vozes exasperadas num vácuo profundo.
Gotas de chuva secas pelo tempo.
O tempo. Corre. Cessa. Mata-nos. Matamo-lo.
O que somos nós?
Cadáveres amontoados num cenário pós-guerra.
Desarmados. Sem vida. Sem…tempo…
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Quero que saibas que parti.
Não me procures mais, não me vais encontrar. É inútil.
Não adianta fazeres o que quer que seja para mudar as coisas.
Nada.
Não há mais nada aqui.
Apenas o vazio me cerca. Te cerca.
Quero que saibas que nem tentei. Nem por um momento tentei. Fui cobarde e virei as costas á realidade.
Já nada me importa.
A brisa da manhã não é mais doce e o sol não nasce mais no horizonte.
As portas fecharam-se. Nenhum ruído trespassa este muro.
Não me procures mais, não me vais encontrar. É inútil.
Não adianta fazeres o que quer que seja para mudar as coisas.
Nada.
Não há mais nada aqui.
Apenas o vazio me cerca. Te cerca.
Quero que saibas que nem tentei. Nem por um momento tentei. Fui cobarde e virei as costas á realidade.
Já nada me importa.
A brisa da manhã não é mais doce e o sol não nasce mais no horizonte.
As portas fecharam-se. Nenhum ruído trespassa este muro.
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